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Olimpíada? Tite está de olho: "difícil quantificar quantos daqui estarão na seleção principal"

O treinador da Seleção Brasileira principal esteve presente à Granja Comary e disse que Neymar não pode ser tão importante quanto a qualidade do grupo

20/07/2016 15:07

(Foto: Lucas Figueiredo/MoWa Press)

É difícil quantificar quantos daqui estarão na seleção principal, meu compromisso é acompanhar performance dos atletas: parte técnica individual, função que exercem nos clubes, eu tenho que saber, por isso a conversa com os técnicos.

Não dá pra tirar a responsabilidade, então não assuma comando e não seja atleta de alto nível. Nunca ouvi técnico falar que veio pra ser campeão, isso é clichê, temos que ter preparação de excelência. Assegurar medalha ou título não existe, isso é vender ilusão, mas se comprometer a fazer a melhor preparação possível. Aí é cobrança, exigência, nível de conhecimento, experiência".

Edu Gaspar explica como convenceram Sylvinho a trabalhar com a CBF

"Eu e Tite conversamos com Sylvinho (auxiliar da Internazionale) para que ele conversasse com o clube, para ser convocado por períodos determinados, entendendo que ele pode contribuir em vários aspectos. Principalmente no aspecto técnico".

(Foto: Lucas Figueiredo/MoWa Press)

Tite: "Trabalhei com o Sylvinho no Corinthians, está na Inter de Milão, e vem agregar com o Cleber, são auxiliares de campo, de banco, com interação direta, já temos know-how que permite confronto de ideias com experiência, lastro para embater com o técnico, para não serem cordeirinhos que digam 'sim'. É importante estarem comigo".

Sobre Neymar

"Na conversa no almoço, eu disse que enfrentei muitos, é o caso do Neymar, sabia dos enfrentamentos no Santos, agora é estreitar laços, como com tantos outros. Uma coisa é certa como ideia, o coletivo potencializa individual, e não o inverso. Neymar falou do Matheus, que acompanhou no Barcelona, eu desejei felicidades, como ao Gabriel, ao Prass, aos outros todos

Reitero o discurso do Dunga e do Mano porque acredito que o coletivo potencializa o individual, é desumano colocar responsabilidade em um atleta. Exemplifico: a Eurocopa nos mostrou que a saída do Cristiano Ronaldo não tirou a possibilidade de Portugal conquistar. A Copa América, com Messi, determinou que a Argentina fosse campeã. É desumano colocar num atleta que tudo de bom seja dele.

(Foto: Lucas Figueiredo/MoWa Press)

A responsabilidade é do técnico, dos outros integrantes que têm que ser protagonistas em algumas circunstâncias, senão é uma situação desumana apontando que ele é o cara. Em alguns momentos será individualidade, e pode até ser do Neymar, mas terá de ser de outros também".

Opinião sobre Seleção Olímpica

"Conversei com Micale, e quero traduzir a ideia dele e minha também: equilíbrio eu consigo entender importante, não só defensiva ou ofensiva (...) Eu como técnico coloco bom desempenho, e a consequência a medalha de ouro. Às vezes você faz um grande trabalho e não conquista. Micale tem, não estou o respaldando, mas um cara do lado que ele pode trocara ideias de treinamentos, formatação tática, de acompanhamento, como estamos fazendo, como conversamos com o grupo todo.

Minha presença com o Micale, a direção, é dizer que estamos juntos, senso de equipe é nossa, precisamos dividir responsabilidades. Estamos comprometidos, estarei observando e acompanhando, dentro do meu conhecimento, preparação, lado humano e técnico, serei parceiro, dentro da necessidade que o Micale entender ser importante. Não querendo se fazer de bonzinho e dar piu na convocação".

Fé no futuro da Seleção Brasileira, com jogadores criativos

"Podem formar grande ataque sim (Neymar, Gabriel Jesus e Gabriel). Não gosto de pré-conceber nada, criar expectativa em demasia, mas também não me esconder. Eles podem, devem, tomara que seja. Micale vai potencializar esse último terço do campo, da criatividade, do um contra um, da ilusão, da livre iniciativa, do talento individual. Primeiro e segundo terço trabalha mais em equipe.

No último terço você abre pro criador, pro driblador. Primeiro e segundo terço do campo em equipe, no último seja criativo, jogue solto".

Comparações entre Copa do Mundo de 2014 e Olimpíada

"Legado da seleção olímpica é bom desempenho sem se preocupar em modificar histórias passadas, boas ou ruins. Não podemos ter esse grau de responsabilidade. Não posso nem o Micale trazer situações passadas. Tem histórias, méritos, coisas boas e ruins, agora vamos construir nossa própria história. São 12 jogos em busca do Mundial e um trabalho para tentar a medalha de ouro".

Opinião a respeito do Campeonato Brasileiro

"A busca de mais tempo de bola rolando é importante, o Brasileirão à medida que rodadas passam, teremos real dimensão da evolução e normalmente no último quarto do campeonato as equipes estão em melhor condição. O segundo turno tem equipes mais estruturadas, o futebol melhora, elas despontam e mostram real potencial. O entrosamento evolui. Essa é a minha expectativa.

(Foto: Lucas Figueiredo/MoWa Press)

Há o aspecto critério do contato físico, critério padronizado de arbitragem, deixar seguir o contato por cima. Tomara que a fluência aconteça e que o tempo de bola rolando possa ser maior. Tenho certeza que o Brasileirão vai crescer nessa segunda fase.

Faltam poucos técnicos e normalmente converso antes com os técnicos dos jogos que vou ver. Vou conversar com todos para que me municiem das características técnicas e forma de abordagem. Agora, essas situações são observadas dentro de um trabalho criterioso".

A respeito doânimo dos torcedores e elogios da imprensa

"Uma coisa é certa, estou fazendo isso de forma verdadeira, não quero ser simpático com ninguém, quem convive no meu dia sabe que sou assim. Não procuro simular, é difícil estar aqui na Granja, na primeira entrevista, ter naturalidade e raciocínio para desenvolver o que penso, mas eu sou assim. É legal ter o carinho público, e se isso for repassado ao trabalho todo, tomara que sim.

Não (fiz muitos amigos novos em 30 dias), porque amigo não se faz em 30 dias, é uma construção, amigo fala a coisa certa, mas tem discernimento de falar 'não' em algumas situações. Precisa de mais tempo".

Desafio é criar uma nova maneira para o futebol brasileiro?

"Não, seríamos muito pretensiosos em criar novo futebol brasileiro. É potencializar atletas, a essência é a qualidade técnica deles, eu, enquanto técnico, entro nas posições para que eles desenvolvam o melhor. E humanamente dar condições de confiança para fazerem isso. Isso é fundamental num curto espaço de tempo: sistema tático com posição-função e confiança. Esse é meu grande desafio.

Pedi que a figura do preparador físico estivesse presente. Não posso convocar um atleta fora do seu peso e sem ritmo competitivo. O tempo que um atleta volta de lesão, apenas para as pessoas entenderem por que o preparador ficará conosco. Não posso convocar para dois jogos atletas acima do peso e com nível de força abaixo do normal".

Vai falar com Dunga?

"Todos os outros técnicos, inclusive o Dunga. O Marcelo (Oliveira) não está, e vou ver o jogo do Atlético. Quero fechar esse ciclo e digo que eles têm minha palavra de honra que não vou passar à imprensa o que eles passam para mim. Eu preciso dessas informações".

Fonte: Esporte interativo
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