O fotógrafo brasiliense Luiz Ferreira, de 20 anos, expõe em sua página no Facebook ao longo deste mês um ensaio protagonizado pela juventude negra. Além das imagens, ele faz retratos de voluntários.

O artista se diz motivado por dados da Anistia Internacional: cerca de 30 mil jovens entre 15 e 19 anos são assassinados por ano no país. Do total, 77% são negros. A ONG considera a porcentagem uma consequência do preconceito e dos estereótipos negativos associados a estes jovens e às periferias, e lançou a campanha Jovem Negro Vivo.

Modelos posam no Mercado Sul, ocupação cultural em Taguatinga, no Distrito Federal, para o ensaio 'Juventude Negra' (Foto: Luiz Ferreira/Divulgação)

“O jovem negro é alvo de violência porque carrega o estereótipo de que mata e rouba, quando na verdade existe um problema anterior a isso. Ele foi marginalizado ao longo da história e não teve as oportunidades que os brancos têm”, afirma Ferreira ao G1.

Inspirado por essa reflexão, criou o projeto “Juventude negra: sobre afetos, histórias, vivências”, série de retratos de jovens negros. “Eu queria mostrar quem é essa juventude com retratos e apresentar de um pouco da história de cada um”, explica.

Modelo posa para a série 'Portraits', do fotógrafo Luiz Ferreira, em Brasília (Foto: Luiz Ferreira/Divulgação)

O projeto fotográfico de Ferreira é sem fins lucrativos. “Este trabalho fiz para todos nós. Para que todos se identificassem com as militâncias de cada um dos personagens”, descreve.

O jovem divulgou em sua página na internet que procurava pessoas para o projeto, recebeu mensagens de 200 voluntários e selecionou 13 deles através de um sorteio. Fotos coletivas foram tiradas no Mercado Sul, uma ocupação de cultura popular em Taguatinga, no Distrito Federal, e um vídeo foi produzido.

Fonte: G1