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Setor de serviços cai 1% em agosto puxado por alimentação e alojamento

Em julho, o segmento já havia frustrado expectativas e registrado queda de 0,8% na comparação mensal, após três altas consecutivas.

17/10/2017 15:22

Apesar da inflação baixa e dos juros em queda no Brasil, o setor de serviços do país recuou 1% em agosto, ante o mês anterior, na série com ajuste sazonal, impactado pelo baixo consumo das famílias, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (17). Foi o pior resultado para o mês na série histórica iniciada em 2012.

Em julho, o segmento já havia frustrado expectativas e registrado queda de 0,8% na comparação mensal, após três altas consecutivas.

Na comparação com agosto de 2016, sem ajuste, os serviços caíram 2,4%. Os acumulados de 2017 e em 12 meses até agosto mantiveram as respectivas quedas de 3,8% e 4,5%.

Os serviços prestados às famílias interromperam, em agosto, uma sequência de três meses seguidos de crescimento e foram a única atividade com queda (-4,8%) em relação ao mês anterior. O segmento foi afetado pelos serviços de alojamento e alimentação, que caíram 7,5% no mês.

Estabelecimentos como restaurantes, bares e hotéis vinham de quatro meses de crescimento, mas a alta também foi interrompida em agosto. "Foi um mês de baixo consumo. Houve uma queda generalizada no consumo desses serviços. Foi algo observado em todas as unidades da federação", explica o gerente da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços), Roberto Saldanha.

Contribuíram também para a queda do índice as baixas em serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias (-2%), de tecnologia da informação (-1,6%), transporte terrestre (-1,1%), armazenagem, serviços auxiliares dos transportes e correios (-0,7%) e telecomunicações (-0,2%).

Os destaques positivos em agosto foram os transportes aéreos (5,3%) e aquaviários (3,9%), assim como os serviços administrativos e complementares (1,5%). Demais serviços prestados às famílias -lavanderia, salão de beleza, academia, entre outros- permaneceram estáveis, com variação de 0,1% em agosto.

A receita nominal do setor no mês caiu 0,6%, na comparação com julho. Em relação a agosto de 2016, porém, houve crescimento de 2%. Os acumulados no ano (1,7%) e em 12 meses (0,7%) não foram alterados.

Outros indicadores econômicos analisados pelo IBGE também recuaram em agosto. O volume de vendas do varejo caiu 0,5%, ante o mês anterior, após estabilidade em julho e alta nos três meses anteriores. Foi o resultado mais fraco para agosto desde 2015, quando o indicador caiu 0,6%.

A produção industrial frustrou expectativas ao registrar queda de 0,8% no mês, interrompendo uma série de quatro altas mensais consecutivas.

"Agosto costuma ser difícil para o setor e para a economia em geral, porque as pessoas voltam de férias e, depois de gastarem nesse período, seguram os gastos e o orçamento em agosto", explicou Saldanha.

As perdas no setor de serviços vieram apesar da inflação e dos juros baixos, o que incentivariam o consumo.

Em setembro, o IPCA, a inflação oficial do país, acumulava alta de 1,78% no ano -menor resultado registrado pelo IBGE desde 1998 para o mês de setembro. No mesmo mês, o Banco Central cortou a Selic, a taxa básica de juros, pela oitava vez seguida, a 8,25% ao ano, o menor patamar desde o início de julho de 2013.

ESTADOS

Entre as 27 unidades federativas, as maiores baixas no setor de serviços, na comparação com julho, ocorreram em Alagoas (-5,9%), Paraíba (-3,6%) e Amazonas (-2,9%).

Os Estados que mais cresceram foram Roraima (9,8%), Bahia (3,8%) e Piauí (3,5%).

Fonte: Folhapress
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