Após seis anos desde que a primeira faixa semi exclusiva para ônibus foi implantada em Teresina, na Avenida Frei Serafim, este sistema ainda causa confusão entre os motoristas. Isto porque muitos condutores não respeitam as faixas de tráfego exclusivo do transporte coletivo; por outro lado, até mesmo os motoristas de ônibus saem da faixa deles para transitar naquelas que seriam para os carros de passeio.

A fiscalização dessas vias é feita pela Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans). Segundo o coronel Jaime Oliveira, diretor de Operações e Fiscalização da Strans, o fato de carros comuns invadirem os corredores de ônibus diminui a fluidez do trânsito e aumenta a possibilidade de acidentes. A fiscalização destas infrações é feita através de agentes de trânsito circulando cotidianamente nas vias da cidade e também por meio de monitoramento de câmeras da própria Strans.

“Na central de monitoramento, nós temos os agentes que operam o dia todo e, quando alguma pessoa não entra na primeira rua à direita, em uma via semi exclusiva para ônibus, ele já está notificado. Quando são os motoristas de ônibus que invadem, acontece a mesma coisa”, aponta o coronel Jaime, explicando que as faixas semi exclusivas são aquelas em que táxis também podem trafegar, utilizando-as apenas para desembarque de passageiros.

^{Desrespeito às faixas favorecem ocorrência de acidentes (Foto: Assis Fernandes/O Dia)}

 Os motoristas de carros comuns, por sua vez, apontam que, muitas vezes, os ônibus saem de sua respectiva faixa e atrapalham o trânsito. “Ônibus fora da faixa atrapalha, mas como elas foram mal planejadas, às vezes, eles precisam sair da faixa. Por exemplo, nesse trecho da Frei Serafim só tem uma faixa e não duas. Nunca vi acidentes, mas vejo muita bagunça. Os motoristas em geral sem se entender”, conta a motorista Marina, que trafegava próximo ao cruzamento da Avenida Frei Serafim com a Pires de Castro.

Em relação aos acidentes causados, o coronel Jaime Oliveira revela dados de que quase 100% dos acidentes ocorrem porque os motoristas não respeitam suas respectivas faixas. “A pessoa sai da segunda faixa e entra na do ônibus e vai e bate nele. E a recíproca é verdadeira, acontece o mesmo com o ônibus. Têm muitos acidentes onde temos faixas semi exclusivas”, afirma coronel Jaime Oliveira.

O diretor de Operações e Fiscalização da Strans revela ainda que o órgão está realizando licitação para a implementação de mais câmeras de fiscalização nas vias. “É humanamente impossível o agente de trânsito ficar circulando 24 horas por dia, então o sistema de monitoramento através de câmeras, que nós temos aqui, é muito mais eficiente”, conclui.

Por: Letícia Santos - Jornal O Dia