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Ministro Fachin diz que vídeos de Funaro 'não deveriam' ser divulgados

Material está no site oficial da Câmara desde o dia 29 de setembro, mas começou a ser divulgado na última sexta-feira (13). Advogado de Temer falou em 'criminoso vazamento'. Câmara diz que seguiu 'as regras legais'.

16/10/2017 09:54

A assessoria do gabinete do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), informou neste domingo (15) que o ministro não retirou o sigilo da delação de Lúcio Funaro e que, no entendimento do magistrado, os vídeos dos depoimentos do operador financeiro à Procuradoria Geral da República "não deveriam ter sido divulgados".

O material foi enviado pelo STF no dia 22 de setembro, em ofício endereçado ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Os vídeos ficaram disponíveis no site da Câmara no dia 29, mas só começaram a ser divulgados na última sexta-feira (13).

No sábado (14), a defesa do presidente Michel Temer, citado nas delações de Funaro, classificou a divulgação dos vídeos de "criminoso vazamento". O advogado de Temer, Eduardo Carnelós, disse ainda que a liberação dos vídeos constituía "mais um abjeto golpe ao estado democrático de direito". Em nova nota divulgada neste domingo, Carnelós afirmou desconhecer que os vídeos estivessem disponíveis no site da Câmara desde setembro e disse que "jamais" quis imputar crime a Rodrigo Maia.

No domingo, mesmo depois da explicação de Carnelós, o presidente da Câmara reagiu às declarações do advogado de Temer. Em entrevista ao Blog de Andreia Sadi, Maia se disse "perplexo" com a acusação.


Ministro Edson Fachin (Foto: Carlos Humberto / SCO STF)

"Da minha parte, uma perplexidade muito grande ver o advogado do presidente da República, depois de tudo que fiz pelo presidente, da agenda que construí com ele, de toda defesa que fiz na primeira denúncia, ser tratado de forma absurda e – vamos chamar assim – sem nenhum tipo de prova, de criminoso", disse o presidente da Câmara.

Também neste domingo, depois que o gabinete de Fachin informou que os vídeos não deveriam ter sido divulgados, Maia afirmou ao G1 que a Câmara está "seguindo a determinação do ministro Fachin". Antes, em nota da Presidência, a Câmara já havia afirmado que estava cumprido "as regras legais".

"Eu levei o responsável da Câmara pra reunião com a presidente [do STF] Cármen Lúcia. Ela chamou o ministro Fachin, que deixou claro aquilo que estava sob sigilo, e os funcionários da Câmara estão executando a determinação dele", disse Maia.

O presidente da Câmara também declarou que, durante a reunião, Fachin tratou "apenas daquilo que estava sob sigilo" e citou um arquivo que estava sob essa condição. "O restante não tinha tratamento sigiloso", disse Maia ao ser questionado sobre os vídeos da delação.

Fonte: G1
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