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Livre do câncer, Magrão critica Inter e Palmeiras e elege Roger sucessor de Tite

Ex-jogador trabalha agora como empresário no futebol do Oriente Médio e acredita que o futebol brasileiro só tem solução a longo prazo

13/04/2016 10:01

Por Allan Brito 


Quem acompanhou o drama do volante Magrão há um ano pode ter ficado com a impressão de que ele se aposentou mal. Afinal, foi pego em um exame antidoping e por isso revelou sua luta contra o câncer. Mas agora ele está curado e praticamente livre da doença, virou empresário no futebol do Oriente Médio, vive bem em Dubai e costuma voltar para seu país com frequência. Por causa da nova profissão, ele acompanha o futebol brasileiro de perto e, em entrevista exclusiva à Goal, comentou um pouco sobre os clubes em que teve passagens marcantes, além de dar pitacos sobre a Seleção Brasileira.

Entre os times grandes, Magrão se destacou mais por Palmeiras, Corinthians e Inter. Ele admite que hoje tem um carinho especial pelo Colorado: "torço pelos meus amigos. O Inter é mais recente na minha vida. Fui campeão lá, minha esposa é gaúcha, tenho uma empresa no Sul, então torço mais pelo Inter".

Mas isso não impede o ex-volante de mostrar senso crítico sobre a situação do clube: "o Inter precisa de reforços, até porque perdeu uma liderança, que era o D'Alessandro. O Inter fez certo em apostar nos jovens no Gauchão, mas para o Brasileiro precisa de reforços. Acredito no trabalho do Argel".


Magrão em visita ao Inter em 2010 (Foto: Divulgação/Inter)

Outro técnico elogiado por Magrão foi Tite. Questionado sobre a boa fase do Corinthians nos últimos anos, ele deu todos méritos ao técnico, com quem trabalhou na época de jogador, e também aos dirigentes alvinegros, que lhe dão respaldo. "Continuidade é tudo no futebol"".

Magrão também destacou Roger Machado, técnico do Grêmio, rival do seu Internacional. "Ele é o sucessor do Tite. É muito estudioso, muito inteligente". Os dois trabalharam juntos no Novo Hamburgo e são amigos pessoais. "Conversei com ele por duas horas antes de decidir me aposentar", revelou.

Sobre o Palmeiras, Magrão explicou porque as crises no time são mais intensas, como a vivida recentemente: "é um clube diferente, que tem mais pressão interna do que externa. Pode atrapalhar", afirmou, antes de amenizar: "mas os jogadores são de qualidade. Vi a Copa do Brasil, eles merecem crédito". 

Ele inclusive citou o Palmeiras quando foi questionado sobre os melhores momentos da sua carreira: "na Série B, fiz um gol contra o Sport e, quando voltei, a torcida me carregou no colo". Mas disse que momentos no Inter também se equivalem: "fiz vários gols importantes. Fiz na Bombonera. E fiz um do título gaúcho, no Gre-Nal. Esse acho que foi o melhor".


Magrão virou sinônimo de raça no Palmeiras (Foto: Reprodução)

Empolgado ao falar sobre os clubes em que jogou, Magrão só desanima quando fala da Seleção Brasileira. "A gente não reformulou nada. Falou, falou, mas praticamente vê as mesmas caras. Uns 70% daquele time (do 7 a 1) está em campo hoje e não reformulou a base". Ele entende que o Brasil precisa pensar a longo prazo: "hoje nós só temos dois jogadores acima da média, Neymar e Douglas Costa. Então a gente tem que entender que essa Copa agora vai ser difícil. É melhor se estruturar e se preparar para as outras".

Drama pessoal superado

Magrão já se curou do câncer e está muito perto de celebrar uma grande vitória: a partir do mês que vem, terá chance de zero de sofrer com câncer de testículo novamente. Ele só lamenta por ter tornado isso público. Porém, quando foi pego no doping, ele não teve outra opção: "era um problema pessoal do Márcio (nome do Magrão), que tem problemas como todo mundo. Era pessoal. Eu sabia que tem gente que gosta de mim e ficou triste quando isso foi revelado. Eu não queria causar isso".


Nilmar tem se destacado no Oriente Médio (Foto: Divulgação)

Mas Magrão se anima principalmente por ter tirado lições importantes depois dessa dificuldade: "Você vive achando que nada vai acontecer com você. Pensa no filho, na família, em ter dinheiro lá na frente. Mas você esquece de viver. Quer guardar, mas para quem? Agora eu quero viver".

E Magrão vive bem. Tem uma empresa que está crescendo no Oriente Médio, a JMidfield, é tratado como ídolo em Dubai pelo que fez como jogador e comemora cada vez que seus clientes se dão bem no futebol. Recentemente, Denilson, ex-volante do São Paulo, fez um gol de título para o Al-Wahda, clube no qual Magrão se destacou. Tudo isso gera a certeza de que ele superou os problemas do final da carreira, se aposentou bem e vive como poucos ex-jogadores de futebol.

Fonte: Esporte interativo
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