A imagem de Ederson se contorcendo de dor no gramado da Arena Corinthians deve ser a última do camisa 10 do Flamengo em campo. O departamento de futebol prefere não falar abertamente em respeito ao atleta, mas internamente a expectativa é de que o jogador não entre mais em campo nos últimos seis jogos da temporada. A entrada de Fagner, dia 3 de julho, na derrota por 4 a 0 para o Corinthians, determinou mais um longo afastamento do jogador. O tratamento inicial com fisioterapia e fortalecimento muscular não deu resultado - a previsão era de 40 dias afastado - e o jogador se submeteu à artroscopia no joelho há quase dois meses. As dores e a cautela em mais uma recuperação física minam as chances do jogador em meio à disputa do título em 2016.
Quase quatro meses se passaram desde a lesão sofrida no jogo diante do Corinthians, ainda no primeiro turno. A expectativa era de que Ederson, mesmo após cirurgia, pudesse se juntar ao elenco rubro-negro e ser mais um trunfo no restante da temporada. No entanto, a recuperação do meia vem de desenhando de forma mais lenta do que o esperado.
Alan Patric e Ederson acompanham treino do Fla (Foto: Gilvan de Souza (Flamengo.com.br))
- Óbvio que a gente gostaria que de repente tivesse num momento já até um pouco mais avançado (da recuperação), mas a gente está respeitando a evolução do atleta. Ele tem evoluído dia a dia, isso é importante. A gente aqui no Flamengo tem como conceito de só liberar o atleta quando ele realmente estiver 100%. Então, como ele ainda tem algumas queixas de dor, algumas questões de incapacidade funcional, a gente está fazendo reequilíbrio muscular dele. A gente está no momento desta fase de transição, mas ele só vai voltar quando estiver se sentindo 100% - disse o chefe do departamento médico do Flamengo, Márcio Tannure.
A cirurgia de Ederson ocorreu no dia 7 de setembro. O procedimento foi realizado pelo ex-médico do Flamengo, José Luiz Runco. Segundo Runco, tudo saiu normalmente, tanto na operação quanto no pós-operatório. O especialista reforça que cada paciente tem um tempo de recuperação distinto do outro.
- Não estou acompanhando (de perto), eu o operei, vi o pós-operatório, e ele estava evoluindo bem. Não sei se há algo na parte física. Mas foi tudo normal no pós-operatório. Na última vez que o vi, ele tinha uns 15 dias de operado e estava no trabalho de musculação, fazendo o recondicionamento muscular. Há casos e casos (de retorno) - disse Runco.
No início do ano, em entrevista coletiva ainda na pré-temporada, o médico do Flamengo mostrava empolgação com a preparação de Ederson para o ano de 2016. Tannure dizia que o camisa 10 começaria do zero para viver o melhor ano da carreira. Nos bastidores, o clube se preocupa em dar apoio ao jogador, que veio com histórico de lesões e não conseguiu ter sequência no Flamengo. No Brasileiro deste ano, Ederson jogou em sete partidas.
Confira a entrevista com o chefe do departamento médico do Fla, Márcio Tannure
Por: Amanda Kestelman e Raphael Zarko