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Emocionados, amigos homenageiam o cantor Belchior, que morreu hoje

Para os amigos de trabalho e de vida, trata-se de uma "œperda irreparável" para o cenário cultural do Brasil

30/04/2017 15:54

Em sete décadas de vida, muitos foram os amigos, as obras e os fãs que Antônio Carlos Belchior cultivou. Nascido em Sobral, interior cearense, Belchior viu o sucesso chegar na década de 1970, quando teve músicas compostas por Elis Regina. Para os amigos de trabalho e de vida, trata-se de uma “perda irreparável” para o cenário cultural do Brasil. 

“É uma honra imensurável a gente ter as obras esse grande gênio”, acredita Mimi Rocha, guitarrista que esteve ao lado do compositor em diversos shows. O instrumentista fala sobre convivência durante os anos de amizade e trabalho. ”Ele sempre foi muito cordial, bacana, um cara fino e que deixou esse legado de canções que vão ficar para sempre, eu estou sem palavras para mensurar o tamanho dessa perda para a gente”, diz.

O instrumentista comenta também o desaparecimento prematuro do músico. “Fico triste por ter perdido ele mais cedo, antes da morte ter levado. A gente não conseguiu resgatá-lo, mas é isso, ficam as grandes ideias e as canções”, conta.

A esperança era de que o reaparecimento do compositor fosse repentino como o sumiço. De algum modo, todos que admiravam o trabalho de Belchior guardavam a esperança de ouví-lo de novo, de coração selvagem de novo. Em artigo publicado pelo O POVO na ocasião de caderno especial de aniversário, o jornalista e crítico de música Luciano ALmeida Filho esperou: “Há a esperança que Belchior retorne em grande estilo com composições que reflitam sobre este período de autoexílio dos últimos oito anos. Verve lírica ele já provou que tem de sobra”. Não deu tempo.

O jornalista e produtor musical Nelson Augusto explica que o compositor saiu de cena num momento de auge do sucesso e lamenta sua morte. “E a carreira dele nunca teve recaída. Eu lamento profundamente a partida de um grande compositor. Ele deixa um legado muito  importante, a cultura cearense perdeu um grande nome, mas a obra continua”.

Para Nelson, as composições de Belchior falam de coisas que ainda são emergentes na vida das pessoas. “ São letras filosóficas atemporais. São hinos de uma geração que ainda está com ‘sinal fechado’”.

De acordo com Fausto Nilo, a saudade que fica é a do amigo. “Estou sentindo um peso muito grande”, diz. O compositor e arquiteto relembra que Belchior, assim como ele, era “vindo do interior”. A amizade entre os dois se deu no antigo ginásio colegial. “Ele sabia latim, conhecia a bíblia e sabia romances franceses aquilo me desorientou no bom sentido”.

Fausto relembra que antes do desaparecimento do músico, os laços  entre os dois sempre foram muito estreitos. “Eu sempre tive muito respeito pelo trabalho dele. É uma pessoa brilhante”.

Fonte: O Povo
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