Comerciantes do Mercado do Mafuá afirmam que, mesmo após a Operação Carne Fraca, deflagrada no País há quase 15 dias, os preços cobrados pelos produtos continuam os mesmos. De acordo com o comerciante Honorato Pereira, a movimentação de clientes caiu somente nos dois primeiros dias da polêmica da operação e o preço da carne manteve-se estável, em torno de R$ 22 reais, o quilo. 

Honorato diz ainda que, quando o cliente quer comprar carne, mas há algum re ceio, ele explica a procedência do produto. “Às vezes, eles pedem a nota do fornecedor, então temos por obrigação falar e mostrar que é um produto confiável”, fala o comerciante que trabalha vendendo carnes há 15 anos no Mercado do Mafuá. 

Já para o vendedor Carlos Alberto Castro, a redução das vendas de carne se deu por conta do período da Quaresma e da aproximação da Semana Santa, quando muitas pessoas não comem carne devido à tradição. Ele afirma que o tipo de carne vendida no mercado, por ser natural, é um benefício para o consumidor que sabe a origem do que vai comer. 

Carlos Alberto ainda conta que, após a Operação Carne Fraca, novos clientes apareceram devido ao medo de comprar carne resfriada em supermercados. “Nós aqui geralmente trabalhamos com carne natural, não congelada. As congeladas é que estão ten do a falcatrua, enquanto a nossa é matada todo dia no abatedouro. Sai bom para o cliente porque ele não tem como desconfiar porque a carne é boa, natural e fresquinha”, fala. 

Para os consumidores que costumam ir ao Mercado do Mafuá em busca de carne, não há novidades no preço do produto. Uma das clientes é a estudante Maria Helena Rocha, que costuma ir todo sábado ao Mercado comprar carne e evita comprar em supermercados por conta dos preços, que são mais altos. “Eu compro aqui há uns cinco anos e nunca tive nenhum tipo de problema. Mas sempre que chego em casa, dou uma olhada em como está a carne, mas nunca precisei voltar para reclamar. O preço não mudou, mas eu prefiro comprar aqui porque em outros lugares é um absurdo”, comenta a estudante. 

No entanto, para o advogado Paulo Rogério Silva, a Operação Carne Fraca não assustou os consumidores do dia a dia, que compram carne para consumo próprio, mas sim causou impacto em consumidores de grande potencial, aqueles que importam o produto. 

“Na minha opinião, se existe algum tipo de fraude ou descuido, deve ser apurado. Mas não da forma que foi feita e como foi divulgado, em que prejudicou a economia do país por conta desse medo. No dia a dia, penso que não teve grandes mudanças que mudassem a rotina de consumo”, comenta.