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Pacaembu já foi palco de grandes jogos

Na véspera do clássico Fla-Flu no estádio paulista, a Goal relembrou partidas históricas do local

19/03/2016 09:00


Pacaembu terá Fla-Flu histórico (Foto: Gilvan de Souza - Flamengo)

Nunca uma partida da competição havia sido disputada fora do Estado. No entanto, com a falta de estádios no Rio, alguns jogos aconteceram  no Espírito Santo e Brasília. Agora, um dos mais tradicionais clássicos vai acontecer em São Paulo.

O Pacaembu sediará o jogo pela segunda vez. No dia 12 de março de 1942, na primeira vez em que as equipes se enfrentaram fora do Rio, em jogo amistoso, a partida terminou empatada em 0 x 0.    

Relembre alguns dos grandes jogos da história do Pacaembu!

Anos 40: Primeiros jogos, recorde de público, maior goleada e 'estreia' da Seleção Brasileira

O Pacaembu foi inaugurado no dia 27 de abril de 1940 com um belo desfile, números de balés clássicos e um discurso do então presidente Getúlio Vargas. No entanto, a bola só rolou pela primeira vez no então maior e mais moderno estádio da América Latina no dia seguinte. Pela Taça Cidade de São Paulo, o Palestra Itália (atual Palmeiras) goleou o Coritiba, por 6 a 2. Logo em seguida, o Corinthians derrotou o Atlético-MG por 4 a 2.

Na semana seguinte, o esperado Dérbi local finalmente foi disputado. O Verdão venceu por 2 a 1 e foi o primeiro campeão no novo palco do futebol paulista. O clube alviverde, inclusive, é o que mais títulos conquistou até hoje no estádio: 26.

Pouco mais de dois anos depois da sua inauguração, o Pacaembu registrou o seu recorde de público. Em 25 de maio de 1942, 71.280 pessoas assistiram ao clássico entre São Paulo e Corinthians, que marcou a estreia de Leônidas da Silva com a camisa do Tricolor. O jogo terminou empatado em 3 a 3. O Diamante Negro, inclusive, ficou marcado na história do estádio por um gol de bicicleta na vitória do Tricolor por 8 a 0 sobre o Juventus, pelo Paulistão de 1948.

Em setembro de 1942, o Palmeiras jogou pela primeira vez depois de abandonar o nome Palestra Itália. O jogo que valia o título do Paulistão daquele ano, terminou 3 a 1 para o Verdão.

Outra marca histórica do estádio também pertence ao São Paulo. No dia 8 de julho de 1945, o Pacaembu registrou a sua maior goleada, quando o Tricolor venceu o Jabaquara da cidade de Santos por 12 a 1.

Foi também na década de 40 que a Seleção Brasileira disputou sua primeira partida no Pacaembu. Em amistoso disputado no dia 17 de maio de 1944, a equipe comandada por Flávio Costa derrotou o Uruguai por 4 a 0, com três gols de Jair Rosa Pinto e um de Heleno de Freitas.

Anos 50: Sede da Copa do Mundo, Corinthians campeão do IV Centenário e 'Tarde das Garrafadas' 

Dez anos depois de sua inauguração, o Pacaembu sediou seis partidas da Copa do Mundo de 1950. Na primeira fase, foram dois jogos pelo Grupo 3: Suécia 3 x 2 Itália e Itália 2 x 0 Paraguai, além do empate de 2 a 2 do Brasil com a Suíça pelo Grupo 1. Outros três duelos foram disputados na fase final: Uruguai 2 x 2 Espanha, Uruguai 3 x 2 Suécia e Suécia 3 x 1 Espanha.

No início de 1955, Luizinho comandou o Corinthians na conquista do Paulistão de 1954, que teve uma importância especial por ter sido o ano em que se comemorava o IV Centenário da fundação de São Paulo. Um empate já bastava para o time alvinegro conquistar o título com uma rodada de antecedência e foi isso mesmo que aconteceu. Logo aos 10 minutos, o “Pequeno Polegar” abriu o placar para o Timão. O Palmeiras empatou com Nei no início da segunda etapa. A partir daí o goleiro Gilmar entrou em cena e, com grandes defesas, garantiu o título ao Corinthians.

Já em 1957, o São Paulo levou a melhor sobre o Corinthians e conquistou o Paulistão em jogo que ficou conhecido como “A Tarde das Garrafadas” por conta da revolta dos torcedores do Timão que atiraram garrafas na direção do campo após o gol que definiu o título do Tricolor por 3 a 1.

Anos 60: Jogos Pan-Americanos, exibições de Pelé e fim do jejum corintiano

Na década seguinte, o Pacaembu, que em 1961 passou a ser oficialmente chamado de “Paulo Machado de Carvalho” em homenagem feita pelo então prefeito Prestes Maia ao chefe da delegação brasileira nas Copas de 1958 e 1962, sediou outro evento de grande destaque. A cidade de São Paulo recebeu os jogos Pan-Americanos de 1963 e o Estádio Municipal abrigou competições de atletismo, saltos ornamentais, natação e boxe, além das cerimônias de abertura e encerramento. As partidas de futebol, porém, foram disputadas no Parque São Jorge e no Comendador Souza.

