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Manifestantes começam a deixar as estradas; alguns saem com escolta

Pelo país, o policiamento agiu para retirar das manifestações pessoas que não eram caminhoneiros, diz o governo.

30/05/2018 08:51

Os caminhoneiros parados no km 162 da rodovia Dutra, em São Paulo, bateram boca na manhã desta terça-feira (29) após um grupo reclamar de cansaço e dizer que quer ir embora. Alguns caminhões e veículos de menor porte conseguiram sair, apesar da pressão de outros manifestantes para ficarem.

Uma carreta que tentou deixar o acampamento às margens da rodovia foi cercada por um grupo que batia na lataria do baú e gritava palavrões para o condutor. Dois homens com tijolos na mão ameaçaram o motorista de um caminhão que passava pela via e iria desrespeitar a ordem de parada. Não houve danos ou registro de violência.

A dispersão começou no meio da manhã, quando um pequeno grupo se reuniu numa roda para pregar o fim da mobilização. "Dormir no caminhão até vai, mas eu estou passando as noites numa Fiorino há uma semana", reclamou um homem.

Outros participantes insistiam para que a paralisação continue. Um deles disse que não quer "voltar para casa com a cabeça baixa, feito um covarde, sem atingir os objetivos".

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Logo depois, agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) passaram pelo local aconselhando os manifestantes a liberarem os motoristas que querem ir embora e a interromper as abordagens na rodovia para reter veículos com carga. A PRF informou que adotou o procedimento em quatro locais na região onde há bloqueios.

O clima de divisão, então, ficou mais intenso, com discussões entre os que defendem a permanência e os que querem abandonar o protesto. "É isso que eles [autoridades] querem, dar um xeque-mate e acabar com a nossa união no final", protestou um motorista. Nesse momento, alguns motoristas conseguiram sair do acampamento.

Por volta das 14h30, a PRF (Polícia Militar de São Paulo) chegou à Dutra para escoltar caminhoneiros que quiseram deixar o acampamento. Motoristas que não quiseram se identificar disseram que quem tentava deixar o local estava sendo hostilizado. Um caminhão passou pelo local com pneus furados.

Alguns caminhões usaram a escolta para deixar o local, sob aplausos de uns e gritos de "covarde" de outros. A PM diz que está fazendo a escolta somente no trecho perto de Jacareí, e que no momento não garante a segurança desses caminhões até seu destino.

Às 16h40, a PM afirmou que mais de 20 caminhões haviam deixado o acampamento.

Em outros locais do país, o policiamento agiu para retirar das manifestações pessoas que não eram caminhoneiros, diz o governo. O ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), Sérgio Etchegoyen, informou que sete infiltrados foram presos no Maranhão.

Segundo ele, foram detidos por ação criminosa e houve a necessidade de emprego de força pela PRF e pelas Forças Armadas também no Piauí e no Acre. O ministro fez a declaração após reunião, no Palácio do Planalto, de acompanhamento da situação da crise de desabastecimento de combustíveis e de alimentos

"As manifestações políticas estão acontecendo em núcleos urbanos. Então, temos de tratar e estamos tratando desse assunto para não obstruir as conversas com os caminhoneiros", disse.

Segundo ele, o cenário desta terça é melhor que o da segunda-feira (28), com a redução do número de bloqueios nas rodovias.

O ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse ainda que a previsão do governo federal é de que um desconto de R$ 0,46 no preço do óleo diesel chegue até o final desta semana nas bombas dos postos de gasolina.

Fonte: Folhapress
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