Por iniciativa de um grupo de estudantes insatisfeitos com o atraso das aulas, jovens se organizaram e resolveram fazer reivindicações na tarde deste 01 de maio. O público começou a se aglomerar ao lado do Mercado Público e partiu em direção a Picos, até o trecho mais crítico da pista esburacada.

A manifestação – pacífica do início ao fim – contou com o apoio da Igreja Católica e de algumas igrejas evangélicas, cujos fieis abraçaram a mesma causa, que era reivindicar ao governo estadual a reconstrução da pista, a oferta do ensino médio, uma saúde de qualidade e a segurança pública, na qual faltam policiais.

Vestidos de branco, os manifestantes se concentraram atentos às falas das várias pessoas que fizeram uso da palavra, ora para refletir sobre a situação que o município vem sofrendo, ora para fazer orações pedindo a bênção de Deus para o povo e para seus governantes.

O evento entrou na noite e encerrou com uma passeata dos manifestantes, os quais, ao retornarem do trecho mais crítico da pista, caminharam do balão até o centro da cidade. Deste ato participaram tanto populares quanto autoridades civis – como os vereadores Elvis Aguiar e João Batista – e militar, que foi o caso do Cabo Nascimento.

“Deus quer pessoas de coragem. Estamos reunidos nesta batalha e nós vamos vencê-la, como Josafá venceu o rei da Síria”, disse o Pr. Rocha, da Assembleia de Deus Palmeiras de Goiás, em seu pronunciamento.

“Com a ação de hoje, tornamos pública nossa indignação com os acidentes, com a falta de saúde e de educação. É urgente a solução desses problemas. Não dá mais para ver estudantes sem aula. Não dá mais para ver pessoas morrendo em acidentes nesta pista”, destacou o Pe. Feitosa, da Paróquia Sagrado Coração de Jesus.

“É preciso que nós saibamos fazer nossas escolhas, para que nós não nos arrependamos depois. Que nós saibamos analisar os candidatos, porque o voto tem consequências. Quando o Pr. Eli veio de São Paulo para cá, eu fiz uma propaganda enorme do nosso ensino, mas me decepcionei, porque até agora as aulas nem começaram ainda”, declarou o Pr. Marciel, da Igreja Evangélica Salvos em Cristo, antes de orar pelos governantes.

“Mais uma vez os jovens mostram sua consciência de cidadania e sua força de união. E o mais bonito é que a população acatou. É um passo pra gente pensar na sociedade mais renovada. Reivindicar os direitos é uma atitude de cidadania, e a gente tem percebido que o descaso tem crescido no dia-a-dia mais porque as pessoas se calam. As pessoas não têm a cultura de querer saber. Por isso nós vemos o país hoje com esses rombos, dos desvios de dinheiro. As consequências vêm nessa hora. Uma cidade sem segurança, uma cidade vendo as marcas da falta de interesse pela educação, enquanto a presidente da república disse que essa era a prioridade das prioridades. Tive a experiência de ver o monte de carro e de moto que passava. Parece uma BR de grande movimento. Você não pode fazer uma viagem mais apressada porque pode causar acidente. Está na hora de Itainópolis ampliar mais essa iniciativa, divulgando essa manifestação nas redes sociais, que têm esse potencial enorme. E essa manifestação revela o descontentamento das pessoas e representa uma estratégia de conseguir seus direitos”, afirmou D. Plínio, bispo da Diocese de Picos.

Fonte: Anderson Monteiro
Edição: Anderson Monteiro
Por: Anderson Monteiro