A semana foi de perda para o futebol piauiense. O ex- jogador, técnico e dirigente Valter Maranhão faleceu na última quarta-feira (12) por morte cerebral. Ele foi internado no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) no início da noite do último sábado (8), após sofrer um acidente vascular cerebral hemorrágico. Depois de realizar todos os exames, a equipe médica confirmou a morte encefálica do ex-treinador de 60 anos. 

Valter Maranhão chegou a Teresina ainda como atleta para defender a Sociedade Esportiva Tiradentes, onde foi campeão piauiense no ano de 1982. Ele teve passagens por vários outros clubes do estado. Na Raposa, ele construiu sua maior relação profissional e também de amizades, chegando a ser técnico e também diretor de futebol do Rubro-Negro. 

O maranhense dedicou 10 anos de sua carreira como jogador ao futebol piauiense. Teve passagens por quatro clubes do estado: River, 4 de Julho, Tiradentes e Auto Esporte. O zagueiro não tinha tanta habilidade, mas a raça e a força física compensavam a falta de técnica. A maior prova disso é que Valter Maranhão foi titular em todas as equipes que passou no estado. 

“Ele era um zagueiro de raça e aproveitava bastante da envergadura como forma de se sair melhor em campo. Dentro da posição que ele exercia, era fundamental. Então, essa raça superava qualquer deficiência técnica”, relembra o cronista esportivo Severino Filho, o “Buim”. 

Como jogador, foi dono de alguns lances interessantes. No ano de 1985, Valter atuava como jogador do River e, em um clássico Rivengo, acabou impedindo a marcação do gol que iria tirar uma vitória do Galo. “Valter estava sendo atendido na beira do gramado, quando o atacante do Flamengo chutou uma bola cobrindo o goleiro. Ele (Valter) entrou em campo e tirou de cabeça, o árbitro ficou sem saber o que fazer e deu continuidade ao jogo. Mostrou a atenção dele na partida, apesar de estar sendo atendido, e o jogo terminou 1 a 0 para o River”, conta Buim. 

Depois de dez anos no futebol piauiense como jogador, Valter Maranhão se afastou do futebol e retornou cerca de cinco anos depois, já como dirigente e técnico no Flamengo. Sua carreira como técnico foi marcada pelas substituições, mas conheceu bem alguns jogadores, inclusive os que foram destaque no elenco da Raposa, como o atacante Augusto. 

“Quando via um de nós tristes ou desanimados, ele era o primeiro a incentivar. Sabia escalar bem seus times e confiava em seus atletas. Acredito que vai demorar para aparecer outra pessoa como ele no Flamengo”, relatou Augusto. 

O velório de Valter Maranhão começou na noite de ontem no bairro Tancredo Neves, na zona Sudeste de Teresina.