O Pacaembu também se tornou um dos palcos prediletos de Pelé. O Rei do Futebol brilhou no estádio com a camisa do Santos e da Seleção Brasileira e é até hoje o maior artilheiro da história do local, com incríveis 115 gols em 119 jogos, quase uma bola na rede por duelo. 

No dia 6 de março de 1968, o Corinthians conseguiu encerrar um longo jejum de quase 11 anos e exatas 22 partidas sem vencer o Santos de Pelé em jogos do Campeonato Paulista. Vitória por 2 a 0, com gols de Paulo Borges e Flávio. Rivellino foi o grande destaque da partida. Após o apito final do árbitro, os torcedores corintianos deixaram o estádio cantando: “Com Pelé, com Edu, nós quebramos o tabu”.

Anos 70 e 80: despedida de Pelé e torcida comemorando o gol do rival

Nas décadas de 70 e 80, o Pacaembu passou por duas grandes reformas e os principais clubes da capital passaram a utilizar o Morumbi para disputar grandes partidas. Apesar disso, alguns momentos marcantes aconteceram nesse período no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho.

O clássico entre Santos e Corinthians disputado no dia 29 de setembro de 1974 ficou marcado como o último jogo de Pelé no Pacaembu. Diferentemente do que ocorreu na maioria dos duelos entre as duas equipes, o Timão venceu por 1 a 0.

No fim dos anos 80 uma situação curiosa aconteceu no Pacaembu. Para chegar à decisão do Paulistão de 1988, o Corinthians precisava vencer o Santos e torcer por um triunfo do Palmeiras sobre o São Paulo. O Timão já levava a melhor no Pacaembu, quando o Verdão abriu o placar contra o Tricolor. Ao saber do gol alviverde, a torcida corintiana começou a gritar o nome do arquirrival, comemorando a vaga na decisão.

Anos 90: Palmeiras e Botafogo conquistam o Brasileirão

Nos anos 90, o Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho voltou a sediar decisões históricas. Na final do Campeonato Brasileiro de 1994, o Palmeiras levou a melhor sobre o Corinthians com grandes atuações de Rivaldo nas duas partidas. O atacante, que havia deixado o time alvinegro recentemente, marcou dois dos três gols da vitória do Verdão por 3 a 1 na partida de ida. Edmundo fez o outro e Marques descontou para o Timão. No segundo jogo, ele ainda anotou o tento do empate por 1 a 1 também no Pacaembu.

No ano seguinte, o Pacaembu voltou a receber outra decisão de Brasileirão, mas dessa vez entre Santos e Botafogo. Depois de vencer o jogo de ida, no Rio de Janeiro, por 2 a 1, o Fogão segurou o empate em 1 a 1 no Estádio Municipal e conquistou o título.

Anos 2000: Inúmeras decisões nacionais e internacionais

No século XXI, o Pacaembu recebeu várias partidas históricas. Já na reta final do Brasileirão de 2005, o Corinthians construiu uma goleada que ficaria marcada como a melhor partida da equipe na conquista do título nacional. Com direito a três gols de Carlitos Tevez e dois de Nilmar, o Timão venceu por 7 a 1.

Em 2011, um empate com o arquirrival Palmeiras já bastava para o Corinthians chegar ao seu quinto título brasileiro. Foi o que o Timão fez. Em um jogo nervoso do início ao fim, nenhuma das duas equipes conseguiu balançar as redes. Com o 0 a 0 no placar, o time alvinegro conquistou o pentacampeonato da competição nacional. Festa e homenagem ao Doutor Sócrates, que acabou falecendo no mesmo dia.

Alguns meses antes, o Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho já havia sido palco do terceiro título do Santos na Copa Libertadores da América. Na decisão, a equipe liderada pelo craque Neymar venceu o Peñarol por 2 a 1. Na edição seguinte da competição sul-americana, mais de 40 mil corintianos que compareceram ao Pacaembu comemoraram o tão sonhado título da Libertadores. O atacante Emerson Sheik escreveu de vez seu nome na história do Timão ao marcar os dois gols da grande final contra o Boca Juniors.

Antes dessas duas decisões, o Pacaembu já havia recebido uma outra final de Libertadores. Em 2002, o São Caetano perdeu a chance de entrar para a história ao perder por 2 a 1 para o Olimpia-PAR.

Em 2012 e 2013, Santos e Corinthians, respectivamente, conquistaram a Recopa Sul-Americana. O Peixe venceu a Universidad de Chile, enquanto o Timão superou o arquirrival São Paulo. Ambas as partidas terminaram 2 a 0. 

Fonte: Esporte interativo
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