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15 polêmicas, vitórias e derrotas nos primeiros 100 dias de Trump

Veja 15 fatos marcantes, entre polêmicas, vitórias e derrotas, nos três meses em que Donald Trump ocupa a presidência dos EUA.

29/04/2017 08:53

Neste sábado (29), Donald Trump completa 100 dias à frente da presidência dos Estados Unidos. A ideia de fazer um primeiro balanço de um governo em seu 100º dia foi lançada pelo então presidente Franklin D. Roosevelt em 1933, quando ele, na verdade, tinha em mente avaliar os resultados de sua política de “New Deal” em uma sessão especial do Congresso.

Trump diz que a data “não é muito significativa” e chegou a dizer, no Twitter, que é um “padrão ridículo”. Mas, dez dias antes de completar o ciclo, se vangloriava em um discurso em Wisconsin de que “nenhuma administração realizou mais em seus primeiros dias”, segundo o “The New York Times”.

Também soa contraditório ele dizer que dá pouca atenção à data quando, antes mesmo de ser eleito, Trump publicou em seu site um “Contrato com o Eleitor Americano” (ainda disponível, em inglês), no qual expunha seus compromissos para os 100 primeiros dias de seu mandato como presidente.

Destes, ele tentou implementar itens relacionados principalmente a trabalho, leis, imigração e saúde, mas enfrentou resistência judicial e no próprio Congresso, apesar das maiorias republicanas na Câmara e no Senado. Sofreu derrotas significativas ao tentar barrar a entrada de imigrantes e refugiados nos EUA, não conseguiu derrubar o Obamacare e não ergueu um metro sequer de seu muro na fronteira com o México. Por outro lado, emplacou um juiz na Suprema Corte, conseguiu uma aproximação diplomática com a China e recebeu elogios internacionais após uma ação militar na Síria.

Lembre a seguir 15 fatos marcantes dos primeiros 100 dias de Donald Trump na presidência dos EUA.

Marcha das Mulheres

 (Foto: John Gress/Getty Images North America/AFP - Arte/G1)
(Foto: John Gress/Getty Images North America/AFP - Arte/G1)

Logo em seu primeiro dia de governo, Trump enfrentou um protesto liderado por mulheres que mobilizou mais de dois milhões de pessoas em todo o país.

Kellyane Conway fala de 'fatos alternativos'

 (Foto: Susan Walsh/AP - Arte/G1)
(Foto: Susan Walsh/AP - Arte/G1)

A assessora do presidente usou o termo depois que Trump afirmou que milhões de votos ilegais foram contados contra ele e o porta-voz da Casa Branca disse que o público da posse foi o maior da história – duas histórias comprovadamente falsas – e o chefe de gabinete chamou a imprensa de mentirosa e desonesta por negar essas afirmações.

Suspende programa de refugiados e bane imigrantes de sete países

 (Foto: Brandon Wade/Star-Telegram via AP - Arte/G1)
(Foto: Brandon Wade/Star-Telegram via AP - Arte/G1)

Uma ordem executiva suspendeu por 120 dias a entrada de refugiados nos EUA e a entrada de cidadãos de Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen, mas um juiz federal de Seattle suspendeu temporariamente a medida em 3 de fevereiro. Após desistir de recorrer à Suprema Corte, Trump apresentou uma nova ordem executiva, levemente modificada e excluindo o Iraque da lista de países, no dia 6 de março, mas esta foi suspensa por um juiz do Havaí em 16 de março, na véspera de entrar em vigor.

Indica Neil Gorsuch para a Suprema Corte

 (Foto: Joshua Roberts/Reuters - Arte/G1)
(Foto: Joshua Roberts/Reuters - Arte/G1)

Donald Trump ignorou a indicação de Merrick Garland, feita por Obama, e apontou Gorsuch para a vaga deixada por Anton Scalia, morto em fevereiro de 2016. Apesar da oposição dos democratas, que chegaram a tentar bloquear sua nomeação e obrigaram a bancada do Partido Republicano a mudar o regulamento do Senado, Trump conseguiu a confirmação de seu indicado. Neil Gorsuch tomou posse no dia 10 de abril.

Michael Flynn deixa cargo de conselheiro de Segurança Nacional

 (Foto: Chris Kleponis/AFP - Arte/G1)
(Foto: Chris Kleponis/AFP - Arte/G1)

Antes de completar um mês no cargo, o conselheiro não resistiu à pressão e renunciou após a revelação de que havia mantido contatos extraoficiais com a Rússia. Ele teria discutido as sanções americanas contra Moscou com o embaixador russo nos Estados Unidos antes de Trump assumir a Presidência e posteriormente mentido às autoridades sobre a conversa. No dia 20 de fevereiro, Trump anunciou o general Herbert Raymond "H. R." McMaster como o novo conselheiro de Segurança Nacional.

