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Situação do HRC é tema de audiência pública na Câmara de Corrente

Se nos der condições resolvemos 90% dos casos aqui, diz médico Jean Carlos

16/03/2015 23:11

A situação do Hospital de Corrente, no Extremo Sul do Piauí, foi tema de uma audiência pública realizada na última quarta-feira dia 11. Os médicos do Hospital João Pachêco Cavalcante, estão em paralisação desde 1º de março, por falta de pagamentos.

Durante a reunião, o diretor interino do Hospital Alexandro Rabelo, expôs a situação em que passa o HRC, com relação a débitos com fornecedores e salários atrasados dos profissionais. “Nós assumimos ali e pelo levantamento que agente fez, nós encontramos na questão de débitos o valor de R$ 812.665, 82, que é uma quantia considerável. Agente teve problema de fornecedor desconfiado sem querer fornecer com medo, tanto questão de alimentação, medicamento e tudo, essa questão de fornecedores em relação aos meses de janeiro, fevereiro, toda essa questão nós já pagamos, a questão de servidor na hora que for fechando a folha do estado, o estado tem esse compromisso de nos passar esse recurso pra quitação do débito”. Disse.

O secretario municipal de saúde de Corrente, Edivaldo Reis, disse que o município cumpre a sua parte que é colocar as unidades básicas de saúde para funcionar e enviar a produção ao hospital, disse também que o município não tem recursos para manter a UPA e o e a ambulância avançada do SAMU em funcionamento.

O médico Wilson Granjeiro, relatou a situação que ficou o hospital com a mudança de governo no estado. “Com a mudança de governo o hospital passou 15 dias sem direção e nos ficamos lá abandonados sem saber pra onde correr, sem receber os salários atrasados sem ter um diretor pra conversar, e numa reunião nos ficamos sem saída porque não tinha um diretor pra escolher a equipe de plantonista do final de semana, nós estávamos operando inclusive mesmo sem receber e sem a presença da direção e nós o que nós fazer não tem ninguém escalado, então não fica ninguém, se não tem ninguém escalado, e isso causou um rebuliço danado deu promotora, deu delegado no hospital foi um movimento grande e isso e bom chamou atenção da população de todo mundo pra situação que está vivendo o hospital”. Contou.

Wilson Granjeiro falou sobre o atraso do salário dos profissionais do quadro do Hospital, que se arrasta desde setembro de 2014, e o classificou de heróis. “Quero só frisar aqui que a maioria dos funcionários inclusive nós médicos já vinhemos receber agora em março, novembro, dezembro e alguns outros novembro, outubro, janeiro, fevereiro sem receber. Somos verdadeiros heróis médicos, faxineiros, enfermeiros, técnicos todos trabalhamos sem receber”. Afirmou.

O médico Jean Carlos, disse que se fosse pra seguir a lei o hospital de Corrente nem funcionava, ressaltou a importância da sala de estabilização e frisou que os médicos como ele gostam do que faz, porém não tem as condições necessária para exercer a profissão. “Se fosse pra seguir a lei esse hospital não tinha condição de funcionar, aqui o que puder melhorar diminui gastos e salva vidas, é angustiante ver o paciente precisando ser transferido e não ter condição, se nos der condições resolvemos 90% dos casos aqui e 10% fora”. Afirmou.

O vereador Salmeron Filho (PSB), foi o autor do requerimento que gerou a audiência pública.

Médicos e parlamentares lamentaram a ausência da população do município de Corrente que não compareceu a audiência.

Ao final da reunião foi formada uma comissão com representantes dos médicos, legislativo e sociedade civil para ir Teresina discutir a situação em que passa o hospital, nos órgãos competentes pela saúde no estado.

Edição: Alessandro Guerra
Por: Alessandro Guerra
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