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Wendell Lira tem o gol mais bonito de 2015; Neymar é 3º no Bola de Ouro

Vencedor do Prêmio Puskás aproveita viagem com a esposa, admite expectativa de faturar com propagandas, revela elogio de Messi e foca no Vila Nova: "Pressão grande"

12/01/2016 08:13

Um dia para jamais ser esquecido por Wendell Lira. O desconhecido atacante goiano de 27 anos, contratado recentemente pelo Vila Nova-GO, superou Messi e o italiano Florenzi e conquistou o Prêmio Puskás de gol mais bonito de 2015, marcado quando atuava pelo pequeno Goianésia-GO. Foi o suficiente para torná-lo uma celebridade, mesmo que apenas momentânea.

Wendell Lira se emociona ao receber o Prêmio Puskás (Foto: AFP/

 Getty)

Na zona mista após a premiação, Wendell era um dos mais procurados. Com ajuda de uma tradutora da Fifa, concedeu entrevistas para veículos da imprensa de vários países. E sua conta no Instagram sofreu um "boom": passou de 10 mil para 80 mil seguidores em poucas horas após a vitória - o número continua crescendo de forma impressionante. Antes de ficar entre os 10 indicados, ele tinha apenas 600 seguidores. Isso fora o episódio com o celular, que teve problema e passou a desligar sozinho por conta do altíssimo número de mensagens que recebeu. Foram mais de 500 só no Whatsapp, a maioria de desconhecidos.

Apesar da conquista, Wendell manteve os pés no chão. A simplicidade continua lá. Tanto é que a comemoração passou longe de ser extravagante. Foi a dois, com a esposa, no quarto. Os olhos vidrados no celular reviam sem parar o vídeo do anúncio e conferiam os recados nas redes sociais e as montagens com sua foto na internet

Neymar diz que esperava 2º lugar

Neymar distribui autógrafos no tapete vermelho: ele ficou em terceiro na Bola de Ouro (Foto: AFP)

Nem parecia que Neymar era estreante na Bola de Ouro. Ele estava mais para um veterano, acostumado a estar naquela posição. O craque brasileiro, que pela primeira vez ficou entre os três finalistas do prêmio de melhor jogador do mundo, mostrou-se totalmente à vontade e relaxado. Entre sorrisos, gestos, brincadeiras e respostas bem-humoradas, sentiu-se em casa no evento. E a sinceridade não lhe faltou ao analisar o resultado: saiu de lá um tanto decepcionado com o terceiro lugar. Ele queria mais.

- Esperava que sim (seria segundo colocado, atrás só de Messi e à frente de Cristiano Ronaldo). Mas agora já passou, temos outra temporada pela frente e temos que fazer tudo de novo. Agora tenho que trabalhar um pouco mais para voltar a estar entre os três - disse o camisa 11 do Barça, na zona mista, à imprensa espanhola.

Neymar estava tão confortável que levou até alguns dos inseparáveis "parças", além do pai, para a cerimônia. Na coletiva antes da premiação, brincou ao se dizer "apaixonado" pelo amigo Messi, que em sua opinião é o melhor do mundo, e logo em seguida pediu calma ao argentino por conta de declaração, arrancando risos da plateia. Ao mesmo tempo, o brasileiro manteve a humildade, sempre tratando Messi e Cristiano como ídolos. O visual, como de costume, foi estiloso, com direito a chapéu na maior parte do tempo.


- Estou muito feliz de estar fazendo parte disso, de estar ao lado de dois grandes craques que admiro muito. Espero voltar mais vezes. Vou fazer de tudo para que minha equipe vença e que eu possa estar de volta aqui com eles - disse.

No momento do anúncio da Bola de Ouro, Neymar ganhou um beijo carinhoso de Messi, que se levantou para receber o prêmio. Mas, apesar de fã do brasileiro, o capitão argentino não o escolheu como número 1 na votação. Os votos de Messi foram para Luis Suárez em primeiro, Neymar em segundo, e Iniesta em terceiro. O melhor do mundo, por outro lado, tratou de tirar a pressão de Neymar quando questionado, durante a coletiva, se ele seria seu sucessor.

- Não, não vejo ninguém como meu sucessor. Ele (Neymar) vai ser ele, tem tudo para ser o que deseja ser. É um jogador extraordinário e grande pessoa. Vai depender só dele - disse Messi.

3º popularidade, 1º em simpatia

Neymar é um fenômeno de público e mídia no Brasil, mas ainda está longe de Messi e Cristiano Ronaldo mundialmente nesse quesito. Deu para notar quando o trio chegou junto ao tapete vermelho. Os torcedores do lado de fora, que não eram poucos, travaram um duelo de gritos pelo argentino e o português. No geral, Messi foi muito aclamado, enquanto CR7 levou muitas vaias, além de aplausos. Neymar, nesse momento, foi apenas coadjuvante.

Neymar sorri durante coletiva com Messi e Cristiano Ronaldo antes da Bola de Ouro (Foto: AFP)

Por outro lado, Neymar derrotou Messi e Cristiano no quesito simpatia. O português atendeu bem o público, mas pecou na coletiva mais uma vez por valorizar demais o lado individual, em vez do coletivo. Além disso, correu da zona mista após ser derrotado na Bola de Ouro e nem passou por lá. O argentino também tentou ser simpático, mas sua já conhecida timidez o atrapalhou. Na coletiva, por exemplo, só deu respostas básicas e sem sal. E Neymar, como de costume, chamou a atenção pela simpatia. Principalmente no papo com o desconhecido Wendell Lira, vencedor do Prêmio Puskás de gol mais bonito de 2015.

- O Neymar foi muito educado, super gentil - afirmou Wendell, que teve seu gol apelidado por Neymar de "Karate Kid".

O terceiro lugar em 2015 foi um bom resultado para Neymar. Adaptado de vez ao Barcelona, o craque brasileiro caminha para ser o melhor do mundo no futuro próximo.

Fonte: Globo Esporte
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