Uma nova modalidade de
negócios tem ganhado destaque em Teresina e atraído
tanto novos empreendedores quanto uma maior quantidade de clientes. É o mercado de bazares, que ofertam
produtos, principalmente da
área de moda, por um preço
mais atrativo.
A universitária Gabriela
Moreira, há um ano, resolveu investir na área de bazar.
O comércio de roupa e acessórios não era uma realidade
desconhecida para a jovem,
já que a mãe possui uma loja
de roupas, um dos motivos
que facilitou a abertura do
novo negócio.
Gabriela Moreira usa redes sociais para divulgar bazar de roupas e acessórios (Foto: Elias Fontenele/ O Dia)
“Pelo fato da minha mãe
ter uma loja, nosso guarda-
-roupas vivia abarrotado de
roupas e por lá também sempre tinham peças que, por algum motivo, não saiam para
as vendas. Foi assim que resolvemos montar o bazar e,
com o tempo, vimos que deu
certo”, comenta.
A iniciativa realmente
atraiu o público. Em pouco
tempo, o bazar já não contava apenas com peças da família ou de estoque da loja,
mas também de pessoas que
deixavam produtos para serem negociados.
“Tivemos uma receptividade muito boa, porque já
não eram só as amigas que
vinham comprar ou deixar
produtos, começaram a aparecer outras pessoas”, destaca Gabriela.
No local, o fluxo de negócios funciona da seguinte forma: as pessoas podem
deixar peças no bazar, que
passam por uma triagem levando em consideração o
padrão da moda, qualidade e
marca, para assim, ser definido o preço do produto.
Após essa etapa, o produto
ficará disponível de quatro
a seis meses, a depender do
tipo da peça. “Vestidos de
festas, que geralmente têm
uma saída mais demorada,
ficam na loja até seis meses.
Caso a venda não seja efetivada, nós devolvemos o
produto”, explica a jovem. O
valor da peça vendida é repassado à dona do produto
com apenas um percentual
para o bazar.
No processo de venda, Gabriela lembra que conta com
um aliado: as redes sociais.
É por meio de ferramentas
como Instagram, Snapchat e
Facebook que a propaganda
dos produtos é feita. Tudo
com descrição e valor.
O público do negócio é diverso e em sua grande maioria se distribui entre mulheres de 18 a 45 anos. “Agora já
estamos dando uma expandida no bazar, porque temos
uma quantidade de peças que
já não está mais cabendo. O
giro está ficando maior, mais
gente querendo deixar e mais
gente querendo comprar”, finaliza.
ONG realiza bazar permanente como forma de manter atividades
Muito mais que um comércio a fim de gerar lucro, o dinheiro arrecado com o bazar
permanente do Centro de Reintegração Familiar e Incentivo à Adoção (Cria) gera mais
oportunidade para a ampliação de atividades e transformação de vida. O negócio se
torna uma corrente do bem.
Bazar do Cria tem peças a partir de R$ 1 (Foto: Elias Fontenele/ O Dia)
Aberto diariamente, o espaço do bazar é localizado
dentro da própria sede da
instituição, localizada na Rua
São Pedro, 1841, Centro-Sul,
onde são comercializados
roupas, acessórios, sapatos,
roupas de cama e brinquedos.
“O bazar veio da ideia da
nossa coordenadora e fundadora, que sabia que precisávamos de receita para
manter as atividades, além de
ajudar para o pagamento dos
funcionários que mantêm o
Centro”, destaca Bárbara Viana.
A maior parte dos produtos comercializados no local
são de doações de pessoas
que deixam os produtos no
bazar, mas Bárbara destaca
que funcionários da instituição também podem ir pegar
as peças caso contatados.
É possível encontrar produtos de até R$ 1 no espaço.
“Nós já temos um público
consagrado, que já conhece o
bazar e também têm aquelas
pessoas carentes que vem a
procura de roupas boas a preços bons”, destaca.
O mês onde o estoque fica
mais abastecido, sem dúvida,
é dezembro e janeiro, mas
há também a época de ‘vacas magras’, que é quando a
funcionária chama atenção
da sociedade. “Em dezembro, até fazemos um queimão
para facilitar a saída das peças,
porque realmente recebemos
muitas doações. Em janeiro,
continua bom o fluxo, mas já
pelo meio do ano as coisas diminuem”, alerta.
Mesmo as peças que não
são vendidas no local têm
saída: elas se tornam doações
para outras instituições carentes. No bazar do Cria, cada
produto tem um fim para
além do lucro, mas uma forma
de atingir de forma positiva
outras vidas.
Por: Glenda Uchõa