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Dólar tem maior salto em quase 7 meses e vai a R$ 3,28

Moeda dos EUA avançou 1,73%, a R$ 3,2865 na venda.

07/12/2017 18:08

O dólar fechou em alta de quase 2% nesta quinta-feira (7), voltando a se aproximar do patamar de R$ 3,30, diante da avaliação de que o governo do presidente Michel Temer tem poucas chances de aprovar a reforma da Previdência em breve devido à dificuldade de conquistar apoio político.

A moeda dos EUA avançou 1,73%, a R$ 3,2865 na venda, maior alta desde 18 de maio passado (+8,15%), quando o mercado reagiu à delação de executivos do grupo JBS que atingiram em cheio Temer. Veja a cotação

Na máxima da sessão, a moeda norte-americana foi a R$ 3,3194, segundo a Reuters, e o movimento de agora foi mais do que suficiente para anular a queda acumulada de 1,26% nos quatro pregões anteriores.

"A situação volta a complicar...Vamos ter que conviver com mais uma sessão de informações desencontradas, o que agrega volatilidade aos mercados", explicou o economista-chefe da corretora Modalmais, Alvaro Bandeira.

O nervosismo do mercado veio com os sinais mais claros de que Temer não está conseguindo apoio político para aprovar a reforma da Previdência na Câmara dos Deputados ainda neste ano. Uma liderança governista disse à Reuters nesta tarde que as chances de votar a matéria estão menores por causa de resistências de partidos aliados como o PRB, PR e PSD.

Segundo o Blog do Valdo Cruz, líderes já falam em votar apenas no dia 19 de dezembro, na última semana antes do recesso do Legislativo. Motivo: o governo ainda não tem os votos necessários.

A dificuldade do governo de conseguir apoio à reforma - considerada essencial para o ajuste das contas públicas - fez o dólar mudar de patamar já em outubro passado, quando chegou a ser negociado no nível de R$ 3,15, mas foi próximo a R$ 3,30.

Mas, nas últimas semanas, diante dos esforços do governo, os investidores começaram a enxergar maiores chances à reforma, o que levou o dólar a recuar nas quatro sessões passadas, por exemplo. Agora, o nervosismo voltou à tona.

"Se não houver uma definição sobre o tema ainda este ano, com sua aprovação, o Brasil tende a ter sua nota de crédito rebaixada por agências de classificação de risco, afetando inclusive a política monetária", afirmou em nota o operador da Advanced Corretora Alessandro Faganello.

O Banco Central vendeu o total de até 14 mil swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de janeiro. Até agora, rolou o equivalente a US$ 3,5 bilhões do total de US$ ,638 bilhões que vencem no mês que vem.

No exterior, o dólar rondava a estabilidade ante uma cesta de moedas, mas subia ante divisas de países emergentes.

Juros futuros disparam

No mercado de renda fixa, houve uma disparada de taxas de juros devido a preocupações com a reforma da Previdência. As taxas dos vencimentos janeiro/2023, janeiro/2021 e janeiro/2020 subiram mais ou perto de 20 pontos-base nas máximas do dia, no pior pregão em pelo menos um mês, segundo o Valor Online.

Às 16h, o DI janeiro/2023 ia a 10,160% ao ano (10,040% no ajuste anterior).O DI janeiro/2021 subia a 9,270% (9,180% no ajuste de ontem).O DI janeiro/2020 avançava para 8,340% (8,270% no último ajuste). Os juros chegaram ao fim da tarde a alguma distância das máximas, mas ainda assim refletiram o temor de que a reforma da Previdência não seja votada neste ano.

Os patamares dos DIs ainda estão aquém dos verificados em meados de novembro, quando o mercado também via baixa probabilidade de aprovação do texto ainda neste ano. Mas já se encontram mais longes das mínimas vistas na sequência, momento em que investidores colocaram fichas num desfecho favorável ainda em 2017. Na prática, esse desvio sugere que, em caso de confirmação de que a reforma não será votada neste ano, os preços podem piorar um pouco mais, mas de forma menos intensa.

Fonte: G1
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