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Em um ano, número de teresinenses endividados diminui quase 4%

Do total de endividados, 84,4% são de contas em cartão de crédito; 17,9% em carnês de lojas e 2,9% de crédito pessoal.

29/11/2017 06:52

Um levantamento referente ao mês de novembro indica que 47,8% população teresinense está endividada com compras a prazo, financiamento de casa e carro, crédito especial e carnê de loja. O número é menor quando comparado ao mesmo período do ano passado, em que 52,1% tinham dívidas. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor de Teresina (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens e Serviços e Turismo em parceria com a Fecomércio/PI.

Do total de endividados, 84,4% são de contas em cartão de crédito; 17,9% são em relação à carnê de loja e 2,9% de crédito pessoal. Ainda de acordo com os dados, mais de 50% da população paga suas compras à vista.

As informações reveladas pela Fecomércio/PI ainda dão conta que 12,9% dos teresinenses estão com contas em atraso e, destes, 4,9% estão inadimplentes. O assessor econômico da instituição, Raimundo Nonato Paz, explica que a inadimplência é quando as contas já estão com três meses em atraso e já se considera que o devedor não tem como pagar.

Crise e dificuldade de acesso a crédito intimidam consumidores, que só têm pagamento à vista como opção (Foto: Arquivo O Dia)

Segundo a educadora financeira Marielle Baia, em época de crise, as pessoas ficam mais retraídas e o dinheiro fica preso; por isso, o índice de endividamento pode ter reduzido. Além disso, os desempregados e endividados não têm mais crédito para pagar a prazo e acabam não possuindo mais condição de compra e, por isso, optam por pagar à vista.

O que também é um fator de endividamento são as compras parceladas, que muitas vezes levam as pessoas a comprarem além de seu poder aquisitivo, o que acaba acumulando muitas contas. Marielle Baia informa que 30% dos gastos são desperdício.

“Cartão de crédito é uma faca de dois gumes, para quem não paga em dia é um problema muito sério. Os juros são quase 15% ao ano, isso já é um absurdo. O pior é o hábito compulsivo de se comprar. A pessoa acha que está fazendo certo, mas a dívida está sendo aumentada cada vez mais. Quando divido em várias vezes, estou jogando para frente e uma hora não vou ter como pagar”, pontua.


Recomendações

Marielle Baia explica que no final do ano, com o 13º salário, é comum as pessoas se endividarem antecipadamente, já pensando nesse valor a mais na renda. O que acontece é que surgem gastos com escola e livros, além de outras compras de Natal e, para a educadora financeira, o ideal é que o brasileiro criasse o hábito de realizar suas compras à vista.

A recomendação da especialista é que as pessoas conheçam sua vida financeira e, para isso, é necessário um diagnóstico: deve ser feito o levantamento do ganho mensal; após essa fase, deve ser realizada a listagem dos gastos por mês.

“Tem que anotar tudo por categoria. O que gasta com supermercado, gasolina, ônibus, saída, roupas. A partir disso, vai conhecer o seu padrão de vida. Se meu padrão de vida é valor X, então não posso ganhar menos que isso. A maioria das pessoas não sabe seu padrão de vida e estão vivendo no limite do ou mais e isso gera desconforto”, enfatiza.

Por: Letícia Santos - Jornal O Dia
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