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Ex-catador, Nego do Borel vê seu cachê pular para R$ 80 mil

Ex-catador de latinha hoje faz 25 shows por mês, mais de três milhões de seguidores no Instagram, cinco milhões no Facebook e 175 milhões de visualizações em videoclipes

23/10/2016 12:38

Juntar John Lennon com Michael Jackson dá Leno Maycon, mas pode chamar de Nego do Borel. O funkeiro não alcançou a projeção mundial do ex-beatle nem a marca histórica do Rei do Pop, mas com “nome de artista que nasceu para brilhar”, como ele mesmo constata, tem se destacado cada vez mais no cenário nacional. Basta dar uma olhada nos números de sua carreira meteórica.

Com 25 shows por mês, mais de três milhões de seguidores no Instagram, cinco milhões no Facebook e 175 milhões de visualizações em videoclipes, o ex-catador de latinha, que agora é do elenco de “Malhação”, viu seu cachê saltar de R$ 50 mil para R$ 80 mil (dependendo do show) ao cair nas graças do público com seu bailado na “Dança dos famosos”, do “Domingão do Faustão”.

— Estou muito realizado. Tenho minha casa (avaliada em R$ 2 milhões), sou ator da Globo, estou na “Dança dos famosos”... Isso vai muito além do que eu sonhava. E mais coisas boas estão vindo por aí. Se Papai do Céu falasse hoje “Para”, eu pararia satisfeito pra caramba — afirma o cantor.

— Sempre tive molejo. Na comunidade, inventava umas coreografias loucas, de outro mundo. Nos meus shows, tenho um balé, mas nada é igual à “Dança”. Está difícil. Às vezes, só tenho três dias para ensaiar. É muita correria: shows, textos para decorar... Mas estou dando o meu melhor. Agora vamos para o mata-mata (fase de eliminação).

Na disputa pelo primeiro lugar, é preciso, além de ritmo, ter jogo de cintura para não se deixar abater pelo julgamento em rede nacional. E o cantor está sentindo na pele essa pressão.

— É como se eu voltasse a ser criança, quando minha mãe me encostava na parede e dizia: “Fala a verdade”. Faz anos que eu não sentia o que estou sentindo quando fico diante do júri e da plateia. Uma coisa é estar no funk, que não tem ninguém para te julgar, é só cantar e pronto. Na internet, você vê os comentários só se quiser. Outra coisa é encarar o monstro de frente e não poder fazer nada. Uns falam bem, outros, mal, mas é para a gente melhorar. Tudo ali é válido, é um aprendizado — avalia.

Fora do palco, Nego já teve que rebolar para driblar a fome. Antigo morador de um dos “barraquinhos mais humildes do morro do Borel”, o funkeiro lembra que precisou abandonar a escola na 4ª série para trabalhar e ajudar no sustento da casa. Segundo ele, sem a música, estaria perdido.

— Cantei em ônibus, rodei em mototáxi, fui cobrador de kombi... Cheguei a passar fome. Só minha avó trabalhava e tinha oito nas costas dela. Às vezes, a gente só almoçava, não jantava. Eu morava perto da Floresta da Tijuca e tinha uma lixeira atrás da casa. Então entrava rato, cobra... Mas era um barraco arrumadinho. Se eu não tivesse tido essas oportunidades, eu estaria morto, igual à maioria dos meus amigos. Papai do Céu me salvou. Deus foi muito bom comigo — reconhece.

Para fugir das tentações e riscos do tráfico e das drogas, o carioca, de 24 anos, decidiu, após testemunhar muitas perdas, que queria fazer diferente:

— Eu vi muitos amigos morrendo, sendo presos, as famílias chorando... E eu chorava muito também. Tomei aquilo como exemplo e não quis para minha vida. Decidi vencer, dar orgulho para minha mãe (Roseli Viana) e minha avó (Neli Gomes). Então comecei a fazer evento, torneio de futebol dentro da comunidade, foquei na música, no meu lado artístico. Graças a Deus, consegui me desvincular e não segui o mesmo caminho que eles.

“Malhação”, afirma o funkeiro, lhe deu uma noção de responsabilidade até então desconhecida, o que foi fundamental para seu amadurecimento:

— Antes eu postava foto no banheiro, no vaso, agora não (risos). Sou mais estiloso! Se eu chegasse a determinados lugares, onde vou hoje, cheio de cordões, pulseiras, na malandragem de alguns anos atrás, não seria legal. A melhor coisa que aconteceu na minha vida foi “Malhação” — sustenta Nego, explicando que o trabalho na novela lhe trouxe disciplina: — Passei muito tempo sem ter um compromisso sério, nem no quartel, porque eu sempre fui dono de mim. Fazia o que queria! “Malhação” parece uma clínica de tratamento. Você chega com uma mente e sai com outra totalmente diferente. Me ajudou muito como pessoa.

NEGO CONQUISTADOR

De volta aos braços de Crislaine Gonçalves, com quem está, entre idas e vindas, há dois anos, Nego se acha romântico, diferentemente do personagem Cleyton, da novela adolescente.

— Cleytinho é o Nego do Borel da antiga, meio louco. Eu sou um cara carinhoso quando estou com a minha namorada — compara, ressaltando: — Estou namorando. Estamos de boa.

Mas o perfil à moda antiga, do tipo que manda flores, não faz o seu estilo:

— Sou mais do clima de beber um negocinho, trocar umas ideias... Tento mandar flores, mas sou mais enrolado do que linha em carretel. Está mais fácil mandar para uma e cair na casa da outra (risos). Aí dá ruim.

Conhecido por pular a cerca em seus relacionamentos — sua ex Swellen Sauer, autora do livro “Nasci para ser traída”, o acusa de tê-la trocado pela atual —, Nego sai pela tangente.

— Tem que ter um equilíbrio. É meu trabalho, não posso fazer nada. Está comendo bem, dormindo bem, a pele está em dia? Então... As fãs fazem parte do meu trabalho. Eu sou do público, não pode ter ciúme — diz ele, que não é adepto da relação aberta: — Comigo é tudo certinho, como tem que ser.


Fonte: Extra
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