Casa Branca bane alguns órgãos de imprensa de conversa com porta-voz

 (Foto: Yuri Gripas/Reuters - Arte/G1)
(Foto: Yuri Gripas/Reuters - Arte/G1)

Em vez da entrevista coletiva diária, o porta-voz da Casa Branca Sean Spicer optou nesse dia por uma conversa informal com repórteres, mas barrou representantes de alguns veículos de imprensa, entre eles as redes CNN e BBC, os jornais "Los Angeles Times" e "The New York Times", e os sites Politico e Buzzfeed. A agência Associated Press e a revista "Time" resolveram boicotar a reunião em apoio aos colegas. No mesmo dia, Donald Trump voltou a atacar a imprensa em discurso na Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC). "Temos que lutar contra eles. Os veículos de imprensa são muito inteligentes, astutos e desonestos. Se irritam quando expomos suas notícias falsas", disse o presidente.

Acusa Obama de colocar escutas na Trump Tower durante campanha

 (Foto: Carlos Barria/Reuters - Arte/G1)
(Foto: Carlos Barria/Reuters - Arte/G1)

Sem apresentar qualquer prova, Trump acusou seu antecessor de plantar escutas telefônicas para vigiá-lo durante a campanha eleitoral e pediu que o Congresso investigasse o caso. "Como o Presidente Obama caiu tão baixo em grampear meus telefones durante o sagrado processo eleitoral. Isso é Nixon/Watergate. Cara ruim (ou doente)!", escreveu no Twitter. O diretor do FBI, James Comey, pediu ao Departamento de Justiça que rejeitasse a acusação e o ex-diretor de Inteligência Nacional também negou as acusações. Até mesmo a assessora de Trump, Kellyane Conway, admitiu que não existia qualquer prova de que Obama tivesse tentado vigiar Trump com escutas, mas defendeu uma investigação mesmo assim. O caso não foi levado adiante.

Congressistas republicanos apresentam projeto para derrubar Obamacare

 (Foto: J. Scott Applewhite/AP Photo - Arte/G1)
(Foto: J. Scott Applewhite/AP Photo - Arte/G1)

Em sua primeira grande derrota no Congresso, Trump não conseguiu cumprir uma de suas maiores promessas de campanha: derrubar o sistema de saúde instituído por Barack Obama. Seu plano de reforma teve a votação inicialmente adiada pelos próprios republicanos e, um dia depois, foi retirado de apreciação. Segundo a imprensa americana, houve uma “rebelião” entre conservadores e moderados dentro do partido e não havia consenso para garantir a aprovação do projeto. O presidente da Câmara, Paul Ryan, chegou a comunicar Trump pessoalmente de que ele seria derrotado caso insistisse em uma votação.

Nomeia o genro Jared Kushner para mais um cargo

 (Foto: Pablo Martinez Monsivais/AP Photo - Arte/G1)
(Foto: Pablo Martinez Monsivais/AP Photo - Arte/G1)

O marido de Ivanka Trump foi nomeado para dirigir um “escritório de inovação”, que supervisiona o funcionamento de todo o Governo federal. Antes, ele já tinha sido nomeado assessor sênior e recebido como tarefa ser o responsável pelo processo de paz no Oriente Médio e participou, ao lado da mulher, da equipe de transição de governo. No mesmo dia em que seu novo cargo foi anunciado, o Comitê de Inteligência do Senado informou que pretende convocar Kushner para depor sobre uma possível interferência russa nas eleições, já que o Kremlin classificou os encontros dele com o presidente do banco público russo de desenvolvimento como “prática corrente”. O genro é a pessoa mais próxima de Trump a ser investigada por seus supostos laços com a Rússia, mas não a única em sua administração.

Lança ataque de misseis na Síria

 (Foto: Ford Williams/Marinha dos EUA/Reuters - Arte/G1)
(Foto: Ford Williams/Marinha dos EUA/Reuters - Arte/G1)

Em uma ação inesperada, os EUA dispararam 59 mísseis Tomahawk na base aérea de Al Shayrat, perto de Homs, na Síria, de onde teriam partido dias antes aviões que lançaram um ataque com armas químicas que matou mais de 80 pessoas. Essa foi a primeira ação direta dos EUA contra o regime sírio desde o início da guerra civil no país e Trump fez um discurso no qual chamou as nações a “por fim ao banho se sangue” no país e acusou o presidente sírio Bashar al-Assad. Nas semanas seguintes, porém, voltou a adotar o discurso de que o mais importante é encerrar a guerra, e que o destino do presidente depende da vontade do povo sírio.

