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Perto dos números de Guga, Melo não vê distinção: "Somos tenistas"

Marcelo Melo encerra ano na liderança ranking de duplas, soma o mesmo número de títulos na carreira que Guga e, em dois meses, pode passar na quantidade de semanas no topo do mundo

07/12/2017 10:16

Assim como em 2000, o Brasil terminou o ano com um tenista na liderança do ranking mundial. Se, há 17 anos, o feito foi alcançado em simples, com Gustavo Kuerten, nesta temporada foi Marcelo Melo, em duplas, que atingiu o feito. Foram seis títulos formando parceria com o polonês Lucasz Kubot: três Masters (Paris, Miami e Madri), um Grand Slam (Wimbledon) e dois ATPs (Halle e S-Hertogenbosch). Com essas conquistas, Melo alcançou o mesmo número de troféus que Gustavo Kuerten e, líder do ranking por 36 semanas, está perto de bater a marca de Guga, que ficou 43 no topo. Aos 34 anos e, segundo ele, com pelo menos mais cinco temporadas pela frente, o mineiro diz que os números podem sim ser comparados:

"Fico feliz de poder ser comparado com Guga, é uma honra muito grande, motivo de orgulho e felicidade. Ele fez tudo que fez em simples, e eu estou fazendo em duplas, mas somos todos tenistas, não tem tanta distinção. As vezes toma proporções diferentes, mas ao mesmo tempo, todos nós somos tenistas. Tudo é consequência do trabalho que faço no circuito. Ser comparado com ele me deixa realmente muito feliz. As comparações de simples e duplas acontecem muito pelo nivel que os jogadores de duplas atingiram hoje. Muitos falam que não dá para comparar, mas tem muito simplista que não consegue ir bem nas duplas", disse Marcelo, em entrevista na quarta-feira.

Nessa sadia disputa, Guga leva vantagem no número de títulos em Grand Slam, foram três, todos em Roland Garros, em 1997/2000/01, contra dois de Melo, que venceu no saibro francês em 2015 e em Wimbledon neste ano. O ex-tenista também tem números melhores no quesito tempo na liderança, já que foi número 1 do mundo por 43 semanas entre 2000 e 2001, enquanto Marcelo tem 36 semanas, entre 2015 e 2017. Esses dois quesitos, porém, podem ser superados em breve pelo tenista mineiro, que tem como objetivo ainda ter, no mínimo, cinco anos em alto nível.

Quando o assunto é total de títulos, os dois estão igualados. Guga tem 28, 20 em simples e oito em duplas, enquanto Marcelo levou todos seus 28 troféus em duplas. O atual número 1 do ranking mundial explica que o circuito de duplas está cada vez mais valorizado:

"Nossos jogos estão aparecendo na televisão, o interesse nas duplas está crescendo muito. O circuito de duplas está mais competitivo, a gente jogou várias vezes na quadra central durante o ano. A entrada de alguns simplistas nos circuitos de duplas também aumentou o nível", disse.


"Todos somos tenistas", disse Marcelo Melo. Foto: Reprodução

A diferença nas premiações dos torneios ainda é um ponto importante. Os simplistas ainda ganham muito mais dinheiro do que os duplistas pela conquista do mesmo troféu. Até por isso, na comparação, Guga embolsou mais que o dobro de Melo durante a carreira. Só como exemplo, o campeão individual de Wimbledon de 2017 levou para casa 2,2 milhões de Libras (cerca de 9,5 milhões de reais), enquanto a dupla vencedora ganhou 400 mil libras (R$ 1,8 mi) para dividir na parceria.

Gustavo Kuerten jogou como profissional por 14 temporadas, mas sofreu com inúmeras contusões no fim da carreira, entre 2005 e 2008. Ficou no topo do ranking entre dezembro de 2000 e novembro de 2001, mas uma contusão no quadril dificultou a sequência de bons resultados. Em 2008, se aposentou sendo eliminado na primeira rodada em Roland Garros, local em que conquistou os três principais títulos da carreira.

Fonte: Globo Esporte
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