De acordo com uma pesquisa organizada pela Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert) e realizada pelo Instituto Datafolha, o preço da refeição no Nordeste aumentou 9% em relação ao ano passado e, das 10 cidades pesquisadas, Teresina foi identificada como a terceira cujo valor médio da refeição é o mais barato. As pesquisas indicaram que uma refeição completa (prato principal, bebida não alcoólica, sobremesa e café) nos restaurantes da cidade custa em média R$ 31,10. 

Ainda assim, muitos consumidores que precisam fazer suas refeições em restaurantes e similares reclamam do valor total gasto com alimentação. A estudante Ananda Oliveira, por exemplo, diz que, diariamente, gasta de R$ 10 a R$ 12 e, no final do mês, percebe que a despesa, só com o almoço, chega a quase R$ 300. 

“Eu acho que almoçar fora não é para todo mundo, porque mesmo a pesquisa apontando Teresina como uma das mais baratas, é um tipo de gasto que nem todo mundo pode ter. Para quem ganha um salário mínimo e tem que almoçar fora todos os dias, a despesa com comida é muito grande. Às vezes, deixo de gastar meu dinheiro com outras coisas, porque sei que ele é o que tenho para almoçar e isso dificulta. Estou até pensando em levar a marmita de casa, para ver se reduzo o gasto com almoço”, diz a estudante. 

Ananda destaca que o preço alto das refeições faz também muitas pessoas não se alimentarem direito, comprometendo a saúde. “Quem passa o dia fora e tem que comer pelo Centro, além do gasto, acaba se prejudicando também na questão de comer comida saudável, já que tem muita gente preferindo almoçar um lanche do que uma comida tradicional, porque sai mais em conta. E isso gera problemas de saúde, peso, dentre outros”, explica Ananda. 

A pesquisa foi realizada em novembro do ano passado nas cidades de São Luís, Aracajú, João Pessoa, Maceió, Recife, Natal, Salvador, Teresina, Fortaleza e Jaboatão dos Guararapes. Quem liderou o preço médio das refeições no Nordeste foi São Luís, com R$ 36,96. 

Foram coletados e analisados 699 preços em restaurantes, bares, lanchonetes e padarias que servem refeições. Os resultados mostraram que, de modo geral, no Nordeste, o valor médio da refeição que, em 2015, era de R$ 29,18 passou a ser de R$ 31,82 em 2016. Ou seja, um trabalhador, que na data da realização da pesquisa recebia um salário mínimo (na época era R$ 880) e não tinha o benefício do vale-refeição, desembolsaria cerca de 79,5% de seu salário para se alimentar fora de casa durante sua jornada de trabalho, considerando 22 dias úteis. 

No Brasil, a região com preço médio de refeição mais caro é a Sul, com R$ 34,34; seguida pela Sudeste, com R$ 33,25 e depois o Nordeste.