Reaproximação com a China ao receber o presidente Xi Jinping

 (Foto: Carlos Barria/Reuters - Arte/G1)
(Foto: Carlos Barria/Reuters - Arte/G1)

Trump jantava com o presidente chinês Xi Jinping em Mar-a-Lago, na Flórida, quando deu a ordem para o ataque à Síria e comunicou pessoalmente ao colega chinês sua decisão. Os dois também discutiram o comércio entre seus países e o programa nuclear da Coreia do Norte. Este último assunto foi ainda tema de telefonemas entre os dois presidentes nas semanas seguintes, quando se agravou a crise provocada pelos testes com mísseis norte-coreanos. O tom amistoso do encontro e das conversas pareceu ter rendido seus primeiros dividendos em 12 de abril, quando a Rússia vetou uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que pedia uma investigação sobre o ataque químico na Síria: a China, que sempre acompanhou a Rússia em seus votos, se absteve pela primeira vez. Além disso, Trump afirma que a China se recusou a receber três navios de carvão enviados pela Coreia do Norte, uma informação reportada pela agência Reuters em 11 de abril, mas não confirmada pelas autoridades chinesas.

Porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer diz que Hitler não usou ataque químico contra seu povo

 (Foto: Kevin Lamarque/Reuters - Arte/G1)
(Foto: Kevin Lamarque/Reuters - Arte/G1)

Durante uma de suas coletivas diárias, o porta-voz da Casa Branca quis comparar o presidente sírio Bashar al-Assad a Hilter, dizendo que nem o líder nazista tinha “descido tão baixo” a ponto de usar ataques químicos contra seu próprio povo. Spicer foi imediatamente criticado e e seus pedidos de desculpas não ajudaram muito, já que ele inicialmente tentou se justificar dizendo “não foi da mesma maneira”. Por fim, o porta-voz ainda disse que decepcionou seu chefe com seus comentários “indesculpáveis e condenáveis".

Diz que EUA estão prontos para agir sozinhos contra Coreia do Norte

 (Foto: Mass Communication Specialist 2nd Class Sean M. Castellano/Released - Arte/G1)
(Foto: Mass Communication Specialist 2nd Class Sean M. Castellano/Released - Arte/G1)

A tensão com a Coreia do Norte tem se gravado quase diariamente com provocações de ambos os lados. A mídia estatal coreana afirmou que o país estaria pronto para lançar um ataque nuclear se fosse alvo dos EUA, e Trump respondeu que, com ou sem a China, seu país estaria pronto para agir. Em visita à Coreia do Sul, o vice-presidente Mike Pence disse que Pyongyang não deveria provocar Trump, e como resposta os norte-coreanos afirmaram estarem dispostos a testarem mísseis “semanalmente, mensalmente e anualmente". O presidente americano também já afirmou ter enviado uma “armada muito poderosa” para a península coreana no início de abril, quando na verdade mandava seus navios para exercícios militares na Austrália antes de realmente chegar à região. Mas, apesar das ameaças mútuas, especialistas apostam que a questão tem mais chances de ser resolvida com negociações do que em uma guerra.

EUA lançam 'mãe de todas as bombas' no Afeganistão

 (Foto: Força Aérea dos Estados Unidos - Arte/G1)
(Foto: Força Aérea dos Estados Unidos - Arte/G1)

Ao menos 90 combatentes do Estado Islâmico morreram durante um ataque a cavernas e túneis do grupo extremista na província de Nangarhar, no Afeganistão, no qual os EUA usaram a bomba aérea de artilharia maciça (MOAB) GBU-43/B, chamada de a "mãe de todas as bombas". Com 11 toneladas de explosivos, ela é a bomba é a mais potente não-nuclear já usada pelos EUA e foi desenvolvida durante a Guerra do Iraque. A MOAB havia sido utilizada apenas em testes realizados pela Força Aérea em 2003. No dia seguinte ao lançamento, porém, a Rússia lembrou que possui uma bomba quatro vezes mais potente, apelidada de “pai”, desenvolvida em 2000 e testada sete anos depois.

Recua e aceita tirar muro da fronteira com o México de orçamento para evitar paralisação do governo

 (Foto: Mandel-Ngan/AFP - Arte/G1)
(Foto: Mandel-Ngan/AFP - Arte/G1)

No dia 24 de abril, os líderes das minorias democratas na Câmara e no Senado informaram que as negociações para aprovar o novo orçamento do governo estavam emperradas porque o presidente insistia em incluir uma verba para iniciar a construção do muro na fronteira com o México, sua principal promessa de campanha. A grande questão é que os bilhões pedidos para o muro – que Trump sempre afirmou que seriam pagos pelo México – seriam retirados de outros setores, algo com que os democratas e alguns republicanos discordavam. Mas, sem a aprovação do orçamento até sexta, o governo federal sofreria uma paralisação a partir da madrugada de sábado, justamente o 100º dia do governo Trump. Pressionado, o presidente aceitou recuar e admitiu retirar o pedido de verbas para o muro. Segundo comentários feitos À imprensa e confirmados pela Casa Branca, Trump concordou em esperar para pedir novamente pelo dinheiro no segundo semestre.

Fonte: G1
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