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Crise econômica abala autoconfiança dos jovens brasileiros

O estudo mostra que o Brasil passou por uma das piores crises de sua história e a situação difícil está impactando na confiança da geração dos "millennials".

04/12/2017 14:48

A autoconfiança do jovem brasileiro está mais abalada do que nos outros quatro países latino-americanos pesquisados. É o que aponta dados da pesquisa "Acreditamos nos jovens", para a Arcos Dorados, operadora da marca McDonald's na América Latina, e divulgada hoje (4), durante o "1º Fórum Acreditamos nos Jovens", no auditório do MUBE, em São Paulo. 

De um modo geral, o estudo da Trendsity mostra que o Brasil passou por uma das piores crises de sua história e a situação difícil está impactando na confiança da geração dos "millennials". "Em busca do primeiro emprego, eles encontram mais portas fechadas do que abertas", disse Ilton Teitelbaum, professor-adjunto da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS) e coordenador do estudo.

Enquanto 77% dos jovens brasileiros declaram ter confiança em si próprios, nos outros países da América Latina esse índice chega a 82%. Argentinos, chilenos, colombianos e peruanos também parecem olhar para o porvir com melhores olhos que os brasileiros. No Brasil, de cada dez jovens, sete estão bastante ou totalmente otimistas em relação ao futuro. Nos outros países essa relação é de dez para oito.

Outro sinal de insatisfação dos brasileiros é a vontade de deixar o País no futuro. Mais de um terço dos entrevistados (36%) planejam viver fora do Brasil em algum momento de suas vidas ou permanentemente.

Jovens brasileiros esperam mais confiança da sociedade, aponta pesquisa

Os jovens brasileiros são otimistas, confiam em si, nas suas capacidades e nos seus talentos, mas demandam uma maior confiança da sociedade. Enquanto oito, em cada dez jovens, confiam em seus próprios talentos e habilidades, apenas um terço considera que a sociedade acredita nas capacidades e talentos de sua geração. Eles próprios, em sua maioria, tampouco acreditam que a sociedade e o mercado irão ajudá-los a superar essa percepção negativa. 

Só 16% deles, conforme o levantamento confia, parcial ou totalmente, no apoio social.

"Os jovens brasileiros esperam que a sociedade confie mais neles neste momento, e não, em um futuro distante. Eles querem se sentir inseridos e saber que pertencem a algo maior", disse Teitelbaum, coordenador da pesquisa. "Confiar, para esse jovem, envolve uma via de duas mãos: exige-se alguma coisa, mas, também, se entrega alguma coisa. Ele entrega desempenho, mas quer acreditar na causa que está por trás disso", analisou.

Para os entrevistados, demonstração de confiança é acompanhá-los em seu desenvolvimento profissional e capacitá-los. E isso traz motivação e segurança, algo que eles buscam para seguir em suas trajetórias.

A pesquisa ouviu 1,8 mil jovens em cinco países (Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Peru), em setembro passado. O levantamento aponta para a necessidade de as empresas melhorarem sua comunicação com os jovens e identifica as principais barreiras que eles encontram na hora de procurar emprego: 77% lamentam a exigência de experiência anterior; 69% reclamam da falta de oportunidades; e, para 68%, há falta de confiança na sua geração.

Fonte: Da redação
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