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Thiago elogia técnica brasileira, mas critica: "Pior organização do mundo"

Filho de Mazinho guarda do Brasil a paixão pela comida típica, como feijoada, e a torcida pelo Flamengo, mas admite que irmão Rafinha é muito mais ligado ao país

15/03/2016 13:36

Cinco anos nas divisões de base do Flamengo, dos 10 aos 14 de idade, bastaram para o filho de Mazinho tomar a decisão de se afastar do futebol brasileiro. Aos 24, Thiago Alcântara vive feliz da vida em Munique, titular no meio-campo de Guardiola. O amor pela terra onde nasceu toda a sua família - apenas Thiago é natural da Itália -, pela comida tipicamente verde-amarela e pelo clube da Gávea não levam, no entanto, o meia da seleção espanhola a pensar num futuro no país. Na cidade alemã, ele vive com a esposa e pensa em, um dia, quando acabar a carreira, voltar a morar em Barcelona.

Sempre que pode, assiste aos jogos do Brasileirão e da Libertadores nas madrugadas europeias. Acompanha de perto a Seleção e torce pelo irmão Rafinha, meia do Barcelona que escolheu seguir as pegadas do pai, mas o seu caminho é outro. Em entrevista exclusiva no CT do Bayern de Munique, Thiago recebeu a reportagem e não fugiu de qualquer tema. O meia deu o seu ponto de vista sobre o momento atual do futebol pentacampeão mundial.

(Foto: Reprodução / Fußball-Club Bayern München)

- A qualidade do Brasil é indiscutível. Os jogadores brasileiros têm a maior técnica e a maior qualidade do mundo. Em nenhum lugar do mundo, você vai achar essa técnica. Só que é certo que é a pior organização do mundo. O futebol brasileiro tem a pior organização do mundo. Você tem que ter uma balança e fazer as coisas certas dos dois lados. Não vale só a técnica, senão do outro lado desequilibra. Então, seria legal achar essa compensação. As categorias de base devem ajudar no desenvolvimento dos jogadores, não digo desenvolver só para vender mais tarde, mas para fazer deles melhores jogadores mesmo e com uma carreira boa. Acho que é isso que falta: essa organização na base e também mais seriedade nos clubes para acreditarem num treinador durante mais anos, dando sequência ao trabalho dele - afirmou o jogador que morou no Rio de Janeiro quando criança, até se mudar definitivamente para a Espanha aos 14 anos.

Apaixonado pela feijoada brasileira, Thiago nega que se sente mais espanhol que brasileiro. Prefere ser "um cidadão do mundo" e admite que o irmão mais novo, que optou por representar a Seleção, é mais ligado ao país.

- Ajudou muito o fato de o Rafa ter nascido no Brasil. Ele sempre se sentiu brasileiro, sempre se sentiu mais identificado que eu com o Brasil, e acho que ele curte mais do que eu ir para o Brasil também.

Bicampeão alemão pelo Bayern de Munique, Thiago ainda quer conquistar o seu primeiro título da Champions como protagonista. O meia levantou a "Orelhuda" em 2011 com o Barcelona de Guardiola, em Wembley, mas com Xavi, Iniesta e Messi no meio de campo, não teve muito espaço. O caminho para a final este ano depende do jogo de quarta-feira, em Munique, contra o Juventus. O resultado na Itália, empate por 2 a 2, é favorável aos bávaros, mas não permite distrações. O filho de Mazinho vê o seu time mais forte do que nos anos anteriores, quando foi eliminado na semifinal por Barcelona e Real Madrid.

- A gente chegou pior nos outros anos porque faltavam jogadores, tínhamos muitas lesões, tanto contra o Real Madrid como contra o Barcelona. E para esta fase da temporada, precisamos de todos os jogadores não só nos jogos, mas nos treinamentos também. Este ano chegamos faltando só dois zagueiros e estamos num momento ótimo do campeonato, em que podemos fazer essa rotação para chegar todo mundo fresco. Acho que sim, que chegamos mais fortes, isso sim.

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