Há 20 anos, Sônia de Paula se tornou sensação nacional. Na novela A Indomada, que estreou em fevereiro de 1997, ela interpretou o Cadeirudo, uma assombração com bumbum avantajado que apavorava as mulheres da fictícia cidade de Greenville. Longe da TV aberta desde 2009, a atriz de 63 anos lembra com saudade da grande repercussão que a revelação da personagem teve e acredita que poderá usar o aniversário do Cadeirudo para chamar a atenção de seu criador, Aguinaldo Silva.
Sônia de Paula em websérie publicada no YouTube; atriz foi o Cadeirudo de A Indomada
"Espero comemorar 20 anos de A Indomada fazendo a próxima novela do Aguinaldo", torce. "Vou mandar um e-mail, um Whatsapp para ele [para pedir um papel]. Eu me ofereço, não tenho problema ou vergonha alguma de me oferecer", diz. Silva já escreve os primeiros capítulos de O Sétimo Guardião, novela das nove prevista para 2018.
"Eu estudei muito. Meu papel não era o principal, mas me esforcei muito e agradeço aos diretores e ao Aguinaldo. Eva Wilma também foi uma grande colega. A repercussão foi uma loucura, as pessoas queriam que eu andasse como o Cadeirudo, mas na verdade era um bailarino que fazia aquele andar", lembra.
Com 45 anos de carreira, Sônia está fora da TV desde 2009, quando participou de Caras & Bocas. A atriz, que também trabalha como produtora cultural e atua em uma peça sobre a vida das poetisas Cora Coralina e Adélia Prado, diz que teria tempo para voltar a trabalhar na televisão _só não recebeu convite. "Claro que teria vontade de voltar, mas não fiz ainda o movimento [de entrar em contato com autores e produtores]".
Lurdes Maria (Sônia de Paula) como Cadeirudo (à esq.) e no fim da trama, quando se redimiu
Sônia começou a trabalhar como atriz nos anos 1970 (década em que atuou em algumas pornochanchadas) e fez mais de 15 trabalhos na TV, entre novelas, minisséries e especiais. Ela destaca como alguns de seus trabalhos mais marcantes a novela Estúpido Cupido (1976) e as participações em Sítio do Picapau Amarelo (em 1979 e 2007).
No ano passado, atuou pela primeira vez na TV paga: após passar no teste de elenco, fez parte do especial Procurando Casseta e Planeta, do Multishow. "Fui com o maior carinho fazer, adoro teste. Acho válido, porque às vezes a pessoa não sabe como você está. Atualmente estou com o cabelo todo branco. Aí fiz um trançado no cabelo que demorou nove horas _tudo pela arte", comenta.
O Lê pra Mim? tem apoio da Lei Rouanet, em que empresas patrocinam projetos culturais em troca de isenção fiscal. É dos patrocínios que Sônia tira seu sustento. "Vivo com muito pouco, mas o que eu ganho me basta. Não posso deixar de trabalhar, mas não sou uma grande consumista, sei guardar dinheiro. Não vou morar na avenida Atlântica [área nobre do Rio de Janeiro], mas tenho grandes parceiros [patrocinadores]", afirma.
Sônia tem grandes planos para o Lê pra Mim?. Além de negociar um novo projeto com a primeira-dama da cidade do Rio de Janeiro, ela também gravou pilotos de vídeos de leitura (com atrizes como Lucélia Santos e Léa Garcia) para publicar literatura para crianças que não têm acesso. Pensando ainda mais alto, Sônia quer começar a montar uma biblioteca infantil itinerante.
"Eu adoro meu trabalho de atriz, mas eu gosto mesmo é do Lê pra Mim?. Estou muito realizada por fazer esse trabalho, é muito recompensador, me dá muitas alegrias. Eu era só uma atriz, agora abri meu leque. Acho que temos muitos talentos dentro de nós, e temos que persistir. Quero ser lembrada pelo Lê pra Mim?", declara.
Fonte: NotÃcias da TV