O casarão onde viveu Genu Moraes, a única da Avenida Antonino Freire que ainda não foi transformada em ponto comercial, no Centro de Teresina, pode se tornar um centro histórico cultural. A proposta da família é preservar a arquitetura do prédio, que tem características de casas do início do século XX. No local, morou o ex-governador Eurípedes de Aguiar, pai de Genu Moraes, que administrou o Piauí entre os anos de 1916 a 1920.

Deusenira de Jesus Oliveira, a Dona Deusa, que ainda vive no casarão, onde trabalha há treze anos, lembra que Genu ia completar 90 anos no dia 15 de janeiro. "Era uma pessoa muito cuidadosa, aguerrida e tinha muita força para manter cada peça, objeto da casa dos tempos de seus pais, com muito carinho, afeição e zelo", conta, acrescentando que sempre ouviu de Genu Moraes que a casa não era tombada, apenas relacionada como patrimônio histórico a ser tombado.

Casarão resiste ao tempo e às atividades comerciais no Centro (Foto: Elias Fontinele / O DIA)

De acordo com Dona Deusa, há no casarão muitas peças valiosas, de valor histórico, a exemplo do piano da família e da escrivaninha do pai de Genu Moraes, objetos estes e outros como a cadeira que o ex-governador Eurípedes de Aguiar sentava; armários, roupas do pai e da própria Genu e cofre, que foram emprestados na semana passada para exposição no Museu do Piauí, Casa de Odilon Nunes. "Não ocorreu nenhuma mudança", disse Deusa, rebatendo boatos surgidos de que o casarão estava sendo desocupado para outra finalidade. E acrescentou: "Ouvi dos filhos de Genu Moraes que não sabem que destino terá, de fato, o casarão, que ainda está na fase de inventário".

Os filhos de Genu Moraes, Jozias Benedicto e Lúcia Jennings, em declaração à imprensa sobre o destino do casarão, disseram que a proposta é preservar o casarão em um primeiro momento, mantendo com recursos próprios o legado da mãe e do ex-governador Eurípedes de Aguiar. São de opinião que o casarão seja preservado e até transformado em um centro cultural. Entretanto, difícil é mantê-lo devido aos custos. Mas se alguma entidade ou instituição pública tiver o interesse, os filhos dizem que estão abertos para essa parceria.

Fonte: Jornal O DIA
Por: Luiz Carlos de Oliveira