Com o início da Quaresma e a aproximação da Semana Santa, os cidadãos mudam seus hábitos de alimentação em razão da tradição e muitos fieis deixam de comer carne vermelha para comer apenas carne branca. Neste cenário, os comerciantes esperam maior movimento de vendas. 

No Mercado Central de Teresina, os comerciantes reclamam que o movimento e as vendas de peixe ainda não alcançaram a expectativa para a época. De acordo com Altamires Nascimento, a procura pelo camarão, por exemplo, para fazer tortas e peixe ao molho, está diminuindo ano a ano. Ela afirma que o preço do camarão continua o mesmo do ano passado, R$ 80 o quilo do camarão de tamanho médio. O preço do bacalhau varia entre R$ 65 e R$ 80. 

“A procura em geral está menor, apesar desse período de Quaresma ter aumento, mesmo que pequeno. É tudo por causa da crise. Cada ano que passa, diminui. E isso contribui para que a tradição seja deixada de lado aos poucos”, ressalta Altamires. 

Edson Vieira, por sua vez, acredita que a demanda deva aumentar mais próximo da Semana Santa e, até lá, segue negociando com os clientes para não perder as vendas. “O preço aumentou, mas cabe no bolso do consumidor. E nós tentamos agradar os clientes negociando os preços”, comenta Edson. 

Segundo o comerciante, a espécie mais cara de peixe é a pescada amarela, custando R$ 30, o quilo. Para quem quer economizar, o comerciante recomenda a espécie branquinho, que custa entre R$ 13 e R$ 15. Além disso, há as espécies tambaqui, serra e tilápia, com a média de preço de R$ 15. 

Além da procura pelo peixe, comerciantes do Mercado Central relatam que abóbora, quiabo e feijão verde também são famosos durante a Quaresma. Este ano, o preço de quilo de abóbora aumentou 66%; ano passado, o quilo custava R$ 3, enquanto este ano o preço registrado é de R$ 5. O preço do quilo de feijão triplicou; ano passado, o quilo era R$ 2, enquanto este ano custa R$ 7. A informação é da comerciante Iolanda Carvalho, que é proprietária de uma banca de vegetais e verduras há 27 anos. Segundo ela, a preferência dos consumidores em ir ao Mercado Central é a maior opção de verduras. “Aqui tudo é fresco e nós limpamos todos os dias, lá no supermercado as coisas são congeladas”, explica. 

Já os fiéis que não abrem mão de fazer compras no mercado reclamam que o aumento de preço é sentido no final do mês. A dona de casa Lúcia dos Santos costuma comprar camarão todos os anos para acompanhar o peixe e ressalta que sempre faz pesquisa de preço em todas as bancas. “Mesmo não tendo muita diferença dos preços, alguns centavos fazem a diferença e ajudam na economia. Não deixo de comprar peixe, então procuro opções mais em conta”, fala Lúcia.