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Exército voltará à Rocinha se chefe do tráfico retornar, diz ministro

Em apoio à Polícia Militar, as Forças Armadas chegaram à comunidade na última sexta-feira (22), depois de uma semana com tiroteios diários que deixaram ao menos quatro mortos.

29/09/2017 18:05

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta sexta-feira (29) que se o chefe do tráfico Rogério Avelino da Silva, o Rogério 157, voltar à favela da Rocinha, as Forças Armadas também retornarão à comunidade.
"Se ele voltar, nós voltaremos", disse o ministro em entrevista coletiva após participar da 14ª Conferência de Segurança Internacional Forte de Copacabana.

Jungmann afirmou que o Exército pode voltar à favela "porque criamos uma força de ação rápida que tem a capacidade de em até duas horas estar na Rocinha".
Em apoio à Polícia Militar, as Forças Armadas chegaram à comunidade na última sexta-feira (22), depois de uma semana com tiroteios diários que deixaram ao menos quatro mortos. Os conflitos na Rocinha começaram no dia 17 de setembro por conta de ataques entre dois grupos de traficantes.
O ministro destacou que a comunidade vive um cenário de estabilidade após um "estado de guerra de bandos". "Hoje já não existe essa situação", afirma. "Se ele [Rogério 157] já não se encontrava na Rocinha, não fazia sentido manter aquele efetivo paralisado. Se o crime se desloca, temos que mudar."
Apesar de considerar positivo o balanço de dois meses da presença dos militares atuando na segurança do Rio, Jungmann afirmou que "o que foi construído ao longo de décadas não vai ser desfeito em dois meses".
'Lava Jato do crime'
O ministro disse que se reunirá na próxima terça-feira (3) com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para a discussão da criação de uma força-tarefa composta por juízes, procuradores e policiais federais dedicada exclusivamente à segurança no Rio.
"Seria a 'Lava Jato do crime' aqui no Rio, que deveria ficar o tempo necessário para combater o Estado paralelo, seguir o dinheiro, o tráfico internacional de armas, de drogas", disse o ministro. Segundo ele, a ideia teve "boa acolhida" por Dodge.
Jungmann classificou como "absurdo" o pedido da Defensoria Pública da União ao STF (Supremo Tribunal Federal) solicitando que presos que já cumprem pena em presídio federal há mais de dois anos voltem ao Estado de origem.
A medida poderia trazer de volta ao Rio o ex-chefe do tráfico Antônio Bonfim Lopes, o Nem, que cumpre pena em Porto Velho (RO).
"Em nenhum lugar do mundo bandido de alta periculosidade fica em lugar que não presídio de segurança máxima. Esse pedido não é a favor de direitos humanos, mas da bandidagem", afirmou Jungmann. "Isso significa dar uma mãozinha ao crime organizado."

*O jornalista viajou a convite da Fundação Konrad Adenauer.

Fonte: Folhapress
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