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Mudanças no ensino médio serão anunciadas hoje; entenda

Segundo diretora de ensino da Seduc, com ensino médio mais específico, provas de vestibulares também devem ficar mais objetivas. Após publicada, medida provisória só começa a valer em 2017.

22/09/2016 10:36

Uma medida provisória que altera a estruturação do ensino médio no Brasil deve ser apresentada oficialmente na tarde de hoje (22), pelo Governo Federal. Embora ainda não divulgada, a proposta gira em torno do "enxugamento" do conteúdo obrigatório do ensino médio. A medida pode alterar a forma como as provas dos vestibulares exigem os conteúdos, segundo a diretora de Ensino e Aprendizagem da Secretaria de Educação do Piauí, Risalva Cardoso.

"Até o momento nós estamos discutindo a reforma do Ensino Médio e uma política nacional de educação integral, consequentemente, acredita-se que o Enem sofra alguns ajustes, não é que ele vá deixar de acontecer, mas ele precisa de se adequar à política de melhorias do ensino médio, porque o próprio currículo vai sofrer essas alterações", repassou Risalva Cardoso.

Segundo ela, o texto da reforma ainda está sendo revisado e pode sofrer algumas alterações até a apresentação, que acontece às 15h no Palácio do Planalto. A medida provisória deixa o ensino médio com menos componentes curriculares e foca mais nas áreas do conhecimento, de modo que o aluno já no ensino médio deve ter suas vocações potencializadas, escolhendo se ele é mais de exatas, ou de humanas, ou se ele gosta mais de ciências da natureza ou linguagens. 

Mesmo com o conteúdo podendo sofrer alterações, a política de cotas e inclusão do Exame Nacional de Ensino Médio (ENEM) deve permanecer inalterada. A professora Risalva Cardoso acrescentou que a mudança aumenta as chances de aprovação já que promove mais inclusão, pois o aluno segue mais a vocação.

"Não altera as cotas. Após a alteração do médio, um outro grupo se reúne em março de 2017 para discutir o Enem, mas não altera as cotas de forma alguma. Permanece o SISU, Prouni, toda aquela política de cotas, e pelo contrário, a vocação natural vai é aumentar essas cotas, umas vez que nós teremos mais inclusão. Não há nenhuma sinalização de modificar Enem, mudanças estruturais não, vai se ajustar apenas o currículo, e vai ser gradativamente. Porém repito, o Enem só vai ser discutido após o ensino médio estiver todo definido", explica a professora Risalva.

Ainda de acordo com a professora, a reforma do ensino médio deve reduzir os índices de evasão escolar, e aumentar a eficiência do ensino, já que será ainda mais objetivo e o aluno terá mais liberdade de seguir suas vocações dentro da estrutura de aprendizado. Ela acrescenta que o ensino médio atual no Brasil é diferente de toda a América Latina.

O Ensino Médio atual

Em avaliações internas, os especialistas do Ministério da Educação defendem que, com 13 disciplinas obrigatórias, o modelo de ensino médio no Brasil é diferente de todo o mundo. Os especialistas apontam que, nos outros países, os alunos podem definir a partir dos 15 anos qual seu itinerário formativo, podendo escolher disciplinas de acordo com suas pretensões e aptidões.

O ensino médio nas escolas do país está estagnado desde 2011 em patamares abaixo do previsto pelo MEC, segundo dados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2015. O levantamento aponta que o ensino médio segue estagnado na média das escolas do país com índice 3,7 e não atingiu a meta de 4,3.

Ainda segundo dados oficiais, somente 58% dos jovens estão na escola com a idade certa (15 a 17 anos). Do total de matriculados, 85% frequentam a escola pública e, destes, por volta de 23,6% estudam no período noturno.

Atualmente, 1,7 milhão de jovens, de 15 a 17 anos, estão fora da escola. E de cada cinco jovens de 15 a 17 anos que ainda não concluíram o ensino médio, três estão matriculados nesta etapa, um ainda está no Ensino Fundamental, e um está fora da escola.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Marcos Cunha (estagiário), com informações do G1
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