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Follmann diz perdoar piloto da Lamia: 'Tinha um bom coração também'

Follmann recordou o drama do resgate na região montanhosa de La Ceja, onde o avião caiu, na Colômbia, no dia 29 de novembro.

23/01/2017 15:16

Único sobrevivente da tragédia com o avião da Chapecoense ainda internado, o goleiro Jackson Follmann disse perdoar o piloto Miguel Quiroga, da empresa aérea Lamia, que comandava o voo que matou 71 pessoas em 29 de novembro de 2016. Em entrevista ao “SporTV”, Follmann disse não ter raiva do boliviano. Um dos sócios da empresa aérea, Quiroga é apontado como um dos possíveis responsáveis pelo acidente por ter previsto uma quantidade menor de combustível que o necessário para o trajeto. 

- Não era um cara maldoso, era um cara que tinha um coração bom também. Foi um erro humano que não cabe a nós julgar. Não (sinto raiva). Não posso sentir raiva, não devo sentir raiva e nem quero sentir raiva. Nem tenho como sentir raiva, não cabe a mim julgar. Procurei rezar, orar. Estava o Alan (Ruschel) do meu lado também. Procurou rezar, o Neto também, que estava na minha frente. Todo mundo que estava no voo, que estava perto de mim, que escutei, estava orando em voz alta. A gente sabia que alguma coisa estava errada - revelou. 

O goleiro Jackson Follmann (Foto: Reprodução / SporTV)

Follmann recordou o drama do resgate na região montanhosa de La Ceja, onde o avião caiu, na Colômbia, no dia 29 de novembro. Segundo ele, o encontro com os familiares o fez ter força para sobreviver no delicado momento inicial no hospital na Colômbia. 

- No momento do choque, eu apaguei. (Depois) , abri os olhos, estava muito escuro. Muito frio, lembro que chovia, muito frio, e eu tremia de frio. Aí gritava “socorro, não quero morrer”. Alguns dos meus amigos que estavam vivos também gritavam. Escutei o resgate chegando e gritando “polícia nacional”. O cara veio, me colocou um cobertor, e eu gritava de dor, que não sentia minhas pernas, mas tinha muita dor. Dizia que lá em cima tinha gente viva (...) Lembro que (no hospital) minha mãe entrou primeiro, falou comigo, foi difícil, porque foi ali que acordei. Chorava muito, depois entrou minha noiva, meu pai. Foi quando abri os olhos e ali comecei a melhorar 

Ao lado de Alan Ruschel e Neto, outros dois jogadores sobreviventes da tragédia, Follmann esteve no gramado da Arena Condá, em Chapecó, no último sábado, para ser homenageado no jogo festivo entre Chapecoense e Palmeiras. Antes da partida, que terminou empatada em 2 a 2, o jogador se emocionou ao receber medalha e erguer o troféu da Copa Sul-Americana. 

- Momento único. Até quando fui receber medalha, não segurei, chorei muito. Porque eu sei o quanto a gente queria esse título, todos nós – disse. 

Follmann deve receber alta na manhã desta terça-feira. Na próxima segunda-feira, ele vai a São Paulo para começar o processo de adaptação à prótese que usará na perna direita, amputada abaixo do joelho. 

Fonte: SporTV
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