Esta semana, o Jornal
ODIA traz uma série de reportagens sobre trabalhadores informais, que buscam
alternativas diariamente para
manter o sustendo de suas famílias, sobretudo em tempos
de crise.
Na edição de hoje (20),
contaremos a histórias de
trabalhadores que vendem
lanches no Centro de Teresina. Em bicicletas ou carrinhos, eles percorrem as ruas
da cidade oferecendo sucos
e salgados. O trabalho diário
requer muito esforço e dedicação, mas isso não desanima quem tem esta atividade
como única fonte de renda.
Depois de ser demitido, Daniel aproveitou a experiência na área alimentícia para vender lanches (Foto: Moura Alves/ O Dia)
É o que conta o vendedor
ambulante Daniel Pereira
Sousa, de 32 anos, que trabalhou por um ano e meio
em um restaurante, mas foi
demitido por conta da crise.
Por ter experiência na área,
decidiu investir na venda de
lanches e seu primeiro dia de
vendas foi ontem (19).
“Eu quis trabalhar por conta própria e também pela falta
de emprego. Depois que fui
demitido decidi empreender, investir no meu negócio
e trabalhar por minha conta.
Ser meu patrão, entende? Assim eu faço meus horários e
ninguém fica dando ordens”,
disse.
Ele cita que decidiu investir
na área de alimentação, não
somente por ter trabalhado
nesse ramo, mas porque lanches são acessíveis e de fácil
venda. Além disso, vende-los
em um carrinho facilita bastante, pois permite que ele
percorra muitos locais, sem
esperar que o cliente necessariamente chegue até ele.
“Todo mundo quer comer,
ainda mais quando está na
rua. Eu montei um carrinho
porque não tinha como investir em algo maior, mas claro
que seria muito bom começar com um ponto fixo, sem
precisar ficar me deslocando,
mas quem sabe mais na frente
eu não consiga montar meu
empreendimento”, fala Daniel
Pereira.
O mesmo acontece com o
jovem Bruno Cavalcante Pereira, de 19 anos, que também investiu na venda de lanches para ajudar nas despesas
de sua residência. Há um mês
com um carrinho, ele explica
que buscou esta área devido
à falta de oportunidades de
emprego.
“Eu já trabalhei em outras
áreas, mas também informal,
dirigindo caminhão, e na feira. Mas as empresas só querem alguém que tenha experiência e como eu não tenho,
fica complicado conseguir
algo. Até já deixei meu currículo, mas nunca me chamaram. Então surgiu a oportunidade de vender lanche com
uma pessoa que é da minha
igreja e eu acabei aceitando”,
relata.
Bruno Cavalcante pontua
que a venda de lanches é muito
boa e que o lucro é certo, principalmente na região central de
Teresina. Isso porque, além de
receber o percentual do que é
vendido o final do dia, o rapaz ainda ganha um valor fixo
semanalmente. Ele garante que
o valor total é superior ao que
um trabalhador formal de um
restaurante recebe.
“Essa área informal dá dinheiro porque nós que vamos atrás dos clientes, diferente de um restaurante,
que temos que esperar eles
entrarem. Com um mês já
estou tendo lucros e é com
esse dinheiro que ajudo em
casa, porque meu pai também está desempregado”,
frisa
Por: Isabela Lopes