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Marcelo admite que pediu exoneração para não ficar "œdesprotegido"

Deputado diz que conversa com líder do PMDB o levou a pedir exoneração do Ministério da Saúde

29/04/2016 07:12

O Diário Oficial da União de ontem trouxe o decreto de exoneração “a pedido” do deputado federal Marcelo Castro (PMDB) do Ministério da Saúde. Após a confirmação do ato, Castro concedeu uma entrevista à rádio Jockey Fm na qual justificou sua saída do cargo. Segundo o peemedebista, o pedido de exoneração foi para evitar ficar “desprotegido” no Governo, já que somente ele e a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, permaneciam no Governo após a decisão do PMDB do rompimento com Dilma.

Marcelo Castro lembrou que, mesmo com a decisão do PMDB em deixar os cargos no Governo, ele permanecia. “Por dever de lealdade e questão moral permaneci no Governo, até por acreditar que a presidente Dilma não cometeu crime de responsabilidade. Ela não roubou, não tem contas no exterior. Cumpri meu dever moral com a presidente Dilma”, avalia ele, destacando que a presidente não está mais precisando dele. “Se ela tivesse, iria com ela em qualquer hipótese”, garantiu.

O peemedebista disse que a decisão de sair do Governo veio após uma conversa com o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ), que foi o responsável pela indicação de Castro ao Ministério. “Ele me disse que eu estava ficando sozinho. Só eu e a Kátia, com a observação de que a Kátia é recém filiada e eu sou fundador do PMDB. Pertenço ao partido há 36 anos, estou no 8º mandato pelo PMDB”, pontuou. Ainda na conversa, Picciani teria revelado à Castro que estava desconfortável por conta da resistência de ambos a deixarem o Governo, mesmo com a determinação partidária. “Ponderei suas colocações e conversei com o Ministro Jaques Wagner que concordou e também conversou com a presidente Dilma sobre o assunto e ela entendeu as colocações”, diz ele.

O deputado ressaltou que não quis constranger Picciani. “Não quis trazer constrangimentos ao Picciani e nem parecer que eu estava com uma postura desafiadora com o partido”, justificou. Mostrando descrença em relação à permanência de Dilma no Governo, por conta do andamento do processo no Senado, Castro destacou que seria “questão de dias” a sua saída do Governo. “Ocorrerá a admissibilidade do impeachment, a não ser quer aconteça um fato extraordinário. Se eu não saísse agora, sairia dia 11. Seria questão de dias, então sai logo”, admite.

Segundo o parlamentar, após os sete meses que permaneceu a frente do Ministério, o resultado é positivo e a sensação é de “dever cumprido”. “Montamos uma equipe como nunca foi montada. Nosso reconhecimento é internacional. Enfrentamos a microcefalia, a zika e isso foi reconhecido. Ajudei o Piauí naquilo que foi possível. Quando assumi, o Governo do Estado recebi R$ 114 milhões de teto para as ações de média e alta complexidade e eu aumentei mais R$ 92 milhões”, contabiliza.

Questionado sobre o relacionamento com o vice-presidente Michel Temer, Castro garante que não há constrangimentos e que há respeito mutuo. “O Michel é nosso presidente e eu respeito muito. Ele convive comigo há muitos anos e tem respeito por mim também. Ele sabe que eu fiz o que qualquer pessoa digna e honrada deveria fazer. Ele tem respeito pela posição que assumi”, frisou, garantindo que não há pretensões de sair do PMDB. “Não envergonhei meu partido”, argumenta.

Marcelo Castro garantiu ainda que, mesmo com o afastamento do Ministério, não abandonará a presidente Dilma. “Nunca vivarei as costas para ela. Aprendi a admirá-la e a respeitá-la nessa convivência”, finalizou.


Por: Mayara Martins - Jornal O DIA
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