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Ataque armado contra cristãos deixa 28 pessoas mortas no Egito

Ônibus com cristãos coptas ia para um mosteiro no sul do Cairo. Vinte e oito pessoas morreram e 25 ficaram feridas.

26/05/2017 14:24

Um ataque armado contra dois ônibus e uma caminhonete que transportavam cristãos coptas deixou 28 mortos e 25 feridos no Cairo, no Egito, nesta sexta-feira (26), segundo a BBC e France Presse.

O ataque ainda não foi reivindicado, mas coincide com a ofensiva iniciada há alguns meses pelo braço egípcio do grupo extremista Estado Islâmico (EI) contra a minoria copta no Egito. A organização extremista deseja intensificar os ataques contra o grupo.

O grupo ia para ao mosteiro de Mosteiro de São Samuel, no sul da capital egípcia quando criminosos, que estavam a bordo de três picapes, abriram fogo contra os veículos, segundo o governador da província de Minya, Essam al-Bedaiwy.

A Reuters informou que que há um grande número de crianças entre as vítimas, segundo um funcionário do Ministério da Saúde.

Imagem divulgada pela província egípcia de Minya, no Egito, mostra ônibus sujo de sangue após ataque contra cristãos desta sexta-feira coptas (26) (Foto: Minya Governorate Media office via AP)

O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, convocou uma reunião de emergência com os serviços de segurança após o ataque.

A província de Minya abriga uma comunidade de tamanho considerável da minoria cristã, que representam cerca de 10 % da população de 92 milhões do Egito. Os coptas são uma das comunidades cristãs mais importante do Oriente Médio e uma das mais antigas.

Eles foram alvo de uma série de ataques letais em meses recentes. Em 9 de abril, um Domingo de Ramos, explosões em duas igrejas cristãs coptas em Tanta e Alexandria deixaram ao menos 44 mortos e mais de 100 feridos. Os ataques foram reivindicados pelo Estado Islâmico, que há alguns meses iniciou uma ofensiva contra a minoria copta no Egito.

Segundo a Reuters, 70 pessoas morreram em ataques contra comunidades coptas desde dezembro.

A comunidade cristã do Egito recebeu no mês passado o apoio do papa Francisco. Durante uma visita de dois dias, o pontífice defendeu a tolerância e o diálogo entre muçulmanos e cristãos.

(Foto: Arte/ G1)

A Igreja copta apelou, por sua vez, "por mais medidas para prevenir esses incidentes que prejudicam a imagem do Egito".

A instituição de referência do Islã sunita Al-Azhar, com sede no Cairo, condenou o ataque que acontece na véspera do início do Ramadã, o mês do jejum muçulmano. O grande imã Ahmed Al-Tayeb chamou o ato de "inaceitável" e afirmou que visava desestabilizar o Egito, segundo a France Presse.

Repercussão

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apresentou suas condolências ao povo egípcio após este "terrível atentado". "O terrorismo será mais rapidamente derrotado se todos os países se unirem contra ele", afirmou.

O presidente russo, Vladimir Putin, assegurou que o ataque "é uma nova prova da barbárie e da crueldade do terrorismo". "Ninguém deve temer por sua vida praticando sua fé", reafirmou o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, no Twitter.

O governo brasileiro emitiu uma nota dizendo que tomou conhecimento do ataque "com grande consternação". O país expressa "suas condolências às famílias das vítimas e seus votos de plena recuperação aos feridos e sua solidariedade com o povo e o governo do Egito". "O Brasil reitera veementemente seu repúdio a todo e qualquer ato de terrorismo, independente de sua motivação", finaliza a nota.

Fonte: G1
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