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Ilustrador piauiense lança artbook e HQ na Comic Con São Paulo

Joniel Santos é ilustrador, quadrinista, músico e professor. Dono de um traço pesado, de nanquim e aquarela, com personagens carrancudos e ao mesmo tempo carismáticos.

19/11/2016 14:10

Uma paisagem desértica abre a primeira cena. Um menino contempla o espaço vazio montado numa motocicleta. Dá uma olhada no relógio, no pulso esquerdo, e acelera rumo ao vale de pedras adiante. Estes são os primeiros e únicos momentos de calmaria em Beeline, a história em quadrinhos do ilustrador piauiense Joniel Santos, que está relançando a HQ em uma edição mais sofisticada.

Joniel Santos é ilustrador, quadrinista, músico e professor. Formado no curso de Artes Visuais, na Universidade Federal do Piauí (Ufpi), o artista é dono de um traço pesado, de nanquim e aquarela, com personagens carrancudos e ao mesmo tempo carismáticos. As páginas de Beeline enchem os olhos e fazem um rock'n roll alucinante tocar na cabeça enquanto se percorre a curta história sem diálogos. "Esse trabalho é uma ideia bem antiga que eu tinha, e resolvi transportar para meu primeiro trabalho autoral em quadrinhos", comenta. A revista conta uma história curta e sem nenhum balão de diálogo. O estilo "pós-apocalíptico, meio Mad Max" preenche as páginas de um conto de perseguição, com ação desenfreada e desenhos de tirar o fôlego.

Mas o verdadeiro lançamento é o seu artbook. O artista traz uma coleção de 20 incríveis ilustrações, que seguem a estética que se tornou marca reconhecível de Joniel. "Eu curto os elementos: máscara de gás, jaquetas de couro, excesso de parafernália no corpo dos personagens... O universo steampunk e cyberpunk me atraem", disse.

Joniel está lançando as duas revistas em breve, e ambas estarão também na mesa do artista na Comic Con Experience São Paulo, a versão brasileira daquele que é considerado o maior evento de cultura pop do mundo. "É a primeira vez que eu participo. Diferente do Fliq (Feira de Livros e Quadrinhos, onde lançou a primeira edição de Beeline) que é voltado para quadrinhos, lá é um evento de cultura pop, mas o espaço é muito grande. O Artist Alley, onde ficam os quadrinistas, dobrou de tamanho, comparado ao ano passado. Então eu acho que pode ser uma boa oportunidade de crescer o público, mostrar para mais gente que não conhece ainda", assinala.

Carreira

Além dos trabalhos com histórias em quadrinhos, Joniel é ilustrador profissional. Para ele, o mercado de ilustração é viável: "Você tem que saber se promover", diz. Ele conta que está há três anos no mercado de ilustração, e que é preciso estar aberto para outros tipos de trabalho. " Muita gente que trabalha com quadrinhos trabalha com ilustrações para capas de livros, por exemplo, publicidade e outras coisas.", acrescenta. Ele espera que a participação na Comic Con Experience São Paulo o ajude a conseguir contatos e atrair novos trabalhos. "O mercado está aberto, acho que funciona e é viável. Acho que só cresce, a cada dia, e tem espaço para todos", conclui.

Por: Andrê Nascimento
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