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"Talvez a gente fosse melhor", afirma Spider, sobre trio dominante no UFC

Brasileiro analisa mudança constante na posse dos cinturões, o que não acontecia na época que ele, Georges St-Pierre e Jon Jones reinavam absolutos em suas categorias

09/02/2017 09:48

A fila anda - rapidamente - no UFC. A rotatividade em relação aos campeões do evento - a exceção do peso-mosca Demetrious Johnson - tem aumentado nos últimos anos e é cada vez mais raro ver um atleta reinando absoluto no topo de sua divisão, sem desafiantes à altura para destroná-lo. Houve um tempo, porém, que Anderson Silva, Georges St-Pierre e Jon Jones dominavam sem precedentes suas respectivas divisões: médio, meio-médio e meio-pesado. O rodízio que se vê atualmente não existia, simplesmente porque ninguém era páreo para a trinca - Spider foi o único destronado no octógono, enquanto St-Pierre se afastou do esporte por tempo indeterminado, e Jones perdeu o cinturão após inúmeros problemas pessoais e casos de doping.

Perguntado pelo Combate.com sobre a "dança das cadeiras" no domínio das categorias do UFC, nesta quarta-feira, durante um "Media Day" organizado pelo Ultimate, Anderson Silva tentou explicar baseado na qualidade técnica dos campeões de outrora para os que vieram depois.  

- De repente posso falar alguma coisa que as pessoas vão falar que sou muito marrento, mas nossa época era outra. A gente deu nosso melhor para o esporte e continuamos dando. A diferença é que talvez a gente fosse melhor que os atletas que estão se apresentando hoje.

Apesar de entrar em ação no UFC 208, em Nova York, neste sábado, contra Derek Brunson, Anderson Silva revela que o fato de ter sido cortado do UFC Curitiba na semana do evento por problemas médicos, em maio de 2016, o deixou com vontade de atuar no Brasil este ano e citou o evento marcado para 3 de junho, no Rio de Janeiro.

- Ficou sim uma janelinha pelo ano passado. Faz muito tempo que quero lutar no Brasil e não consegui. Vamos ver se em junho eu consigo lutar no Brasil.

Confira outros trechos da entrevista:

Cinturão

Não depende de mim ou do Jacaré, depende do UFC, do Dana. Ele vai saber o que é melhor para o UFC e para os fãs. Estou aqui para lutar, ainda tenho contrato com o UFC, tenho uma relação ótima com o evento. Vamos esperar para ver o que vai acontecer.

Período conturbado atualmente

Não estou passando período conturbado nenhum. Acho que cada um tem sua história, tem a oportunidade de escrever essa história, estou escrevendo a minha, não tem como comparar nenhum atleta, nenhum lutador do UFC. Cada um tem seu objetivo.

Pouco tempo de preparação

A experiência ajuda bastante. Já colocamos muita coisa à prova, lutei vindo de cirurgia sem treinar, na categoria de cima. Lutar não tem muito segredo. O camp de treinamento tem muito a ver com o lastro de treino que você tem. Já treinamos muitos anos no camp inteiro. Já fiz várias experiências para ver até onde podemos ir. Isso não é um problema. Quando comecei meu treino, há um mês e dez dias, estava muito feliz. Acho que o tempo de treinamento foi especial porque tive muitas experiências, aprendi muito. Claro, quatro meses, três meses e meio, é perfeito, mas acho que na minha equipe tenho pessoas especiais trabalhando duro para me ajudar e o mais importante é a experiência e a minha mente.

Derek Brunson

Essa luta é mais um desafio na minha vida pessoal. Derek Brunson é um ótimo lutador, um cara jovem, um bom desafio para mim. Estou muito feliz porque eu amo meu trabalho. Lutar é a minha vida e eu só quero fazer meu melhor e dar minha melhor energia para os fãs.

Planos para depois da luta

Se eu vencer no sábado, eu vou… Se vencer, não. Vou vencer no sábado e vou para casa descansar, ficar com a minha família e continuar meus projetos fora da luta. Depois vejo o que vai acontecer. Tenho alguns filmes que estão vindo e vou voltar a estudar e fazer esses compromissos que tenho fora da luta, com filmes para fazer.

Duelo com McGregor

Isso é muito interessante. Às vezes, quando eu falo sobre isso, falam que é blá, blá, blá. Não, é um desafio pessoal para mim. Conor tem a melhor técnica em pé no UFC. Para mim, acho que é um desafio à minha técnica, à minha técnica marcial. É uma ótima luta na minha cabeça. Talvez, um dia, aconteça. Eu não sei como terminaria, é um grande desafio. Sou admirador da técnica dele em pé. Seria um encontro de técnicas surpreendentes dentro do octógono. Quero lutar com ele, mas não para tirar o brilho do que ele conquistou. Nada disso, até porque eu não sei se o venceria, mas seria um espetáculo e um desafio técnico, marcial, para nós dois. Ele luta muito bem e gostaria de me testar com ele. Eu não acho que ele seja melhor do que eu, acho ele o melhor lutador em pé.

Bisping ou McGregor?

As duas lutas são boas. São grandes desafios e seriam grandes shows para o UFC. O cinturão não é uma coisa que tenho 100% de foco, mas pode acontecer.

