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Moradores denunciam lançamento de esgoto em Rio na cidade de Corrente

Os moradores acusam a Agespisa de despejar esgotos sem tratamento direto no Rio Corrente

27/06/2015 10:57

Moradores do Loteamento Maternidade em Corrente, que vivem nas proximidades do Riacho da Taboquinha, reclamam do mau cheiro e da poluição causada pelo lançamento de esgotos sem tratamento no Rio Corrente. Apesar dos visíveis indícios de crime ambiental, as autoridades ainda não apresentaram nenhuma solução para o problema existente, muito menos se manifestaram.

Os moradores acusam a Agespisa de despejar esgotos sem tratamento direto no Rio Corrente. A estação elevatória que recebe o esgoto que deveria lançar na lagoa de Decantação para passar por tratamento fotossintético antes de ser despejado no Rio fica localizada ao lado do Instituto Batista Correntino (IBC), no entanto antes de chegar ao destino correto, há um canal que despeja dejetos diariamente. As águas sujas do esgoto se misturam às do Rio.

Encontro do esgoto com as águas do Rio Corrente

Segundo funcionários de uma empresa que presta serviços para a Agespisa que deveriam cuidar exclusivamente do esgoto, no entanto são encarregados de outras funções como entregar contas, quando a estação elevatória atinge o nível máximo ou a bomba queima fato que é corriqueiro o esgoto retorna por um cano alternativo chamado de “ladrão”, despejando assim os dejetos diretos no Rio Corrente através do Riacho da Taboquinha.

O professor Júlio César, contou ao Portal O DIA que os moradores já procuraram todos os órgãos ambientais no município, mas ambos fazem vistas grossas para o caso. “Já procuramos o IBAMA que falou que não era competência deles, a secretaria de Meio Municipal de Ambiente disse que não tem forças para fazer nada, ai fizemos o abaixo assinado encaminhamos para o ministério publico no ano passado, mas não obtivemos resposta”. Afirmou.

Nalbia mãe de três crianças reside às margens do Riacho da Taboquinha, a moradora disse que dores de cabeça e outros problemas de saúde na sua família são algo comum em decorrência do mau cheiro causado pelo esgoto. “Aqui eu sou diretamente afetada porque ela (água do esgoto), passa há menos de dois metros do meu muro. Estou com três noites que vou dormir na casa da minha mãe, aqui a gente fica enjoado, com dor de cabeça, com ânsia o tempo todo, você termina de fazer alguma refeição ai vem aquela ânsia”. Disse.

A moradora contou ainda que estando dentro da sua residência ou fora o cheiro é o mesmo. “Tenho três crianças que fica inalando isso o tempo todo. Eu moro aqui há três anos nessa situação.Lá dentro de casa é igual você está aqui, estando aqui ou na área na cozinha onde a gente faz as refeições é melhor pegar o prato e sentar aqui que é a mesma coisa. Ali está escorrendo, tá fina a água, quando tá quase secando fica uma pasta igual pinche de asfalto ai não tem quem aguenta não, no meu quarto as paredes estão tudo impregnado com o cheiro. E eles têm vezes que passam três meses com isso aqui desse jeito ai”. Afirmou.

Nalbia relatou também que os moradores já fizeram de tudo com relação à mobilização no sentido de chamar atenção das autoridades para resolverem o problema, no entanto ate agora nada foi feito. “A gente reclama, já fizemos baixo assinado, tudo que você imaginar nós já fizemos”. Finalizou.

Outro lado

O diretor da Agespisa em Corrente, Claudeci Fernandes disse que foi procurado pelo IBAMA em relação ao problema do lançamento de esgoto no Rio Corrente. “Nós fomos procurado pelo IBAMA com relação a este problema e coloquei ele para falar com nosso superintendente por telefone e o superintendente falou para Gugu do IBAMA que iria tomar as providencias o mais rápido possível estou aguardando a resposta”. Afirmou.

Com relação ao lançamento de esgotos no Rio o diretor disse que é inevitável, pois todas as estações existentes na cidade quando atinge sua capacidade máxima os dejetos sai pelo sangradouro indo direto para o Rio, Claudeci disse ainda que as bombas queimam sempre, ele acredita que o gerador resolva o problema. “Todas elas, qualquer uma delas, queimou é inevitável não correr ali, o grupo gerador resolve”.Contou.

Claudeci disse que a bomba que está na estação é reserva e possui capacidade menor do que a ideal, o diretor colocou ainda que com relação aos funcionários que deveriam cuidar exclusivamente do esgoto, tem que se aproveitar na empresa para não ficarem com o tempo ocioso, senão irão consumir bebida alcoolica ou passear. " Nós estamos lá com uma reserva que a capacidade dela é menor, então ela é de menor vasão ela não suporta. A questão dos funcionários de alegação, isso é coisa de gente preguiçoso, porque isso ai não justifica, você não pode deixar dois funcionários desse ocioso, o que que ele vai fazer? Ele vai beber cachaça como já foi o caso de muitos ou ele vai tocar no mundo na hora de uma precisão você não sabe onde ele tá, então você tem que usar ele de alguma forma dentro da empresa, tem que ter utilidade". Finalizou.

Muro da moradora Nalbia as margens do Riacho da Taboquinha

Esgoto

No momento em que a reportagem do Portal O DIA, esteve no local constatou uma verdadeira enxurrada de esgoto sendo despejado no Rio Corrente. O repórter Alessandro Guerra visitou in loco todo o trajeto do Riacho da Taboquinha e verificou que em grande parte os dejetos ficam acumulados e entupidos em meio às folhas das arvores, fora o sombreamento da vegetação que não permite que o sol chegue à água do esgoto.

Além de animais beberem da água poluída como informou populares a nossa reportagem, várias comunidades utilizaram a água do rio para o consumo próprio, correndo assim um risco eminente de pegar uma doença causada pelos dejetos humanos.

Canal por onde desce o esgoto direto para o Rio Corrente

Estação elevatória ao lado do IBC

Local onde fica as bombas que queimam rotineiramente 

Esgoto ao lado de uma residência, há dois metros do muro

Local por onde os animais tem acesso a água poluida

Animais bebem da água poluida

Esgoto descendo rumo ao rio pelo Riacho da Taboquinha

Encontro do esgoto com as águas do Rio Corrente

Abaixo assinado dos moradores

Edição: Alessandro Guerra
Por: Alessandro Guerra
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