Alguns comemoram mais de duas décadas de presença nas ruas de Teresina, outros têm apenas a ideia de como será estrear pelas vias da cidade. Os blocos carnavalescos da Capital, que ocupam as ruas e avenidas durante os quatro dias de folia, prometem surpreender o folião que decidiu ficar na cidade.

A proposta é que as ruas de Teresina sejam ocupadas com muita música, brilho, alegria e pique, já que, com apoio da Prefeitura de Teresina, através da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves (FMCMC), mais de 50 blocos se espalham por todas as zonas da cidade.

O Sanatório Geral é um dos já consagrados. O bloco que acontece no sábado (25), na Praça da Liberdade, Centro de Teresina, traz ao folião possibilidade de concentração a partir das 16h e percurso com trio elétrico.

^{Este ano, as bandas Magnólia e Eletrochoque animam os foliões na Praça da Liberdade, onde ocorre o Sanatório Geral (Foto: Arquivo O Dia)}

Este ano, a banda Magnólia animará o folião com um repertório que passeia pela música popular brasileira, desde o carimbo, forró e as tradicionais marchinhas. Além disso, a banda Eletrochoque também faz a alegria dos foliões.

Fundado no ano de 2004, o Sanatório Geral surgiu com o objetivo preencher uma lacuna no carnaval de Teresina e de reunir foliões que não tinham opção de festa para o sábado de carnaval. Jorginho Medeiros e Arimatan Martins, fundadores e organizadores da festa, quando se uniram para colocar o bloco na rua, não imaginavam a proporção que o bloco tomaria. Para este ano, a expectativa é que a festa concentre cerca de três mil foliões no Centro da cidade.

Vaca Atolada pretende arrastar cerca de 100 mil pessoas

A escultura de uma vaca de cerca de quatro metros de altura puxará os foliões em ritmo carnavalesco pelas ruas da zona Norte de Teresina. É essa a primeira imagem que se forma ao falar do bloco carnavalesco Vaca Atolada, que há 24 anos faz a festa durante o Carnaval em Teresina. Neste ano, o presidente do bloco afirma esperar uma média de 100 mil pessoas durante concentração e percurso do bloco.

“Estamos esperando umas 100 mil pessoas, porque o Vaca já tem mais nome e muito mais pessoas vão ficar aqui em Teresina por conta da crise. Teremos trios e bandas, shows de música e concurso de fantasia. É uma festa para todos”, explica o presidente do bloco, Daniel Borges.

A história do Vaca Atolada começou com um pequeno trio elétrico de madeira, em que Daniel e os amigos aproveitavam para, fantasiados de mulher, passar pelas ruas da cidade. Com o tempo, mais pessoas foram aderindo à ideia e, agora, 24 anos depois, milhares de pessoas participam da folia.

O nome peculiar nasceu por conta um prato típico do Centro-Oeste do país: o vaca atolada. “Sou de Brasília e tem um prato lá que se chama vaca atolada e coloquei como carro chefe e pegou. Depois, minha irmã fez uma roupa de vaca e saí com ela. Aí deu certo. Nosso bloco é maravilhoso, convidamos todos os teresinenses para vir participar”, explica Daniel.

O Vaca Atolada acontece na segunda-feira (27), com con centração em frente ao Iate Clube. Após a concentração, o percurso com o trio passa pela Alameda Parnaíba, Avenida Santos Dumont, Matadouro, Aeroporto, Rua Gabriel Ferreira e retorna pela Alameda Parnaíba.

“Esse percurso é tudo pra mim, quando você olha a Avenida completa, aquele mar de gente seguindo o trio é a coisa mais bonita do mundo. E sempre é a vaca que vai guiando. É uma festa maravilhosa”, finaliza.

Capote da Madrugada comanda percurso de 3 km na zona Leste

O nome do bloco remete ao horário da madrugada, mas quando o Capote toma as ruas de Teresina já é final da tarde de sábado. O bloco, que comemora 14 anos de fundação, tem vasta programação festiva para mais um ano de carnaval em Teresina e, com percurso que tem cerca de três quilômetros, o Capote pretende levar cerca de 80 mil foliões às avenidas da zona Leste. Segundo o diretor administrativo do Capote, Josélio da Silva, tudo começou com a intenção de reativar o carnaval de rua da Capital. Uma iniciativa que, comprovadamente, deu certo.

^{Organização espera 80 mil foliões (Foto: Arquivo O Dia)}

“Queríamos reativar esse movimento do carnaval de rua de Teresina, porque aqui tinham pouquíssimos blocos. Foi quando os piauienses que moravam em Recife e os pernambucanos que moravam aqui se juntaram para formar o Capote”, lembra. A ideia deu tão certo que, na última edição, segundo levantamento da Polícia Militar, o Capote levou cerca de 60 mil foliões às ruas. Com uma maior divulgação e também permanência das pessoas na Capital, o número promete subir.

Para o presidente do Capote, Josefá Coelho, todo o trabalho tem uma satisfação enorme de ver as pessoas se divertindo a cada nova edição. “É um trabalho feito com amor e, por isso, sai bem feito, mas tudo isso serve de estímulo para o Capote ser nosso maior prazer, podemos ver que as pessoas se divertem com os amigos, com a família. Esse é nosso maior slogan: você e sua família com alegria no Capote”, comenta.

A programação do bloco, este ano, envolve concentração a partir das 12h com a banda Sambatom, depois, uma orquestra de frevo animará os foliões até às 17h, com previsão de saída do percurso que tem cerca de 1,5 km na ida e 1,5 km na volta com três trios elétricos e banda animando todo o trajeto de folia.

