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Com inflação 'bastante favorável', BC indica que juro deve continuar recuando

Presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, disse que corte na Selic deve ser menor na próxima reunião do Copom, no fim de outubro. Mercado estima que taxa cairá de 8,25% para 7,5% ao ano.

02/10/2017 14:31

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta segunda-feira (2), durante palestra na Universidade de São Paulo (USP), que o comportamento da inflação, de uma forma geral, permanece "bastante favorável" e indicou que, por conta disso, o processo de corte de juros deve ter continuidade.

Atualmente, os juros básicos da economia estão em 8,25% ao ano, após oito cortes consecutivos. Os juros recuam ao menor nível desde julho de 2013, ou seja, em pouco mais de quatro anos.

Em termos reais, ou seja, após o abatimento da inflação estimada para os próximos 12 meses, Goldfajn informou que os juros estão em 3,1% ao ano, um patamar "baixo do ponto de vista histórico brasileiro e tende a estimular a economia", disse Goldfajn.

Inflação sob controle

Segundo ele, as projeções do BC indicam uma inflação sob controle, situando-se em 3,2% neste ano e em 4,3% em 2018, tendo por base o IPCA, a inflação oficial. Esse cenário, observou ele, supõe trajetória de juros que encerra 2017 em 7% ao ano e se mantém nesse patamar ao longo de 2018.

"Para a próxima reunião [do Copom, no fim de outubro], caso o cenário básico evolua conforme esperado, e em razão do estágio do ciclo de flexibilização, o comitê vê, neste momento, como adequada uma redução moderada na magnitude de flexibilização monetária [corte de juros]", acrescentou.

O mercado financeiro já estima uma redução menor nos juros, de 0,75 ponto percentual no fim deste mês, de 8,25% para 7,5% ao ano.

A definição da taxa de juros pelo BC tem como foco o cumprimento da meta de inflação, fixada todos os anos pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Para 2017 e para 2018, a meta central de inflação é de 4,5%, com intervalo de tolerância de dois pontos percentuais, de modo que o IPCA pode variar sem que o objetivo seja formalmente descumprido.

Alta do consumo

Ainda de acordo com Goldfajn, o crescimento do consumo tem sido um dos causadores da retomada da economia.

"A rápida queda da inflação elevou o poder de compra da população e ajuda a explicar essa recuperação via consumo. Esse é um movimento calcado em bases mais sólidas que no passado, pois baseia-se num aumento provavelmente permanente de renda e na redução do endividamento das famílias ocorrido nos últimos dois anos", afirmou ele.

Segundo o presidente do BC, o ganho de poder de compra "se evidencia claramente na parcela da população que recebe o salário mínimo".

Ele afirmou que, em agosto de 2016 após usar o salário mínimo, então em R$ 880, para comprar uma cesta básica em São Paulo, que custava R$ 695 segundo levantamento do Procon, restavam R$ 185. Em agosto deste ano, disse ele, restam R$ 294, um aumento de 55% após descontada a inflação do período.

"Dessa forma, após dois anos de recessão, causada pelos excessos cometidos no passado, destaco que o cenário econômico de recuperação da economia que vivemos deve-se também à reorientação da política econômica e à determinação da política monetária na queda da inflação", afirmou.

Fonte: G1
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