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Filme piauiense que retrata transfobia é lançado hoje (01) na Casa da Cultura

Película conta a história de Ana Paula, uma mulher trans que saiu de casa para sobreviver à rejeição e transfobia.

01/12/2017 15:59

O ano de 2017 foi um marco na visibilidade da luta da comunidade LGBTQI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Queer e Intersexuais) contra a transfobia, a homofobia e todas as formas de intolerância e discriminação contra essa população. No Piauí, o assunto também entrou em debate na esfera cinematográfica, através da obra “O Casulo e a Borboleta”, cujo lançamento será nesta sexta-feira (1), às 19h, na Casa da Cultura. A entrada para o filme, dirigido e roteirizado pelo cineasta piauiense Thiago Furtado, é gratuita.

A película conta a história de Ana Paula (interpretada por Kaio Rodrigues), uma jovem trans que saiu da casa da família para se refugiar e sobreviver a rejeição e a transfobia. Após certo tempo longe, Ana Paula retorna ao antigo lar para buscar o restante de seus pertences. Ao se reencontrar com a mãe Lúcia (interpretada pela atriz Edithe Rosa), as duas colocam as coisas numa mala, mágoas, arrependimentos e dores são escancaradas até revelar onde a jovem buscou refúgio.

Cena do filme “O Casulo e a Borboleta”. (Foto: Divulgação/Coletivo VDC)

O diretor Thiago Furtado explica que a ideia de falar sobre a transfobia surgiu a partir de casos de violência contra pessoas travestis e transexuais, em especial o caso da travesti Dandara dos Santos, assassinada a pauladas em março deste ano no Ceará. Segundo ele, o crime foi um motivador na abordagem sobre o tema, uma vez que o Brasil é um dos países com maior registro de assassinatos contra a população trans no mundo.

Kaio Rodrigues interpreta Ana Paula. (Foto: Divulgação/Coletivo VDC)

Segundo o diretor, o roteiro tem como inspiração documentários e entrevistas com travestis e pessoas trans, além da consultoria de um profissional do ramo da psiquiatria. “Não queríamos cometer nenhum tipo de engano no roteiro”, conta Thiago. Para compor o elenco, a produção do Coletivo “VDC” e da Madre Filmes abriu inscrições para selecionar uma atriz trans para interpretar o papel principal, mas devido à baixa quantidade de inscritas, um ator foi escalado para o papel.

“O Casulo e a Borboleta”. (Foto: Divulgação/Coletivo VDC)

“Acabamos escolhendo um homem gay, mas que não é trans. Começamos a trabalhar com os atores a linguagem que queríamos nos aproximar e trabalhamos o ator para não ser um cara representando uma trans, que imita ou que faz uma caricatura de uma mulher trans, e sim ser uma trans”, afirma Thiago Furtado, acrescentando que o desenvolvimento da personagem principal foi pensado coletivamente para dar mais qualidade à representatividade das mulheres trans.

Além da transfobia, o filme também retrata assuntos como conflitos familiares, conflitos de identidade e amor materno. A produção é de autoria do Coletivo “VDC” e da Madre Filmes, com o apoio, na produção e na realização, do Conselho Municipal dos Direitos LGBT (CMDLGBT) e da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Políticas Integradas (Semcaspi).

Por: Nathalia Amaral
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