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PIB de Teresina caiu 0,78% em 2015, em relação ao ano anterior

Consideradas apenas as capitais brasileiras, Teresina apresentou uma queda no ranking do PIB, de 2014 para 2015 - passando da 19ª posição para a 21ª, respectivamente.

14/12/2017 09:25

O Produto Interno Bruto (PIB) de Teresina caiu 0,78% em 2015, em comparação com o ano anterior, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (14) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e pela Fundação Cepro (Fundação Centro de Pesquisas Econômicas e Sociais do Piauí).

Em 2015, o PIB da capital piauiense ficou em R$ 17,62 bilhões, enquanto em 2014 havia chegado a R$ 17,76 bilhões. 

O levantamento do PIB dos Municípios foi realizado em parceria entre os órgãos estaduais de estatística, as secretarias estaduais e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). E a divulgação dos dados acontece em evento na Associação Piauiense de Municípios (APPM).

Em 2002, Teresina ocupava a 72ª colocação entre todos municípios no ranking nacional do PIB, com uma economia que correspondia a apenas 0,22% do PIB brasileiro. Em 2015, a capital piauiense passou a ocupar a 48ª posição, abrangendo 0,29% do PIB do país - uma melhoria de 24 posições no ranking. No entanto, em relação ao ano anterior a cidade caiu sete colocações, já que chegou à 41ª posição em 2014.

Ainda em 2002, a capital do Piauí estava na 12ª posição entre os municípios do Nordeste, correspondendo a 1,61% do PIB da região. Em 2015, Teresina melhorou três posições, passando à 9ª colocação, com 2,08% do PIB nordestino.

Em 2015, Teresina caiu no ranking do PIB das capitais

Consideradas apenas as capitais brasileiras, Teresina apresentou uma queda no ranking do PIB, de 2014 para 2015 - passando da 19ª posição para a 21ª, respectivamente.

Em 2015, Teresina teve, portanto, um PIB superior ao de apenas outras seis capitais do país: Aracajú (SE), Porto Velho (RO), Macapá (AP), Rio Branco (AC), Boa Vista (RR) e Palmas (TO).

Ainda no ano de 2015, o PIB de Teresina representava 45% do PIB de todo o estado do Piauí. Embora alto, o percentual é menor que o de 2010, quando a capital detinha 47,7% do PIB estadual.

Municípios com menor PIB do Brasil estão no Piauí

Outro dado negativo presente no levantamento refere-se ao fato de que os municípios com menores PIBs do Brasil estão localizados no Piauí: Miguel Leão, com R$ 11,43 milhões de PIB, e Santo Antônio dos Milagres, com R$ 12,01 milhões.

Além desses dois municípios, outros três completam a lista dos cinco menores PIBs do estado: Aroeira do Itaim, Olho d'Água do Piauí e São Miguel da Baixa Grande.

Todos os cinco têm a economia baseada na agropecuária de subsistência e são dependentes das transferências dos governos estadual e federal. Segundo o IBGE, mais de 70% do dinheiro que circula nesses municípios são provenientes dessas transferências.

Entre os 30 municípios com menores PIBs da região Nordeste, 17 são piauienses.

Baixa Grande do Ribeiro tem maior PIB per capita

No quesito PIB per capita (que corresponde à divisão do PIB pela população), Teresina ficou na 23ª posição entre as capitais brasileiras em 2015, com um PIB de R$ 20.879,75 por habitante. No estado, a capital ocupa a 8ª posição no ranking do PIB per capita.

O maior PIB per capita no Piauí é o de Baixa Grande do Ribeiro, com R$ 49.866,93 por habitante. Em seguida está Uruçuí, com R$ 48.817,46 por habitante. 

Na outra ponta da tabela, os municípios que detêm os menores PIBs per capita são: Cabeceiras (R$ 4.949,09 por habitante), Campo Largo do Piauí (R$ 5.012,24), São João do Arraial (R$ 5.089,90), Curralinhos (R$ 5.115,60) e Massapê do Piauí (R$ 5.119,14).

Uma característica em comum entre esses cinco municípios é o fato de apresentarem uma reduzida agregação de valor das atividades produtivas na economia, com forte dependência da administração pública.

Crise provocou queda generalizada no PIB dos municípios, avalia supervisor do IBGE

O ex-deputado Antônio José Medeiros, presidente da Fundação Cepro, reconheceu a queda no PIB de boa parte dos municípios piauienses, mas ressaltou que houve algumas altas, sobretudo na região dos cerrados, graças ao desenvolvimento do agronegócio.

Eyder Mendes, supervisor de documentação e disseminação de informações do IBGE, destacou que a crise econômica que atingiu o Brasil a partir de 2015 fez com que o Produto Interno Bruto de quase todos os municípios caísse. O resultado inclusive, já era esperado, uma vez que os dados referentes às economias dos estados brasileiros foram divulgados no último mês de novembro, apontando quedas nos PIBs de todas as unidades federativas. 

Ainda assim, ele observa que a capital piauiense conseguiu manter o PIB praticamente estável, apresentando apenas uma leve queda, de 2014 para 2015. 

"Houve uma queda no PIB de todos os municípios, praticamente. E isso foi um reflexo da crise econômica que assolou o país a partir de 2015. Com a apresentação desses dados, nós podemos checar como ficou a situação de cada um desses municípios e fazer uma comparação entre eles. Teresina, por exemplo, mesmo com o crescimento das despesas, manteve o PIB praticamente intacto, e ainda está entre os 64 municípios do Brasil que têm 50% do PIB do país, o que demonstra uma grande concentração de renda", avalia Eyder Mendes.

Maioria dos municípios do Piauí depende de transferências federais

O levantamento divulgado pelo IBGE e pela Fundação Cepro mostra também a manutenção de um cenário que vem se repetindo há décadas. As economias dos municípios piauienses ainda têm uma forte dependência das transferências feitas pelo Governo Federal.

"Seja através do Fundo de Participação dos Municípios, através da educação, através da saúde, enfim, boa parte dos municípios do Piauí ainda dependem de transferências federativas, e não teriam como sobreviver sem essas transferências", afirma Eyder Mendes.

O peso dos setores nas economias

O estudo do IBGE também aponta quais setores da economia tiveram mais peso nos municípios do estado. A pecuária, por exemplo, agregou mais valor aos PIBs de Baixa Grande do Ribeiro, de Uruçuí e de Ribeiro Gonçalves.

Já a indústria teve mais impacto nas economias de Teresina, Uruçuí e Parnaíba. Enquanto o setor de serviços se destacou na capital, em Parnaíba e em Picos.

Por: Cícero Portela e Ithyara Borges
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