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Economista nega crise e explica fenômeno de recessão econômica

Consumidor deve evitar pessimismo, mas não fazer dívidas.

05/09/2015 17:17

Queda da produção, aumento do desemprego e da inflação. Em suma, entender uma recessão econômica é analisar um conjunto de fatores que prejudicam a economia e, em consequência, a vida da população. O país, desde o ano passado, vem sofrendo colapsos econômicos que impedem seu crescimento e, para os especialistas que vêm embasados no cenário atual, as previsões para os próximos meses continuam sendo de muita preocupação.

“Recessão é uma situação na qual um conjunto de coisas negativas na economia acontecem. A recessão tem queda da produção, aumento do desemprego, aumento da inflação, basicamente esses três fatores, que representam uma queda na atividade econômica do país. É um termo que as pessoas não gostam de dizer. Normalmente, não se fala em recessão, mas o país está a dois trimestres seguidos com atividade econômica em queda, inferior ao ano passado, então dizemos que estamos passando uma recessão técnica”, esclarece o economista Stefano Lopes.

Foto: Jailson Soares/ODIA

Recentemente, o Produto Interno Bruto (PIB), que baliza os avanços e recuos da economia, apresentou retração de 1,9% no segundo trimestre de 2015, em relação aos três meses anteriores. “Quando se tem inflação, o poder de compra é reduzido e você vai comprar menos. Quando você faz isso, as empresas vendem menos e por isso acontecem as demissões. É o que está acontecendo com as montadoras de carros no Sul do país, por exemplo. Hoje a situação está assim: a economia está com a inflação acima do que se espera. A taxa de juros, a taxa Selic, que já vai em torno de 14,25% ao ano. Estamos com a taxa de cambio elevada, que é bom para o exportador, mas para o importador é ruim, e como temos muito insumos importados, isso se torna um problema para o país”, afirma Stefano.

Consumidor deve evitar pessimismo, mas não fazer dívidas

Por essa característica interdependente, em que cada cenário depende da evolução do outro, a recomendação é não fomentar o pessimismo econômico. As pessoas devem continuam consumindo de forma ponderada. “O pessimismo pode ainda piorar o cenário. As pessoas tem que agir contidamente com ou sem esse cenário negativo, evitando gastar mais do que tem, evitando compras parceladas em cartão de credito. O consumidor tem que ser precavido, evitar dívidas altas, ou seja, continuam consumindo, mas de forma responsável”, lembra o economista.

Para enfrentar o problema, as medidas tomadas pelo Governo têm causado polêmica, já que as ações por parte da iniciativa Federal têm se dado através de aumento taxas de juros e aumento dos impostos, por isso, a estimativa é que a população ainda sentirá no bolso a recessão pelos próximos meses. Apesar de preocupante, o economista lembra que o país ainda não vive uma crise financeira tão drástica. “Falar em crise é mais pesado. É uma crise o que estamos vivendo? Não diria crise, mas estamos em um momento ruim da economia. As variáveis econômicas estão ruins, a economia sente. Se passarmos da recessão técnica para a recessão oficial aí podemos falar em crise”, finaliza.

Por: Glenda Uchôa - Jornal O DIA
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