Os atrasos de salário
voltam a ser pauta no
Poleiro do Galo. Na tarde
de ontem, jogadores decretaram
mais uma paralisação
devido à falta de respostas
da diretoria. A situação se
agrava com o passar do
tempo e a folha salarial do
Galo se tornou uma verdadeira
bola de neve. Ao todo,
são três meses de salários
atrasados. Quem chegou
ao CT Afrânio Nunes, na
zona Sul de Teresina, na
tarde de ontem se deparou
com os portões fechados e o
campo vazio.
Um grupo de jogadores
informou ao Jornal O Dia
que havia um acordo entre
elenco e diretoria para que
a metade da atual folha
salarial fosse paga até a
última segunda-feira (04),
um dia após a classificação
do River para as quartas
de finais da Série D do
Campeonato Brasileiro.
Como a diretoria não cumpriu
a sua parte no acordo,
os atletas paralisaram o
treino de ontem e afirmam
que não retornam às atividades
até receber parte do
dinheiro.
No final da tarde de
ontem, a diretoria veio
a público falar sobre o
assunto. Durante coletiva
de impressa, o presidente
afastado do clube, Elizeu
Aguiar, afirmou que foi
aberto um canal de diálogo
entre o capitão da equipe,
Paulo Paraíba, e o treinador
Flávio Araújo. Uma
conversa final ainda deve
acontecer. Sem um posicionamento
do grupo de jogadores,
ainda não existe certeza
de quando retornam
aos treinamentos. Elizeu
Aguiar declarou que isso
não foi conversado na tarde
de ontem. O grupo de jogadores
informou disse que
o retorno às atividades só
acontecem mediante ao
pagamento de pelo menos
metade da folha, ou seja,
um mês e meio.
O dirigente assumiu
ainda que as dificuldades
em relação ao pagamento
do grupo começaram em
abril deste ano, durante
a disputa do Campeonato
Piauiense.
“Nesse momento, eu
quero dizer que essa responsabilidade
é da diretoria,
mas ela também
passa por todos aqueles que
fazem futebol no estado do
Piauí de poder se sensibilizar
e honrar com tudo
aquilo que foi acordado,
não é só o River. O River
hoje é Piauí, é uma vaga
a mais dentro do Campeonato
Brasileiro. Os atletas
nós compreendemos, pois
é uma forma de se manifestar.
Saco vazio não se
põe de pé e nós sabemos
disso”, declarou o presidente
afastado, Elizeu
Aguiar.
Sobre possíveis soluções
e prazos para a odisseia
que vive os jogadores,
nada de certo foi
dito, somente que a diretoria
continua trabalhando
para resolver.
“Estamos imbuídos nisso.
Quando terminamos de
pagar uma folha, começamos
a batalha da folha
seguinte. Intenciona em
resolver o mais breve possível
e dar uma reposta
aos atletas e tranquilizar
a torcida pelo jogo importante
que temos, talvez o
mais importante da nossa
vida”, lembra Elizeu.
Elizeu vem lidando
diretamente com o problema
desde o inicio.
De acordo com ele, em
nenhum momento a diretoria
esteve ausente, buscando
se explicar aos jogadores.
“Nós precisamos de
ajuda, quem está vendo a
situação nesse momento.
A responsabilidade é do
River é, mas nós precisamos
pensar no Piauí.
Essa diretoria não tem no
seu histórico a condição
de mau pagador. Gostaria
sensibilizar Teresina e o
Piauí como um todo, não é
possível que não tenhamos
pessoas que possam contribuir”,
desabafa o presidente
afastado, Elizeu
Aguiar.
De acordo com a diretoria,
o papel do torcedor
na partida diante ao Lajeadense
na segunda-feira
será fundamental para que
esse pagamento aconteça.
O próximo jogo do River
acontece na segunda-feira
(12), às 16h30min, no
Albertão diante o Lajeadense,
do Rio Grande do
Sul. A partida é valida
pelas quartas de finais do
Brasileiro Série D e duas
vitórias garantem o acesso a Série C.
Foto: Jailson Soares/ODIA