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Um a cada cinco jovens no Piauí nem trabalham e nem estudam

20,6% dos piauienses entre 15 e 29 anos integram a geração "œnem-nem". Média é menor do que a nacional, de um a cada quatro jovens nessa condição

02/12/2016 14:38

Não estudar e nem trabalhar é a realidade de 20,6% dos piauienses entre 15 e 29 anos, ou seja, a geração “nem-nem” representa um a cada cinco jovens no estado. Os dados constam na Síntese de Indicadores Sociais 2016, divulgada nesta sexta-feira (02) pelo IBGE, com base no ano de 2015. A média é menor do que a nacional: um em cada quatro jovens.

No Brasil, mesmo com o crescimento no percentual de homens que não estudavam nem trabalhavam, de 11,1% em 2005 para 15,4% em 2015, o percentual de mulheres nessa condição ainda é muito superior (29,8%).

De acordo com a análise do IBGE, isso pode estar relacionado às barreiras para a entrada de mulheres no mercado de trabalho e dedicação aos afazeres domésticos. O percentual de mulheres jovens que não estudavam, nem trabalhavam, nem procuraram trabalho (inativas) na semana de referência é de 21,1%, enquanto o das que não estudavam, nem trabalhavam, mas procuraram trabalho (desocupadas) é de 8,7%. Mesmo assim, 91,6% de todas as mulheres “nem-nem” cuidavam de afazeres domésticos, dedicando-lhes em média 26,3 horas semanais.

Já o percentual de homens jovens não estudantes inativos é quase o mesmo que o de não-estudantes desocupados (7,6% e 7,8%, respectivamente) e 47,4% de todos os homens “nem-nem” cuidavam de afazeres domésticos por, em média, 10,9 horas semanais.

No Piauí, 24,9% dos jovens apenas estudavam, enquanto 13,8% trabalhavam e estudam e a maioria – 40,7% - apenas trabalhavam, na semana de referência em que foi realizada a pesquisa.

Carga horário extensa e desigualdade de gênero

Entre 2005 e 2015, observou-se uma melhora nas condições de trabalho para o grupo de 15 a 29 anos, embora ainda seja marcante a extensa carga horária. De acordo com a pesquisa, 13,7% dos jovens brasileiros deixaram de trabalhar mais de 44 horas semanais, mas ainda ocupam de 40 a 44 horas.

Os padrões de gênero também não evoluíram muito, na última década, em relação às jornadas no mercado de trabalho e o cuidado com afazeres domésticos. Em 2015, assim como em 2005, a jornada masculina com afazeres domésticos foi de 10 horas semanais, metade do tempo da feminina para essas mesmas atividades.

Já a jornada de trabalho dos homens, em 2015, foi de 40,8 horas e a das mulheres, 34,9 horas. Assim, juntando o tempo dedicado às atividades de dentro e fora de casa, as mulheres trabalham, em média, 55,1 horas semanais, o que representa cinco horas a mais que os homens. Em 2015, 6,2% dos homens ocupados de 25 anos ou mais estavam em cargos de gerência ou direção, entre as mulheres, essa proporção era de 4,7%.

No Piauí, o rendimento médio é de R$ 1.063, sendo que o salário dos homens é de R$ 1.146, enquanto as mulheres recebem apenas R$ 936,00. Em nível nacional, desigualdade salarial também é elevada, visto que as mulheres em cargos de chefia recebiam, em média, 68,0% do rendimento médio dos homens.

Por: Nayara Felizardo, com informações do IBGE
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