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Estudante agredido pela PM em protesto em Goiás está em estado grave na UTI

Universidade Federal de Goiás diz que vai cobrar das autoridades a devida apuração do caso. Mateus Ferreira, 33, sofreu traumatismo cranioencefálico e múltiplas fraturas no rosto após ser atingido por cassetete.

29/04/2017 13:24

A Universidade Federal de Goiás (UFG) repudiou a agressão contra o estudante Mateus Ferreira da Silva, de 33 anos, durante uma manifestação contra as reformas trabalhista e previdenciária, em Goiânia. Um vídeo mostrou o momento em que um policial militar dá um golpe de cassetete na cabeça do rapaz. Ele segue internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com quadro de saúde grave.

Mateus cursa o 3º período de ciências sociais na UFG. A universidade destacou, em nota, que “é histórica defensora do direito à livre manifestação e condena com veemência atos de repressão que venham a cercear esse princípio democrático". A instituição ressaltou que o reitor Orlando Amaral “irá cobrar da Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária a adequada apuração dos fatos e a punição dos responsáveis”.

A agressão contra Mateus ocorreu no início da tarde de sexta-feira (28), durante manifestações e greve geral realizadas em Goiânia. Um grupo de mascarados entrou em confronto com policiais militares. Imagens mostraram quando o estudante levou o golpe na cabeça e o PM que cometeu a agressão saiu correndo. Já o estudante caiu no chão e recebeu os primeiros socorros de outros manifestantes.


Mateus Ferreira segue internado em UTI com quadro de saúde grave (Foto: Reprodução/Facebook)

Em outras imagens, Mateus aparece deitado já no canteiro central da avenida e recebe atendimento do Corpo de Bombeiros. Logo em seguida, ele foi levado de ambulância para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), onde permanece internado. Ele sofreu traumatismo cranioencefálico (TCE) e múltiplas fraturas.

De acordo com boletim médico, divulgado na manhã deste sábado (29), o rapaz segue sedado e intubado na UTI. Não há previsões de cirurgia.

A família do estudante é de Osasco, na Grande São Paulo, e deve chegar a Goiânia nesta tarde. Enquanto isso, Mateus é acompanhado por amigos no hospital.

Investigação

No momento da agressão, um grupo de mascarados estava em confronto com a PM, depois de jogar rojões contra os policiais. Amigos de Mateus disseram que o rapaz estava sem máscaras e não participou de nenhum ato de vandalismo.

Porém, antes da agressão, é possível ver que o estudante estava sem camisa perto dos policiais. Momentos depois, ele aparece com um capuz e parte do rosto encoberto, junto a um grupo de manifestantes mascarados (veja no vídeo acima).

Na nota de repúdio, a UFG reiterou "que defende a legitimidade de manifestações pacíficas como um direito irrestrito de toda a população e, sobretudo, da comunidade universitária, na luta por uma sociedade mais justa e democrática” e cobrou a devida apuração do caso.

Também em nota, a assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que "condena veementemente todo e qualquer tipo agressão, praticada por policias militares no exercício de sua função". Destaca ainda que não compactua com "atos que possam afrontar os princípios da ética, moral e legalidade".


Imagem mostra exato momento em que estudante foi agredido com cassetete (Foto: Luiz da Luz/O Popular)

A corporação destacou ainda que já foi determinada, de forma imediata, a abertura de um inquérito pela Corregedoria da PM com o intuito de "individualizar condutas e apurar responsabilidades".

Ainda no comunicado, a PM afirma que quatro policiais militares foram feridos durante o confronto e foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML) para serem submetidos a exames de corpo de delito.

Já a Secretaria de Segurança Pública e Administração Penitenciária (SSPAP) informou que condena as agressões sofridas por Mateus e que atos como este "ferem a ética da corporação e das demais forças que compõem a Segurança Pública, cuja missão é proteger vidas e jamais atentar contra qualquer cidadão".

O comunicado destaca ainda que a "exigência de imobilização de eventuais manifestantes nunca justificará a transgressão de limites". Por fim, pontua que, se confirmado autoria, a SSPAP será "rigorosa na punição administrativa e no encaminhamento para a esfera judiciária".

Fonte: G1
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