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Zinho: "Há muita pressão em Neymar e Dunga"

Exclusivo: O campeão mundial de 1994 diz que o treinador da Seleção precisa de apoio e entende que Neymar não pode ser a única solução para o Brasil

27/04/2016 09:00

 

Zinho carrega em seu currículo quase todos os títulos possíveis para um jogador de futebol, entre eles a Copa do Mundo de 1994 onde teve participação fundamental comandando o meio-campo brasileiro. Um dos homens de confiança de Carlos Alberto Parreira, dividia responsabilidades com Dunga, hoje treinador da Seleção Brasileira. 

 

E num bate-papo com a BGT o ex-meia abordou temas como, a responsabilidade de Neymar, a pressão em cima de Dunga, o sonho do Ouro Olímpico entre outros assuntos:

 

Confira o bate-papo na íntegra:

 

 

Brasil Global Tour: Como você vê o atual momento da Seleção?

 

Zinho: Eu acho que é uma seleção que está num momento de afirmação. São jogadores que estão buscando se afirmar na Seleção. Eles são ídolos nos times que jogam na Europa, com carreira bem sucedida, realização financeira por mérito deles, mas dentro da Seleção até o Neymar ainda não conquistou um grande título. É um momento de transição, de busca de indentificação até formar um time, uma equipe. 

 

Brasil Global Tour: E as cobranças em cima do Neymar?

 

Zinho: O Neymar não é protagonista no Barcelona ainda, porque o Messi é o protagonista, ele é craque, fenômeno mas ainda é coadjuvante, e falam que é o único craque da Seleção o que não é verdade, tem muitos outros jogadores. Se cobra muito do Neymar, que ele tem que fazer isso e aquilo, tem que tirar um pouco a responsabilidade do Neymar que aí sim ele pode ate render muito mais pela Seleção.

 


(Foto: Getty Images)

 

Brasil Global Tour: Você acha que existe uma cobrança exagerada em cima da Seleção?

 

Zinho: Nós temos grandes jogadores com grandes experiências no futebol europeu, em seus clubes, fazendo bons jogos. O Dunga precisa de tranquilidade para trabalhar, temos que diminuir essa pressão, ele sofre sim muita pressão. Menos criticas e mais apoio. Por ele ser durão se criou uma coisa, as cobranças são exageradas as vezes. Eu quero ver o bem da Seleção. Enquanto ele for o técnico vamos apoiar. ELe tem uma experiência inacreditável de Seleção, prestes a uma Olímpiada, uma Copa América, vamos tentar ganhar. Vamos unir forças e apoiar para que a gente consiga esse Ouro que é um grande sonho.

 

Brasil Global Tour: Essa pressão pode estar atrapalhando a Seleção?

 

Zinho: Como a nossa Seleção ainda está em formação, essa pressão nos jogadores atrapalha, eles não conseguem render, fica uma atmosfera ruim, sei que isso influencia. Empatamos o último jogo que era um jogo perdido e não elogiaram, se fosse outro treinador iam falar que ousou, que tirou todos os volantes e botou o time pra frente. Eu vi um comentario dizendo que ele desarrumou o time, se fosse o Guardiola era um gênio. A gente já vive tanto problema no país, o futebol é a alegria do povo, vamos cobrar mas quando tiver que elogiar vamos levantar a moral, vamos apoiar.

 


(Foto: Rafael Ribeiro / CBF / Divulgação)

 

Brasil Global Tour: Você vê a Seleção Brasileira mais individualista do que coletiva hoje?

 

Zinho: Eu como otimista to apoiando e confiando muito, tem que se formar um grupo. O Neymar tem que ser uma peça importante do conjunto não se pode jogar só pra um jogador. A gente só bota a responsabilidade no Neymar, as vezes ele nem tem essa bagagem. Ele é capitão, bate falta, escanteio, pênalti, tem outros jogadores que podem fazer isso. Deixa a faixa com outro, tira um pouco esse peso dele.

 

Brasil Global Tour: Qual foi o segredo para o título em 1994?

 

Zinho: Comprometimento, foi assim que a gente ganhou em 94. As vezes você tem que adaptar, eu torço para o Dunga achar o melhor posicionamento e esquema para a Seleção. Você é ídolo no clube mas na Seleção não, você acha que tem que jogar na Seleção como joga no clube e não é assim. Eles tem que se comprometer mais nas funções. Em 94 a gente tinha o Romário e o Bebeto lá na frente, o restante com funções táticas bem definidas, e mesmo assim eles quando não estavam com a bola voltavam para marcar. A gente entendeu que tinha que se dedicar ao conjunto e deixar de lado a vaidade e até mesmo o jeito que a gente jogava no clube para fazer o melhor pra Seleção e nós fizemos e ganhamos.

 


(Foto: Getty Images)

 

Brasil Global Tour: Copa América ou Olímpiada?

 

Zinho: A prioridade é sempre vencer, conquistar a competição que entrar mas o Ouro Olímpico não temos, a Copa América temos várias. A oportunidade está aí mas temos que entender que de repente o Dunga pode levar um time para a Copa América para fazer uma experiência, testar alguns jogadores para a Competição mais importante que é a Eliminatória. Mas tem que ter a segurança para poder fazer isso, as vezes o Dunga não está tendo. Mas sem duvida eu ia priorizar as Olímpiadas.

 
Fonte: Esporte interativo
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