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Campeã olímpica, Rafaela critica novas regras do judô: "œInjusto"

Federação Internacional mudou regras para novo ciclo: tirou uma das pontuações, modificou as punições e "œbanalizaram"œ o Waza-ari: "œA gente nem sabe mais se fazemos o judô", brinca a judoca.

05/05/2017 14:27

Desde a histórica medalha de ouro conquistada na Olimpíada do Rio de Janeiro, Rafaela Silva fez três competições internacionais, com uma medalha de prata (GP de Tibilisi), um quinto lugar (Grand Slam de Paris) e uma eliminação na primeira luta (Pan-Americano). São resultados regulares, principalmente se tratando de uma judoca tão consagrada quanto Rafaela. A atleta da categoria até 57kg diz que está mais estudada pelas rivais e ainda não se acostumou às novas regras:

- Estou bem visada, todo mundo me estudando, esperando o que eu vou fazer. Tenho que treinar mais (risos). Essa mudança de regra também é complicada. Agora tem gente que entra para luta para anular seu jogo, não para ganhar. Tem bastante coisa injusta – disse a judoca, que participou nesta quinta-feira de uma reunião de atletas e confederações no Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Rafaela Silva esteve no COB (Foto: Guilherme Costa)

No início deste ano, a Federação Internacional de Judô (IFJ) anunciou uma série de mudanças nas regras da modalidade. Entre as principais novidades, o fim do Yuko, deixando apenas dois tipos de pontuações (Waza-ari e Ippon), a acumulação de Waza-aris (antes, dois já acabavam a luta) e apenas três punições já definem a luta (antes, quatro eliminavam o atleta)

- Antes dois waza-aris virava Ippon, agora a mesma atleta pode ter quatro ou cinco waza-aris. Imagina, dói o coração. Você com três waza-aris, e leva um Ippon? Outra coisa, tiraram o Yuko. Então, o waza-ari ficou muito amplo. Ou é quase um Ippon ou é um golpe que a judoca cai quase de frente – disse.

Outro problema visto por Rafaela foi a mudança nas punições:

- Três punições acaba a luta. Tem atleta forte fisicamente, que não consegue te derrubar, mas ai ele segura sua mão, leva uma punição. Te empurra pra fora do tatame, outra punição. Abaixa a cabeça do atleta, outra punição. Pronto. Perdeu a luta – disse.

Campeã olímpica no Rio, Rafaela não perdeu o patrocínio individual que tinha e ganhou um novo parceiro. A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) renovou os seis patrocínios. Rafa diz que a queda do investimentos não foi brusca:

- Com relação ao novo ciclo, a gente sabia que ia diminuir um pouco o investimento. Não teve uma redução drástica no judô, não. Estamos fazendo o que era suficiente para cada atleta. Com relação ao investimento, o judô não vai sofrer tanto. Não adianta viajar muito, porque só cinco competições por atleta vale para o ranking. Esse ano já fiz três viagens, mais duas até o final do ano é suficiente – disse.

Fonte: Globo Esporte
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