Cris Cyborg

Cyborg vai ser a nova campeã do UFC. Tenho bom relacionamento com Cyborg, estou empolgado pela volta dela, esperando que ela volte e lute pelo cinturão, porque ela é uma grande mulher, lutadora muito forte e estou esperando para vê-la no UFC. Eu respeito, tenho bom relacionamento e estou muito feliz porque as mulheres são muito importante, estou muito feliz, é uma nova divisão para os fãs, mais pessoas vão poder assistir e, às vezes, eu vejo as lutas das mulheres e penso: "Meu Deus, isso é incrível, porque essas garotas dão tudo". 

Cyborg ou Ronda: quem foi maior?

Não tem como fazer a comparação. O que podemos dizer é que, claro, a Ronda é o maior nome ainda deste esporte na categoria feminina. Estão chegando novas atletas, temos grandes nomes femininos neste esporte, mas o maior nome ainda é a Ronda.

Relação com Jon Jones

Faz bastante tempo que não vejo o Jon, mas tenho uma relação muito boa com ele, admiro muito, passou por uma fase conturbada, já voltou aos treinos e espero que em breve esteja de volta porque faz muita falta. É um grande atleta. Claro que acredito (que ele volte a ser o que era), tudo está na cabeça dele, depende do foco dele. É um grande campeão e merece uma chance de voltar e mostrar o talento dele.

Estranho ficar tanto tempo sem vencer

Não tem nada de estranho porque luta é luta. Nunca me acostumei com as vitórias, elas aconteceram porque eu tinha um outro foco, que era 100% ser o melhor do mundo no que eu fazia. Meu foco mudou. Tenho que cuidar das minhas coisas pessoais, o tempo passa, tenho que cuidar da minha família. Para você ter um exemplo, durante todos os anos que fui campeão do UFC, se fiquei com a minha família 1 mês e 10 dias foi muito. O mais importante é pesar o que é mais importante para você. Claro que é importante ser campeão do UFC, mas mais importante que ter o cinturão é poder ter o tempo para você viver com a tua família e desfrutar do que você conquistou como campeão. Estou mais maduro, mais tranquilo em relação a isso. Se houver nova oportunidade de lutar pelo cinturão, vou lutar, mas se não houver, não tenho problema com isso.

Reaproximação com antigos treinadores

Não é uma reaproximação. Estamos sempre em contato com o mestre (Fábio) Noguchi, com o Katel (Kubis), Macarrão, meus amigos. O Katel é como se fosse um irmão. A gente se formou junto, tem uma relação muito boa, agora estive há pouco tempo em Curitiba com meus alunos, espero que até o final do ano consiga formá-los faixas-pretas, não tenho nenhum faixa-preta ainda. Estive com  o mestre também, tenho uma relação de pai e filho com ele, estamos sempre em contato, trocando ideias, vendo as possibilidades de ampliar o nome da academia Noguchi e fazer com que o nome dele e o legado dele viaje pelo mundo inteiro.

Graduação

Eu acredito que não esteja nesse estágio de ser mestre. É muito difícil chegar nesse estágio, conheço muito poucos mestres, respeito todos eles porque mostraram por que são mestres, mas quem sabe um dia chego neste nível de ser um mestre.

Aposentadoria

Acho que lutarei por mais cinco anos (risos). Talvez. Minha esposa e filhos vão me matar. Talvez três ou quatro anos.

Melhor de todos os tempos

Às vezes acredito que não sou o melhor, mas trabalho duro por mim mesmo. Quando entro lá, não vou para provar as pessoas que sou o melhor, só me mantenho feliz. Quando as pessoas dizem que sou o melhor da história, fico feliz, mas na minha cabeça, no meu coração, eu preciso provar que sou o melhor dentro do cage. Entrar lá é fácil, às vezes você perde e às vezes ganha. Fora do cage é que tenho que provar que sou o melhor. Não só lutando, mas sendo um bom homem para mim, para os fãs, para os meus filhos, para todos, dando bons exemplos e trabalho duro para isso. Um dia, quando meus filhos crescerem, eu vou sentir que sou o melhor.

O Combate transmite o UFC 208 ao vivo e na íntegra com exclusividade no próximo sábado a partir de 21h30 (horário de Brasília). O Combate.com acompanha em Tempo Real no mesmo horário, incluindo vídeo ao vivo das duas primeiras lutas do card preliminar. Na sexta-feira, site e canal transmitem a pesagem cerimonial do evento em vídeo ao vivo às 21h. Confira o card completo:

UFC 208

11 de fevereiro, no Brooklyn (EUA)

CARD PRINCIPAL (a partir de 1h, horário de Brasília):

Peso-pena: Holly Holm x Germaine De Randamie

Peso-médio: Anderson Silva x Derek Brunson

Peso-médio: Ronaldo Jacaré x Tim Boestch

Peso-meio-pesado: Glover Teixeira x Jared Cannonier

Peso-leve: Dustin Poirier x Jim Miller

CARD PRELIMINAR (a partir de 21h30, horário de Brasília):

Peso-meio-médio: Randy Brown x Belal Muhammad

Peso-mosca: Wilson Reis x Yuta Sasaki

Peso-leve: Nik Lentz x Islam Makhachev

Peso-mosca: Ian McCall x Jarred Brooks

Peso-pesado: Marcin Tybura x Justin Willis

Peso-médio: Ryan LaFlare x Roan Jucão

Peso-pena: Rick Glenn x Phillipe Nover

Fonte: Sportv Combate
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