“As pessoas podem comprar nossa camisa que dá direito a dois chops. Temos muitos parceiros para essa festa, então queremos que todos se divirtam com segurança e alegria. Esse é nosso maior objetivo”, finaliza Josélio.

Bloco Paçoca anima os quatro dias de festa na zona Sul

São 23 anos de folia e muitas histórias que ganham mais espaço a cada ano carnavalesco. O Bloco Paçoca, tradicional na zona Sul de Teresina, faz festa durante os quatro dias de carnaval na capital do Piauí.

“Fazemos a festa na nossa sede, que fica no bairro Saci e, todo ano, a gente faz uma caminhada pela Avenida Principal, que já é bem conhecida. O Paçoca tem essa tradição e vamos mantê-la ainda mais animada esse ano”, afirma o vice-presidente do bloco, Elzo Ribeiro.

^{Festas acontecem na sede do Bloco, no bairro Saci (Foto: Elias Fontinele/O Dia)}

Essa é a primeira vez que o bloco terá programação durante todos os dias de folia. No sábado (25), Zé Roraima e Therê Grove animam o folião. No domingo (26), a programação fica por conta da matinê a partir das 10h da manhã.

Na segunda (27), Samblack e convidados animam os foliões durante a tarde e noite. E, para finalizar a folia, na terça-feira de carnaval (28), a banda Shambalada dá o ritmo final da festa com axé e marchinhas.

“Nossa expectativa é muito boa para este ano. Sabemos que já que não terão os desfiles das escolas de samba, como no ano passado, a expectativa é de aumentar o público e também estamos apostando muito que a galera não vai viajar, vai querer economizar e vai brincar o carnaval aqui perto de casa”, considera Elzo.

Para participar, o folião adquire um kit de camiseta mais caneca, que é vendido a um preço promocional de R$ 15, na sede do bloco. Com irreverência e diversidade, o Paçoca, segundo os organizadores, tenta resgatar o carnaval de verdade que ganha espaço dentro da capital piauiense.

Bloco de Fanfarra vai às ruas para folia e reivindicação

Estreando no Carnaval de Teresina, o Bloco Fanfarra das Artes é formado por 150 crianças e jovens que se distribuem entre o comando dos instrumentos de sopro, corneta, prato, tarol, bumbo e outros. A banda de fanfarra estreia no Carnaval de Teresina indo às ruas da zona Sudeste durante dois dias, com a intenção de levar não só diversão, mas reivindicar temas prioritários para a juventude da cidade.

^{Bloco Fanfarra das Artes é formado por 150 crianças e jovens que se distribuem entre o comando de vários instrumentos (Foto: Assis Fernandes/O Dia)}

“Somos um grupo cultural que faz trabalho com a juventude há mais de 20 anos na área de percussão para crianças e adolescentes. Esse ano, a gente decidiu ir para a rua enquanto bloco, porque, até então, a gente era específico para o desfile de 7 de setembro, e agora vamos para divertir e também levantar a bandeira de mais espaço para a juventude, pela não redução da idade penal, pelo fim do extermínio da juventude negra, que a gente tem muito na região Sudeste”, explica o coordenador da banda, Ismael Oliveira.

Levando um repertório de marchinha, o grupo sairá das proximidades do Banco do Brasil do bairro Dirceu no domingo (26) e na terça (28). A proposta é percorrer as ruas do bairro convidando os foliões a acompanharem a banda e reforçar os pedidos de reivindicação.

“Vamos colocar nossa juventude na rua e ela vai poder lutar por mais espaço. Hoje, nós ensaiamos no espaço Almeidão, que é um lugar abandonado pelo poder público. Queremos, com isso, reivindicar os novos espaços para a juventude e reviver o carnaval saudável em Teresina”, descreve.

O bloco sairá a partir das 17h, com concentração sempre nas ruas do bairro Dirceu.

Carnaval do Salve Rainha tem vasta programação

O coletivo cultural Salve Rainha, em sua temporada de carnaval, ocupa o antigo Sanatório Meduna, bairro Cabral, zona Norte de Teresina; e traz atividades que incluem exposições, shows musicais e estrutura de bares e feira livre. Para o carnaval, o coletivo mostra a sua marca para a realização da festa: a diversidade. No domingo (26), a par tir das 16h, as bandas Vulgo Garbus, Neanderthais Band, Obtus Hc, Bia E os Becks, Ayrton Souza e ainda performances de Leonardo Mascarenhas e Mickeyla Diamondis dão o tom da festa.

^{Temporada encerra domingo no antigo Sanatório Meduna (Foto: Divulgação)}

O coletivo também conta com galeria cultural onde nomes como Amanda Querete (in memorian), André Gonçalves, Camila Carva lho, Danilo Augusto, Eduardo Franco, Fátima Peixoto, Gillan King, Gomes Paraguaçu e outros artistas expõe seus trabalhos que podem ser acompanhados pelo público.

Em homenagem a um dos fundadores do coletivo, Júnior Alves, também acontece no local a instalação Salve Junior! “Numa sala especial, a instalação Salve Junior é um ponto carinhoso neste último episódio da Temporada de Carnaval do Salve Rainha”, define Camila Fortes, da organização.

O carnaval do coletivo ainda oferta a ‘feira sobrenatural’, com venda de peças, acessórios e comidas que podem ser conferidos pelo público durante a noite festiva.

Por: Glenda Uchôa - Jornal O Dia