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Mercado editorial cai no 1º semestre de 2016 sem febre dos livros de colorir

No 1º semestre de 2015, fenômeno salvou setor em volume e faturamento. Momento é 'preocupante', diz editor; segmento busca fenômeno substituto.

20/07/2016 10:49

Sem o fenômeno dos livros de colorir e sofrendo os efeitos da crise econômica, o mercado editorial brasileiro fechou o primeiro semestre de 2016 em queda com relação ao mesmo período de 2015. O declínio foi de 16,3% no volume de vendas. Em faturamento, o recuo foi de 6,94% – ou 15,61% descontada a inflação dos últimos 12 meses.

Nos primeiros seis meses de 2015, foram 20,4 milhões de exemplares vendidos, contra 17 milhões neste ano. Já a receita passou de R$ 748,6 milhões no primeiro semestre de 2015 para R$ 730 milhões no primeiro semestre de 2016.

Os números estão na edição mais recente do Painel das Vendas de Livros do Brasil, divulgado nesta segunda-feira (18). O estudo mensal é feito pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e pela Nielsen. A pesquisa baseia-se no resultado da Nielsen BookScan Brasil, que verifica as vendas em livrarias e supermercados.

O Painel fez uma simulação de como seria o comparativo do primeiro semestre de 2016 com relação a 2015 se não tivesse ocorrido o boom dos livros de colorir. Embora não tão preocupantes, os números continuariam desfavoráveis: queda de 11,25% em volume e de 2,83% no faturamento.

A febre dos livros de colorir fez diferença principalmente entre os meses de abril (às véspera dos dias das mães) e junho (período de dia dos namorados). Vendidas como "antiestresse" e líderes das listas de best-sellers da época, essas obras salvaram o mercado em 2015. Apenas entre janeiro e junho, venderam sozinhas R$ 25,18 milhões.

Fizeram sucesso títulos como "Jardim secreto" (Sextante), "Floresta encantada" (Sextante), "Jardim encantado" (Alaúde), "Mãe, te amo com todas as cores" (BestSeller) e "Floresta celta" (Alaúde). Em 2016, elas já não frequentam as listas de mais vendidos.

"O quadro atual mostra uma fragilidade preocupante do varejo de livros no Brasil", afirma ao G1, por e-mail, o presidente do Snel, Marcos da Veiga Pereira.

"Dada a falta de um fenômeno semelhante ao dos livros de colorir no ano passado, as livrarias, em conjunto com os editores, precisam desenvolver ações para reverter esse cenário e atrair mais leitores. Seja através de eventos em lojas, de formas inovadoras de apresentar os livros, ou de promoções."

Já no fim de 2015, sentindo que a febre estava passando, o mercado editorial indicou que apostaria nos youtubers.

Fonte: G1
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