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Teresina possui menor malha metroviária do país, aponta CNT

Levantamento feito pela Confederação Nacional do Transporte indica necessidade de ampliar em pelo menos 850 km a malha de metrôs e trens de passageiros no Brasil.

12/12/2016 19:04

Um levantamento divulgado nesta segunda-feira pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta que o Brasil precisa ampliar em pelo menos 850 km a malha de metrôs e trens de passageiros para modernizar o transporte urbano nas grandes cidades.

Isso significa um crescimento de cerca de 80% da infraestrutura atualmente disponível, que é de 1.062 km de extensão. 

Segundo a CNT, seriam necessários R$ 167,13 bilhões em investimentos para a construção e ampliação de sistemas e ainda para a aquisição de material rodante e recuperação de infraestrutura. 

Os dados integram o estudo inédito "Transporte & Desenvolvimento: Transporte Metroferroviário de Passageiros", realizado pela CNT.

Foram caracterizados 14 sistemas presentes em 13 regiões metropolitanas brasileiras e na cidade de Sobral, no Ceará, com informações sobre a evolução recente da rede, indicadores operacionais – para o período de 2011 a 2015 – e aspectos econômicos e ambientais do setor. São sistemas que incluem trens metropolitanos, metrôs, monotrilho, VLTs (veículo leve sobre trilhos) e aeromóvel. O estudo também tem como objetivo identificar os principais entraves ao desempenho e propor soluções.

Dentre os 14 sistemas que integram o levantamento, Teresina possui um dos menores, com uma linha de apenas 13,6 km de extensão, o que corresponde a 1,4% da extensão total de toda a malha de metrôs e trens do país.

O sistema da capital piauiense empata, em extensão, com os da região metropolitana do Cariri e da cidade de Sobral (CE).

Na outra ponta do ranking aparecem São Paulo, com 334,9 km de linha operacional (33,3% do total no país); e Rio de Janeiro, com 262,1 km, ou 26%.

De acordo com o presidente da CNT, Clésio Andrade, “a ampliação da infraestrutura e o planejamento adequado do transporte sobre trilhos nas grandes cidades, sempre integrado ao sistema de ônibus, são fundamentais para atender à expansão da demanda pelo transporte de massa e para a melhoria da mobilidade urbana”.

Nas regiões onde ficam os sistemas analisados pela CNT, enquanto a população cresceu 6,2% entre 2010 e 2015, a frota dedicada ao transporte individual (carros e motocicletas) expandiu 24,5%. O resultado disso foi o aumento da concorrência pelo espaço nas vias, mais congestionamentos e deslocamentos diários cada vez mais demorados. A malha do sistema metroferroviário, por sua vez, foi expandida apenas 6,7% nos últimos cinco anos.

De acordo com a CNT, o modal de transporte de passageiros sobre trilhos, por seu caráter estruturante do território, pela confi abilidade e pela grande capacidade de transporte que proporciona, pode contribuir para a melhoria da acessibilidade, da mobilidade e da qualidade de vida das populações dos aglomerados urbanos onde se inserem. “Com esse estudo, a CNT oferece mais uma contribuição para o desenvolvimento do setor de transporte”, afi rma Clésio Andrade.

Teresina não tem metrô, mas sim trem metropolitano

Embora a Companhia Metropolitana de Transporte Público (CMTP) denomine o sistema presente em Teresina como metrô. No entanto, o levantamento da CNT afirma que a linha localizada na capital piauiense não possui características que se adequem às de um sistema de metrô. 

" A linha em questão, apesar de se restringir à área central do município e apresentar cruzamentos em nível – o que a aproximaria das características de um VLT –, não utiliza veículos leves sobre trilhos, sendo, portanto, classificada neste estudo como trem metropolitano", aponta o estudo.

A entrada de passageiros por ano – assim como o número de passageiros transportados – foi de 1,2 milhão, em Teresina. Nos dias úteis, na média anual, a entrada de passageiros – e o número de passageiros transportados – foi de 6 mil, no ano de 2014.

Por: Cícero Portela
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