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Anastasia sugere votar em agosto fase intermediária do impeachment

Relator do processo apresentou plano de trabalho à comissão especial. Votação do cronograma sugerido pelo tucano foi adiada para 2 de junho

25/05/2016 15:18

Relator do processo de impeachment de Dilma Rousseff no Senado, o senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) propôs nesta quarta-feira (25) aos integrantes da comissão especial que a análise da fase intermediária do processo de afastamento da petista ocorra entre os dias 1º e 2 de agosto. O cronograma elaborado pelo senador tucano ainda terá de ser submetido à votação no colegiado.

A comissão especial se reuniu no final da manhã desta sexta para discutir o plano de trabalho de Anastasia, mas, antes de o cronograma ser votado, o presidente do colegiado, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), atendeu a um pedido de vista (mais tempo para analisar o caso) de parlamentares da oposição e adiou para 2 de junho a análise da proposta.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) foi um dos parlamentares que defendeu o adiamento da análise do cronograma. Para o petista, o cronograma só deve ser votado após a apresentação da defesa prévia de Dilma, o que deve ocorrer em 1º de junho.


Senador Antonio Anastasia (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

“Ao invés de definir o cronograma agora, sem saber os pleitos da defesa, apelo para a gente receber a defesa no dia 1º e, no dia 2 [de junho], a gente aprovar o cronograma aqui”, defendeu Lindbergh no plenário da comissão.

Em 12 de maio, o Senado decidiu, por 55 votos a favor e 22 contra, instaurar o processo de impeachment da presidente da República. Com isso, Dilma foi afastada da Presidência por até 180 dias, e o vice-presidente Michel Temer assumiu interinamente o comando do Palácio do Planalto.

Atualmente, o processo de afastamento está na etapa chamada de "pronúncia", na qual deve ser feitas diligências para apurar a denúncia de que a presidente cometeu crime de responsabilidade, são produzidas as provas da acusação e da defesa e também são ouvidas testemunhas.

Depois de realizadas as diligências, a produção de provas e a oitiva de testemunhas, o relator irá elaborar um parecer recomendando a continuidade ou não da denúncia contra Dilma. No relatório, Anastasia deverá dizer se Dilma cometeu crime de responsabilidade.

Nesta fase, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, funciona como uma instância de recurso a questões de ordens apresentadas por integrantes da comissão especial. O colegiado, no entanto, continua sendo presidido pelo senador Raimundo Lira.


Pronunciamento da Presidenta Dilma Rousseff a Imprensa após afastamento (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)

O cronograma de Anastasia propõe ainda que o relatório sobre a fase da "pronúncia" seja lido no dia 25 de julho para que tenha condições de ser votado na comissão especial dois dias depois.

O parecer do tucano será analisado pelos 21 integrantes da comissão especial. Independentemente de o relatório ser aprovado ou rejeitado pelo colegiado, o texto será submetido à votação no plenário principal do Senado.

Se for aprovado pela maioria simples (metade dos presentes à sessão mais um) dos senadores, o processo continua e vai para a fase de julgamento. Caso contrário, o processo será arquivado.

Na hipótese de o parecer ser aprovado pela maioria simples dos senadores, o presidente do STF deverá agendar uma data para o julgamento final de Dilma, convocando testemunhas de acusação e defesa.

O julgamento definirá se Dilma deve perder o mandato ou não. Para que o impeachment se concretize serão necessários os votos de, pelo menos, 54 senadores.

Veja o cronograma apresentado por Antonio Anastasia:

Até 1 de junho
Recebimento da defesa prévia de Dilma, apresentação dos requerimentos para indicação de testemunhas e de provas pelos integrantes da comissão especial

2 de junho
Parecer sobre provas e diligências; discussão e votação no plenário da comissão

De 6 de junho a 17 de junho 
Oitiva de testemunhas, esclarecimentos de peritos, juntada de documentos

20 de junho
Interrogatório da presidente ou de sua defesa

De 21 de junho a 5 de julho 
Alegações por escrito dos autores da denúncia: os juristas Miguel Reale Júnior, Janaína Paschoal e Hélio Bicudo

De 6 de julho a 21 de julho
Alegações escritas da defesa da denunciada

25 de julho
Leitura do relatório sobre a procedência ou não da denúncia na comissão

26 de julho
Discussão do relatório na comissão

27 de julho
Votação do relatório na comissão

28 de julho
Leitura do parecer no plenário

1º e 2 de agosto
Discussão e votação do parecer em plenário

Fonte: G1
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