No momento em que os consumidores já estão sentindo o impacto dos últimos reajustes no preço do combustível, a Petrobras anunciou um novo aumento, dessa vez de 1,8% na gasolina, a partir de amanhã. Na quarta-feira (22), houve um reajuste de 5,1% e na sexta a elevação foi de 1,9%. 

Nesta segunda-feira (27), em Teresina, o valor do litro de gasolina já chega a R$ 4,13 em alguns postos. O último levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), realizado na semana passada, mostrou que o preço mais alto entre os 29 preços pesquisados era de R$ 3,99 e o valor mínimo registrado foi R$ 3,71. 

Segundo o frentista de um posto no Centro, os novos preços passaram a valer na sexta-feira (24). O acúmulo dos reajustes, de julho até agora, atingiu 25,9%. A variação de preços prejudica quem tem o carro como fonte de renda. 

É o caso do taxista João da Costa, que conta que costumava gastar R$ 30 por dia abastecendo seu veículo, mas atualmente precisa dispor do dobro do valor para ter a mesma quantidade de gasolina. “O que eu ganho pela manhã, eu gasto à tarde colocando de gasolina. É uma situação difícil, e querendo ou não acaba prejudicando também o cliente que precisa dos nossos serviços”, aponta. 

Os aumentos diários são resultado de uma política instaurada na Petrobras desde o início de julho. Com isso, a estatal pode reajustar o valor do combustível nas refinarias de acordo com os preços praticados no mercado internacional. 

De acordo com Antônio Nascimento, gerente de vendas em um posto na zona Leste de Teresina, cada empresa define seu preço, a partir do que é revendido pela Petrobras. “Como vem de lá, não é muito bom nem para empresa nem para o cliente. O que a gente passa não é prejudicando cliente. Se a gente compra caro, não pode vender mais barato”, fala. 

Alternativas

Uma saída dos teresinenses é buscar postos com valores acessíveis, que mantém os preços na faixa média de R$ 3,80. Em um posto da zona Leste da capital, os clientes faziam fila para aproveitar o menor preço, uma vez que os valores mudam todos os dias e a expectativa dos consumidores é de aumento todos os dias. 

Para o gestor de contratos Jeferson Braga, que estava na fila para abastecer o veículo em um posto onde o litro custa R$ 3,78, é difícil acompanhar os suscetíveis aumentos. Ele conta que costuma encher o tanque do carro duas vezes por semana, e o que antes gastava R$ 170 para fazer isso, hoje passou a utilizar R$ 230.

Com preços que passam de R$ 4,00, Jeferson afirma que se desloca o máximo para encontrar postos com valores mais baratos. “Eu creio que não tem porque desse aumento desesperado. Quem abastece bastante sofre muito. Vai ficar difícil abastecer nesses postos com gasolina de R$ 4, eu rodo Teresina todinha pra ver se encontra um posto mais barato”, destaca.

Edição: Nayara Felizardo
Por: Letícia Santos